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<center>@@color:red;-Prólogo-@@</center>
A Fábrica Dillad era o coração da cidade. Centenas de malas saiam por suas estradas com destino as lojas de todo o país. Diferente de seus moradores, que nunca saiam. Era uma cidade pequena. Nada acontecia. As famílias eram as mesmas, desde a sua criação. Tradições eram passadas de geração a geração. Os filhos seguiam as profissões dos pais, que antes foram de seus avós e assim por diante. Ninguém ia embora da cidade. Os que precisavam sair, sempre voltavam. Foi assim na época da Guerra. Onze homens da cidade foram convocados pelo exército. Onze homens da cidade voltaram para seus lares. Alguns diziam que a cidade ficou diferente após a guerra, mas a verdade é que não ficou. Ela permaneceu a mesma. Mais forte ainda. Outros diziam que ela mudou quando o banqueiro comprou a fábrica.
Muriel pensava diferente. Para ela, tudo mudou quando ela e seus amigos foram brincar no prédio abandonado da fábrica. Caio, seu primo. Eduardo, o valentão. Eloy, o medroso. Os quatro sempre brincavam de pique-esconde nos dois primeiros andares do prédio, com as outras crianças da cidade. Sempre as mesmas e elas sabiam que não deviam ir até o terceiro andar. //"Muitos buracos no chão."// dizia Caio. //"Lá tem fantasmas."// sussurrava Eloy. //"Vocês são uns medrosos, mas eu aceito."// reclamava Eduardo. Mas naquele dia haviam duas novas crianças. Os gêmeos. Filhos do banqueiro. Muriel sabia que eles não respeitariam os conselhos e os encontrou escondidos no terceiro andar. O único que não foi encontrado foi Eloy, que geralmente era o primeiro. Nem no terceiro. Nem no segundo. Nem no primeiro. Horas depois, Muriel encontrou o amigo morto dentro de uma mala. @@color:red;Uma mala vermelha.@@ Naquele momento, ela soube que a cidade estava mudando.
<center>
[[...|1]]
</center>Dez anos depois e eu ainda lembro daquele dia. A morte de Eloy foi considerada //um infeliz acidente em uma brincadeira de crianças.// Ninguém considerou aquilo um assassinato. Além de perder o amigo, ainda vi meu primo ir embora da cidade semanas depois. Com a venda da fábrica, o pai de Caio, meu tio, foi transferido para uma nova filial na cidade grande. Meu pai ficou como gerente do prédio novo da Fábrica Dillad e esperava que eu fosse trabalhar com ele. Não fui. Gostaria de evitar tudo relacionado a fábrica. Nunca mais fui no prédio antigo e nem pretendo. Com a ajuda de Eduardo, hoje professor de educação física da Escola Domênico Alves, pude me preparar para a academia de polícia. Me tornei a primeira policial mulher da cidade.
Nos dois anos como policial, nunca presenciei um crime. Sequer uma simples infração às leis. Nenhum vizinho ouviu música alta após às dez horas. Nenhum bêbado perturbou a ordem. Nenhum adolescente roubou uma galinha da casa da senhora Olívia. Ninguém atirou em ninguém. Nada. Os únicos dois papéis em cima da minha mesa eram da senhora Eliane e da senhora Regina. A primeira que prestou queixa contra o vizinho que estaria batendo em sua janela de madrugada, mas na verdade era um pedaço de telha que havia ficado pendurado. A segunda notificou o sumiço do gato pela terceira vez na semana. O gato apenas gostava de passear e voltava dias depois. Uma única vez, havia acontecido realmente algo com o gato dela. Quando eu ainda era criança. Os gêmeos haviam escondido ele no prédio antigo da fábrica. Eduardo que me contou. Eu nunca mais fui lá, depois de Eloy.
//“Estou indo para casa. Boa noite, Muriel.”// - disse Tenório, o delegado.
Agora eu era única na delegacia. @@color:red;Silêncio.@@ Apenas o barulho do ponteiro do relógio, gritando a passagem dos segundos no meu ouvido. Eu queria o barulho de tiros e carros acelerando, mas só conseguia ouvir o //tic e tac//. Eram quase oito horas da noite e eu não sabia se ia para casa ou dava uma volta na viatura.
<center>
[[Ir para casa.|1.1]]
[[Dar uma volta.|1.2]]
</center>Voltava andando para casa, me sentindo uma inútil. Como se estivesse recebendo para não fazer nada. Podia parecer estranho uma policial torcer para que algo de ruim acontecesse, mas depois de dois anos sem nenhuma ação, eu não ligava mais em torcer. Queria usar minha arma em algo que não fossem objetos. Todo final de semana eu ia no campo próximo ao rio, atirar em latinhas de refrigerante. Queria correr atrás de algo que não fosse um gato perdido. Queria usar minhas técnicas de judô para derrubar algo que não fosse um boneco de pano da academia. @@color:red;//Maldita cidade silenciosa.//@@
"Muriel. Acabei de passar pela casa da senhora Regina. Ela perdeu o gato de novo. Câmbio."
Era Padilha no rádio. Ele era meu parceiro. Diferente de mim, Padilha gostava da tranquilidade da cidade. Escolheu ser policial porque //"não precisava fazer muita coisa"//. Seu pai era segurança na fábrica, então ele não fugiu tanto a tradição da família. Sempre levava donuts da padaria, assim como nos filmes americanos. Também sempre me passava as missões chatas.
<center>
[[Ok. Estou indo.|1.2.1]]
[[Amanhã eu vejo.|1.2.2]]
</center>Percorria todas as ruas da cidade na viatura, torcendo para que algo acontecesse. Podia parecer estranho uma policial torcer para que algo de ruim acontecesse, mas depois de dois anos sem nenhuma ação, eu não ligava mais em torcer. Queria usar minha arma em algo que não fossem objetos. Todo final de semana eu ia no campo próximo ao rio, atirar em latinhas de refrigerante. Queria correr atrás de algo que não fosse um gato perdido. Queria usar minhas técnicas de judô para derrubar algo que não fosse um boneco de pano da academia. @@color:red;//Maldita cidade silenciosa.//@@
"Muriel. Acabei de passar pela casa da senhora Regina. Ela perdeu o gato de novo. Câmbio."
Era Padilha no rádio. Ele era meu parceiro. Diferente de mim, Padilha gostava da tranquilidade da cidade. Escolheu ser policial porque //"não precisava fazer muita coisa"//. Seu pai era segurança na fábrica, então ele não fugiu tanto a tradição da família. Sempre levava donuts da padaria, assim como nos filmes americanos. Também sempre me passava as missões chatas.
<center>
[[Ok. Estou indo.|1.2.1]]
[[Amanhã eu vejo.|1.2.2]]
</center>Fui até a casa da senhora Regina, bem devagar. Lembrando de como eu imaginava que seria a vida de policial. A verdade é que eu sabia que nada aconteceria na cidade, mas gostava de pensar que poderia ser como nos seriados que assistia com meu primo. Um dos meus episódios favoritos foi do //”Assassino do Lixo”//. Ele jogava as pessoas dentro do triturador do caminhão, após pegar um troféu do lixo delas. Passei semanas espiando pela janela, sempre que meu pai ia levar o lixo fora. Ou então o episódio do //”Vendedor de Órgãos”//, que sequestrava crianças no parque para vender seus órgãos no mercado negro. Levei quase dois meses para voltar a brincar no Parque da Juventude.
“Senhora Regina? Sou eu. Policial Oliveira.” - gritei, após tocar a campainha.
“Oh! É você Muriel. Flakes já voltou para casa. Obrigada por passar aqui. Você é uma menina adorável. Deveria ter trabalhado com algo mais sutil. Esse uniforme não cai bem em você. Obrigada novamente. Boa noite.” - respondeu, a senhora Regina.
Ótimo. Além de perder meu tempo, ainda tive que escutar isso. Quando era mais jovem costumava dizer que iria trabalhar no Hospital Sofia de Menezes. Minha mãe era enfermeira lá. As pessoas gostavam de ouvir que seguiria os passos dela. Aprendi isso quando levei um safanão na orelha da senhora Olga, após dizer que seria policial. Ela infelizmente não conseguiu me ver com esse uniforme, porque faleceu anos antes. Era minha vizinha e a primeira vez que vi alguém morto. @@color:red;Antes mesmo de Eloy.@@
<center>
[[Ir para casa.|1.2.1.1]]
</center>
O gato dela voltaria amanhã. Nunca queria ir muito para casa, então fui bem devagar. Lembrando de como eu imaginava que seria a vida de policial. A verdade é que eu sabia que nada aconteceria na cidade, mas gostava de pensar que poderia ser como nos seriados que assistia com meu primo. Um dos meus episódios favoritos foi do //”Assassino do Lixo”//. Ele jogava as pessoas dentro do triturador do caminhão, após pegar um troféu do lixo delas. Passei semanas espiando pela janela, sempre que meu pai ia levar o lixo fora. Ou então o episódio do //”Vendedor de Órgãos”//, que sequestrava crianças no parque para vender seus órgãos no mercado negro. Levei quase dois meses para voltar a brincar no Parque da Juventude.
//“Boa noite, Muriel.”// - disse Vanessa, minha vizinha, sentada em um banco na varanda da casa.
//”Boa noite, Vanessa.”// - respondi, acenando.
A mãe de Vanessa, a senhora Olga, foi a primeira pessoa que vi morrer. Desmaiou no banheiro. Eu e meu pai ajudamos a arrombar a porta. @@color:red;Ela odiaria me ver com esse uniforme.@@ Uma vez me deu um safanão na orelha, porque disse que seria policial. Aprendi desde cedo que todos gostavam que eu dissesse que iria trabalhar no Hospital Sofia de Menezes. Minha mãe era enfermeira lá.
<center>
[[Ir para casa.|1.3]]
</center>Todas as noites quando chegava em casa, fazia as mesmas coisas. Colocava minha arma em cima da mesa da cozinha, junto do distintivo. Abria dois botões do uniforme. Pegava um copo no armário de forma aleatória, mas como todos eram iguais não dava para saber se sempre pegava o mesmo. Bebia água. Botava a comida congelada no microondas e jantava. Depois sentava na poltrona. Ligava a TV e dormia enquanto passava o filme da meia-noite. Todas as noites.
Quando era mais nova, fingia que era uma vidente. Tentava acertar o que meu pai faria no dia dele. Saia para trabalhar sempre às seis e quarenta da manhã, de segunda à sexta, mas não antes de tomar café na sua xícara favorita azul com bolinhas brancas. Nas terças-feiras ele trazia três rosquinhas do trabalho para casa e só botava na mesa após a janta. Pela quantidade de açúcar delas, eu conseguia saber qual das três meninas da Padaria do Fernando havia feito. Meu pai não ligava para esses detalhes e sempre terminava lambendo o açúcar dos dedos, dizendo como adorava aquelas rosquinhas. Nas quartas-feiras sentavam no sofá da sala para assistir ao mesmo seriado de comédia por oito temporadas. Sexta nós pedíamos pizza na Pizzaria do Elias. Sábado era dia de ficar em casa. Domingo, dia de ir na Igreja Nova. @@color:red;Eu odiava aquela rotina.@@
São dez horas da noite. Eu acho que vou...
<center>
[[Dormir.|131]]
[[Assistir TV.|132]]
[[Ler um livro.|133]]
</center>Acordei. Tomei banho. Botei o uniforme. Olhei o jornal local por três minutos e saí. Como todos os dias. Passei primeiro na Delegacia. Chequei a caixa postal. Vazia. Fui até a Padaria do Fernando tomar meu café. Estacionei a viatura na frente da padaria e permaneci no carro, me olhando pelo retrovisor. Depois olhei o movimento lá dentro. Eram as mesmas pessoas de sempre, sentadas nos mesmos lugares e com os mesmos pedidos. Eu também sentava no mesmo lugar e pedia a mesma coisa. Assim que entrei e dei bom dia, Fernando disse algo de diferente.
//”Bom dia, Muriel. O mesmo de sempre?”//
Ele me perguntou. Ele nunca me perguntava. Sempre deixava meu café pronto. @@color:red;Sempre.@@ Ele sabia que eu chegaria sempre no mesmo horário. Assim como todos ali. Mas hoje ... hoje ele perguntou.
<center>
[[O mesmo.|1.4.1]]
[[Hoje não.|1.4.2]]
</center>Todas as manhãs eu tomava um café com leite e comia um pão na chapa. Todas as manhãs a Senhora Inês tomava um café preto sem açúcar na mesa próxima a TV. Todas as manhãs o Senhor Marques sentava na mesa ao lado do banheiro e lia seu jornal. Todas as manhãs eram assim. @@color:red;Silenciosas.@@ Mas assim que meu café chegou, alguém gritou.
"AHHHHHHHH!!!
Uma menina começou a gritar no fundo da padaria, assustada com algo no celular. Outras pessoas começaram a olhar o celular e tiveram a mesma reação. //O que está acontecendo?// Peguei meu celular e não havia nada. Hoje em dia as redes sociais são mais rápidas do que tudo. Então meu rádio tocou.
"Muriel. Preciso de você na Ponte da União. Agora!" - disse Padilha.
<center>
[[Estou indo.|1.4.1.1]]
[[O que aconteceu?|1.4.1.2]]
</center>Todas as manhãs eu tomava um café com leite e comia um pão na chapa, mas hoje não. Resolvi pedir um café puro e uma rosquinha açucarada. Todas as manhãs a Senhora Inês tomava um café preto sem açúcar na mesa próxima a TV, e lá estava ela. Todas as manhãs o Senhor Marques lia seu jornal sentado na mesa ao lado do banheiro, e lá estava ele. Todas as manhãs eram assim para eles. Hoje não seria para mim. Pedir algo diferente era algo tão pequeno, mas não para mim. Me sentia diferente. Assim que meu café chegou, alguém gritou. @@color:red;Isso é diferente...@@
"AHHHHHHHH!!!"
Uma menina começou a gritar no fundo da padaria, assustada com algo no celular. Outras pessoas começaram a olhar o celular e tiveram a mesma reação. //O que está acontecendo?// Peguei meu celular e não havia nada. Hoje em dia as redes sociais são mais rápidas do que tudo. Então meu rádio tocou.
"Muriel. Preciso de você na Ponte da União. Agora!" - disse Padilha.
<center>
[[Estou indo.|1.4.2.1]]
[[O que aconteceu?|1.4.2.2]]
</center>Larguei meu café com leite e saí correndo da padaria. Era a primeira vez, em todos esses anos, que meu dia começava diferente. Entrei na viatura, engatei a ré e tentei pensar @@color:red;//o que havia acontecido?//@@ Não tinha tempo para isso. Padilha precisava de mim. Ao sair da vaga correndo acabei acertando o para-choque do carro de alguém. //Acho que era do senhor Marques.// Ele vai entender quando ler o que aconteceu no jornal. Enquanto dirigia pela estrada até a ponte, ficava tentando imaginar o que aconteceu. Qualquer coisa poderia deixar as pessoas histéricas, porque não estavam acostumadas com nada. Pode ter sido apenas um animal morto ou talvez a ponte tenha caído. Alguém pode ter sido atropelado. Talvez uma gangue de outra cidade esteja fechando a ponte, pronta para um tiroteio iguais os das séries, com diversas armas de calibre pesado e uma bazuca.
Estava tão empolgada que passei dos 150 km/h. Nunca havia passado de 60. A viatura já estava fazendo barulho, devido a velocidade, quando finalmente cheguei na Ponte da União.
<center>
[[Sair do carro.|1.4.3]]
</center>
“Um corpo dentro de uma mala no meio da ponte. Vem logo.”
Larguei meu café com leite e saí correndo da padaria. Era a primeira vez, em todos esses anos, que meu dia começava diferente. @@color:red;//Corpo de quem?//@@ Entrei na viatura, engatei a ré e tentei pensar quem poderia ser. Era quase impossível acertar, mas eu gostava de adivinhar as coisas. Não tinha tempo para isso. Padilha precisava de mim. Ao sair da vaga correndo acabei acertando o para-choque do carro de alguém. //Acho que era do senhor Marques.// Ele vai entender quando ler o que aconteceu no jornal. Enquanto dirigia pela estrada até a ponte, ficava tentando imaginar quem seria. Poderia ser alguém de outra cidade. Alguém que resolveu largar um corpo na cidade pequena. Mas tinha a mala. Era nossa marca registrada. Seria muita coincidência. Estava tão empolgada que passei dos 150 km/h. Nunca havia passado de 60. A viatura já estava fazendo barulho, devido a velocidade, quando finalmente cheguei na Ponte da União.
<center>
[[Sair do carro.|1.4.5]]
</center>
Larguei meu café e saí correndo da padaria. Era a primeira vez que estava pedindo algo diferente e nem pude provar. Entrei na viatura, engatei a ré e tentei pensar @@color:red;//o que havia acontecido?//@@ Não tinha tempo para isso. Padilha precisava de mim. Ao sair da vaga correndo acabei acertando o para-choque do carro de alguém. //Acho que era do senhor Marques.// Ele vai entender quando ler o que aconteceu no jornal. Enquanto dirigia pela estrada até a ponte, ficava tentando imaginar o que aconteceu. Qualquer coisa poderia deixar as pessoas histéricas, porque não estavam acostumadas com nada. Pode ter sido apenas um animal morto ou talvez a ponte tenha caído. Alguém pode ter sido atropelado. Talvez uma gangue de outra cidade esteja fechando a ponte, pronta para um tiroteio iguais os das séries, com diversas armas de calibre pesado e uma bazuca. Estava tão empolgada que passei dos 150 km/h. Nunca havia passado de 60. Finalmente cheguei na Ponte da União. Se eu soubesse que fazer um pedido diferente iria quebrar o ciclo tedioso da cidade dessa forma, teria feito antes.
<center>
[[Sair do carro.|1.4.4]]
</center>
“Um corpo dentro de uma mala no meio da ponte. Vem logo.”
Larguei meu café e saí correndo da padaria. Era a primeira vez que estava pedindo algo diferente e nem pude provar. @@color:red;//Corpo de quem?//@@ Entrei na viatura, engatei a ré e tentei pensar quem poderia ser. Era quase impossível acertar, mas eu gostava de adivinhar as coisas. Não tinha tempo para isso. Padilha precisava de mim. Ao sair da vaga correndo acabei acertando o para-choque do carro de alguém. //Acho que era do senhor Marques.// Ele vai entender quando ler o que aconteceu no jornal. Enquanto dirigia pela estrada até a ponte, ficava tentando imaginar quem seria. Poderia ser alguém de outra cidade. Alguém que resolveu largar um corpo na cidade pequena. Mas tinha a mala. Era nossa marca registrada. Seria muita coincidência. Estava tão empolgada que passei dos 150 km/h. Nunca havia passado de 60. Finalmente cheguei na Ponte da União. Se eu soubesse que fazer um pedido diferente iria quebrar o ciclo tedioso da cidade dessa forma, teria feito antes.
<center>
[[Sair do carro.|1.4.6]]
</center>
Padilha estava do lado esquerdo da ponte, sentado no capô do carro. Do lado direito havia uma mala. Minha perna tremia. Esperei tanto por esse momento, que não sabia o que fazer. Não conseguia andar. Então Padilha veio em minha direção.
"Tem um homem morto dentro da mala. Ainda não tive coragem de tirar para ver quem é."
Ele só queria ter um uniforme legal e tomar café de graça na padaria. Não queria solucionar um crime. @@color:red;Eu queria.@@ Mas mesmo assim minha perna não parava de tremer.
<center>
[[Eu vou.|1.5]]
[[Vamos juntos.|1.6]]
[[Vai você.|1.7]]
[[Espera o delegado.|1.8]]
</center>Padilha estava do lado esquerdo da ponte, sentado no capô do carro. Do lado direito havia uma mala. Minha perna tremia. Esperei tanto por esse momento, que não sabia o que fazer. Não conseguia andar. Então Padilha veio em minha direção.
"Tem um homem morto dentro da mala. Ainda não tive coragem de tirar para ver quem é."
Ele só queria ter um uniforme legal e tomar café de graça na padaria. Não queria solucionar um crime. @@color:red;Eu queria.@@ Mas mesmo assim minha perna não parava de tremer.
<center>
[[Eu vou.|1.5]]
[[Vamos juntos.|1.6]]
[[Vai você.|1.7]]
[[Espera o delegado.|1.8]]
</center>Padilha estava do lado esquerdo da ponte, sentado no capô do carro. Do lado direito, a mala. Minha perna tremia. Esperei tanto por esse momento, que não sabia o que fazer. Não conseguia andar. Então Padilha veio em minha direção.
"Ainda não tive coragem de tirar o homem da mala, para ver quem é."
Ele só queria ter um uniforme legal e tomar café de graça na padaria. Não queria solucionar um crime. @@color:red;Eu queria.@@ Mas mesmo assim minha perna não parava de tremer.
<center>
[[Eu vou.|1.5]]
[[Vamos juntos.|1.6]]
[[Vai você.|1.7]]
[[Espera o delegado.|1.8]]
</center>Padilha estava do lado esquerdo da ponte, sentado no capô do carro. Do lado direito, a mala. Minha perna tremia. Esperei tanto por esse momento, que não sabia o que fazer. Não conseguia andar. Então Padilha veio em minha direção.
"Ainda não tive coragem de tirar o homem da mala, para ver quem é."
Ele só queria ter um uniforme legal e tomar café de graça na padaria. Não queria solucionar um crime. @@color:red;Eu queria.@@ Mas mesmo assim minha perna não parava de tremer.
<center>
[[Eu vou.|1.5]]
[[Vamos juntos.|1.6]]
[[Vai você.|1.7]]
[[Espera o delegado.|1.8]]
</center>Eu pedi por isso. Todas as vezes em que patrulhei a cidade, pedi por isso. Imaginava meus vizinhos cometendo algum crime. Imaginava como cada um deles faria. Nunca pensei em algo assim. Agora estava eu aqui, indo descobrir qual deles havia morrido. Cada passo que dava, minhas pernas tremiam menos. Quanto mais me aproximava, mais calma eu ficava. @@color:red;Eu pedi por isso.@@
Botei as luvas. Respirei fundo. Abri a mala. Pelo cheiro, havia morrido há pouco tempo. Tirei o corpo. Reconheci a pessoa na hora. Era Diego Santana. Amigo de Padilha. Eles jogavam futebol juntos no Estádio Cosmos. Não sabia o que dizer para ele. Assim como não soube dizer nada para os pais de Eloy.
<center>
[[Volta pra Delegacia.|1.5.1]]
[[É o Diego Santana.|1.5.2]]
</center>
Fomos juntos. Eu pedi por isso, mas não estava preparada realmente. Todas as vezes em que patrulhei a cidade, pedi por isso. Imaginava meus vizinhos cometendo algum crime. Imaginava como cada um deles faria. Nunca pensei em algo assim. Agora estava eu aqui, do lado de Padilha, indo descobrir qual deles havia morrido. Cada passo que dava, minhas pernas tremiam menos, mas ele parecia querer desistir. Quanto mais me aproximava, mais calma eu ficava, enquanto ele parecia querer voltar correndo. @@color:red;Eu pedi por isso.@@
Padilha já estava de luvas, então botei as minhas. Respirei fundo. Abri a mala. Pelo cheiro, havia morrido há pouco tempo. Tiramos o corpo de dentro, juntos. Droga. Era Diego Santana. Amigo de Padilha. Eles jogavam futebol juntos no Estádio Cosmos. Padilha caiu no chão e começou a vomitar. Eu devia ter feito isso sozinha.
<center>
[[Volta pra viatura.|1.6.1]]
[[Se recomponha.|1.6.2]]
</center>Não consegui. Eu pedi por isso, mas não estava preparada realmente. Todas as vezes em que patrulhei a cidade, pedi por isso. Imaginava meus vizinhos cometendo algum crime. Imaginava como cada um deles faria. Nunca pensei em algo assim. Agora estava eu aqui, sem conseguir fazer o que pedi. Padilha foi. Minhas pernas não paravam de tremer. Eu não ia conseguir.
Padilha foi. Andando lentamente. Suas pernas não tremiam, mas a cada passo ele olhava para trás. Dava para ver no rosto dele, que ele não queria fazer aquilo. Se abaixou. Abriu a mala e retirou o corpo de dentro dela. Então caiu... Padilha caiu no chão e começou a vomitar. Ele foi forte, mas não aguentou. Eu devia ter feito isso sozinha. Eu deveria ter ido. @@color:red;Eu pedi por isso.@@
<center>
[[Ir até Padilha.|1.7.1]]
[[Chamar o Delegado.|1.7.2]]
</center>Padilha concordou. Nada mais justo do que o mais experiente fazer isso. Ainda que a experiência dele fosse zero em crimes. Chamamos pelo rádio.
“Vocês dois precisam resolver isso rápido. Peguem o corpo e tragam para a Delegacia. Estarei aqui aguardando. Câmbio.” - respondeu o delegado.
Decidimos ir juntos. Eu pedi por isso, mas não estava preparada realmente. Todas as vezes em que patrulhei a cidade, pedi por isso. Imaginava meus vizinhos cometendo algum crime. Imaginava como cada um deles faria. Nunca pensei em algo assim. Agora estava eu aqui, do lado de Padilha, indo descobrir qual deles havia morrido. Cada passo que dava, minhas pernas tremiam menos, mas ele parecia querer desistir. Quanto mais me aproximava, mais calma eu ficava, enquanto ele parecia querer voltar correndo. @@color:red;Eu pedi por isso.@@
Padilha já estava de luvas, então botei as minhas. Respirei fundo. Abri a mala. Pelo cheiro, havia morrido há pouco tempo. Tiramos o corpo de dentro, juntos. Droga. Era Diego Santana. Amigo de Padilha. Eles jogavam futebol juntos no Estádio Cosmos. Padilha caiu no chão e começou a vomitar. Eu devia ter feito isso sozinha.
<center>
[[Volta pra viatura.|1.6.1]]
[[Se recomponha.|1.6.2]]
</center>
Disse para Padilha voltar para a delegacia e me esperar lá. Ele não atendeu ao pedido. Veio andando na direção de Diego. Queria saber quem era. Queria me ajudar. Antes que ele pudesse chegar perto o suficiente para reconhecer, virei o corpo. Pedi novamente para ele me esperar na delegacia, mas ele continuou andando.
“Eu pego pelos braços e você pelas pernas. Vamos.” - disse Padilha.
Não adiantava. Uma hora ele iria descobrir mesmo. Assim que levantamos o corpo, Padilha caiu no chão, derrubando o corpo. //Droga, Padilha. Eu mandei você voltar pra delegacia.// Ele começou a vomitar. Ver um amigo morto assim, dentro de uma mala, não é fácil. @@color:red;Lembrei de Eloy.@@ Pobre Eloy. Padilha voltou para me ajudar a pôr o corpo na viatura. Ele precisava ser forte. Tinha que ser. Eu fui.
<center>
[[Voltar para a Delegacia.|2]]
</center>Assim que avisei, Padilha desabou. Não adiantava. Uma hora ele iria descobrir mesmo. Comecei a carregar o corpo, arrastando-o pelo chão da Ponte da União. Quando cheguei perto da viatura, Padilha estava vomitando. Ver um amigo morto assim, dentro de uma mala, não é fácil. @@color:red;Lembrei de Eloy.@@ Pobre Eloy. Padilha voltou para me ajudar a pôr o corpo na viatura. Ele precisava ser forte. Tinha que ser. Eu fui.
<center>
[[Voltar para a Delegacia.|2]]
</center>Mandei Padilha voltar pra viatura. Ele não estava em condições de fazer nada. Ver um amigo morto assim, dentro de uma mala, não é fácil. @@color:red;Lembrei de Eloy.@@ Pobre Eloy. Comecei a arrastar o corpo pelo chão da Ponte da União. Não havia sangue. Não havia nada. A mala estava limpa, como se tivesse acabado de ser fabricada. Quando cheguei na viatura, Padilha me ajudou a pôr no banco traseiro. Ele precisava ser forte. Tinha que ser. Eu fui.
<center>
[[Voltar para a Delegacia.|2]]
</center>Mandei Padilha se recompor. Ele precisava me ajudar. Ele não estava em condições de fazer nada, mas precisava ser forte. Ver um amigo morto assim, dentro de uma mala, não é fácil. @@color:red;Lembrei de Eloy.@@ Pobre Eloy. Comecei a arrastar o corpo pelo chão da Ponte da União. Não havia sangue. Não havia nada. A mala estava limpa. Como se tivesse acabado de ser fabricada. Padilha então voltou para me ajudar a pôr o corpo na viatura. Pediu desculpas, após limpar o vômito do rosto. Ele precisava ser forte. Tinha que ser. Eu fui.
<center>
[[Voltar para a Delegacia.|2]]
</center>Eu não deveria ter deixado ele ir sozinho. Corri até Padilha. Limpei sua boca com a manga da camisa e o carreguei pelo ombro até o carro. //"Fique aqui."// Quando voltei até a mala, entendi. Era Diego Santana. Amigo dele. Jogavam futebol juntos no Estádio Cosmos. Ver um amigo morto assim, dentro de uma mala, não é fácil. @@color:red;Lembrei de Eloy.@@ Pobre Eloy. Padilha voltou para me ajudar a pôr o corpo na viatura. Ele precisava ser forte. Tinha que ser. Eu fui.
<center>
[[Voltar para a Delegacia.|2]]
</center>
Informei ao Delegado Tenório o que havia acontecido. Um homem morto. Padilha vomitando. Estava tudo um caos.
"Traga tudo para a delegacia, Muriel. Padilha e o morto. Estarei esperando aqui. Câmbio." - respondeu.
Ótimo. Muito obrigado. Eu não deveria ter deixado ele ir sozinho. Corri até Padilha. Limpei sua boca com a manga da camisa e o carreguei pelo ombro até o carro. //"Fique aqui."// Quando voltei até a mala, entendi. Era Diego Santana. Amigo dele. Jogavam futebol juntos no Estádio Cosmos. Ver um amigo morto assim, dentro de uma mala, não é fácil. @@color:red;Lembrei de Eloy.@@ Pobre Eloy. Padilha voltou para me ajudar a pôr o corpo na viatura. Ele precisava ser forte. Tinha que ser. Eu fui.
<center>
[[Voltar para a Delegacia.|2]]
</center>
Voltamos para a delegacia na minha viatura, com as sirenes ligadas. Todos na cidade olhavam. Estavam assustados. Era o primeiro assassinato na cidade. Era a primeira vez em que eles não se sentiam seguros. @@color:red;Olhei pelo retrovisor e me peguei sorrindo.@@ Estava animada com aquilo. Diferente de Padilha. Ele estava assustado. Perdeu a alegria em seu rosto. Ele nunca mais será o mesmo. Nem ele e nem a cidade. //Eu espero.//
A delegacia não tinha um lugar específico para pôr o corpo, então o deixamos na cela. Cortamos sua roupa com a tesoura de papelaria mesmo. Era o que nós tínhamos. Não estávamos prontos paro isso, mas deveríamos. Diferente da cidade que ficaria cheia de marcas, o corpo de Diego Santana não tinha nenhuma. Em seu bolso encontrei um papel de anotações com um número 1 escrito, bem grande. Estranho. //Seria ele a primeira vítima ou apenas uma coincidência infeliz?//
//“O que você acha disso, Muriel?”// - perguntou Tenório.
<center>
[[Coincidência.|2.2]]
[[Serial Killer.|2.1]]
</center>Aquele papel no bolso poderia ser qualquer coisa. Eu que queria que fosse um serial killer. Mas aqui? Logo na cidade onde ninguém comete nenhum crime? Seria loucura. Precisava focar em quem matou Diego Santana na Ponte da União. Só isso. Eu não estava em um seriado. Pelo menos teria um assassino para procurar, assim como procurava meus amigos no pique-esconde quando criança. @@color:red;Eu era boa em encontrar eles.@@
“Tente descobrir quem filmou o corpo na mala e enviou para o celular das pessoas. Depois volte aqui, olhe de novo as roupas e o corpo. Talvez tenha passado algo.” - disse Tenório.
<center>
[[Sim, senhor.|2.3]]
</center>
Ele foi o primeiro. Teremos mais. Por isso o número 1 no papel. Não tinha porque ele ter um papel apenas com um número anotado. A falta de marcas no corpo. A forma como tudo estava tão limpo e arrumado. A mala deixada na ponte, querendo ser encontrada. Ele não jogou no rio, nem nada. Deixou lá para que nós achássemos. Não foi uma morte comum. Ele foi o primeiro e teremos mais.
“Isso é loucura, Muriel. Um serial killer na nossa cidade? Ninguém nunca matou aqui e não seria agora que iria começar. Deve ter sido alguém de outra cidade. Tem que ter uma explicação.” - disse Tenório.
Talvez. Talvez eu estivesse tentando me convencer que teria uma aventura. Que teria um assassino para procurar, assim como procurava meus amigos no pique-esconde quando criança. @@color:red;Eu era boa em encontrar eles.@@
<center>
[[Discordo, senhor.|2.1.1]]
[[Sim, senhor.|2.1.2]]
</center>
Não faz sentido deixar o corpo na ponte. Também não faz sentido o papel no bolso. Nós precisamos investigar isso considerando que teremos novas mortes. Só assim vamos conseguir evitar um caos na cidade. O problema é que eles só iriam acreditar em mim @@color:red;quando o segundo corpo aparecesse.@@
“Pare de inventar coisas e assustar a cidade. Tente descobrir quem filmou o corpo na mala e enviou para o celular das pessoas. Depois volte aqui, olhe de novo as roupas e o corpo. Talvez tenha passado algo.” - disse Tenório.
<center>
[[Sim, senhor.|2.3]]
</center>Ele tem razão. É apenas um papel. Preciso parar de sonhar e cair na realidade. Eles precisam de mim focada. Concentrada. Ainda há um assassino a solta. Talvez ainda na cidade. Torço por isso. @@color:red;Quero prender esse maldito.@@
“Tente descobrir quem filmou o corpo na mala e enviou para o celular das pessoas. Depois volte aqui, olhe de novo as roupas e o corpo. Talvez tenha passado algo.” - disse Tenório.
<center>
[[Sim, senhor.|2.3]]
</center>O delegado queria liberar logo o corpo para a família, então eu só teria um dia para fazer isso tudo. Precisava ser rápida para encontrar o autor do vídeo. Poderia ter sido o assassino ou poderia ser algum curioso que passava pela ponte. Independente disso, ele tinha o telefone das pessoas da cidade. @@color:red;Era alguém daqui e eu iria encontrar.@@
“Eu vou passar no Hospital Sofia de Menezes para verificar se alguém lá recebeu os vídeos. Onde você vai?” - perguntou Padilha.
Ainda não sabia. Havia feito uma lista dos locais onde eu teria mais facilidade em conseguir informação. O Parque da Juventude teria uma grande quantidade de pessoas. No Banco Etimus, todo mundo gostava de falar e fofocar. Na Padaria do Fernando, eu poderia conseguir alguma informação com o próprio Fernando. No Hotel Otto, Marta sempre sabia de tudo.
<center>
[[Parque.|2.3.1]]
[[Banco.|2.3.2]]
[[Padaria.|2.3.3]]
[[Hotel.|2.3.4]]
</center>Decidi ir até o Parque da Juventude. Muitas pessoas frequentavam o parque durante o dia e alguém poderia me ajudar. Assim que parei a viatura na calçada, todos me olharam. Sabiam porque eu estava ali. As pessoas ainda não estavam com medo, mas já começavam a agir diferente. Aquilo era estranho para eles. @@color:red;Alguém foi morto.@@ Caminhei pelos tijolinhos vermelhos que levavam até o centro do parque. Costumava brincar ali com meus amigos. Hoje as crianças só queriam saber de brincar no celular.
“Bom dia, Muriel. Já sabem quem estava na mala?” - perguntou uma senhora, que não me recordo o nome.
<center>
[[Não posso informar.|2.3.1.1]]
[[Diego Santana.|2.3.1.2]]
</center>Decidi ir até o Banco Etimus. Eles eram sempre gentis comigo, devido a escolta nos dias de fazer transferências para a cidade grande. Assim que parei a viatura na calçada, todos me olharam lá de dentro. Sabiam porque eu estava ali. As pessoas ainda não estavam com medo, mas já começavam a agir diferente. Aquilo era estranho para eles. @@color:red;Alguém foi morto.@@ O segurança liberou a porta giratória e me deixou entrar, como era de costume. Me cumprimentou puxando o quepe um pouco para baixo. Antes de terminar de girar, o gerente do banco já estava esperando para falar comigo.
“Bom dia, Muriel. Já sabem quem estava na mala?” - perguntou Marcus.
<center>
[[Não posso informar.|2.3.2.1]]
[[Diego Santana.|2.3.2.2]]
</center>Decidi ir até a Padaria do Fernando. Era onde eu estava quando tudo começou. Assim que parei a viatura na calçada, todos me olharam lá de dentro. Sabiam porque eu estava ali. As pessoas ainda não estavam com medo, mas já começavam a agir diferente. Aquilo era estranho para eles. @@color:red;Alguém foi morto.@@ Assim que entrei, Fernando veio falar comigo. Só que dessa vez, ele não fez a mesma pergunta de sempre. Ele não me perguntou se eu iria querer o mesmo de sempre. Ele me perguntou algo diferente. E não foi se eu queria mudar pedido.
“Bom dia, Muriel. Já sabem quem estava na mala?” - perguntou Fernando.
<center>
[[Não posso informar.|2.3.3.1]]
[[Diego Santana.|2.3.3.2]]
</center>
Decidi ir até o Hotel Otto. Eles poderiam me dizer se algum hóspede parecia ser suspeito. Eles geralmente recebiam investidores da Fábrica Dillad e algumas famílias que estavam viajando. Assim que parei a viatura na calçada, todos me olharam lá de dentro. Sabiam porque eu estava ali. As pessoas ainda não estavam com medo, mas já começavam a agir diferente. Aquilo era estranho para eles. @@color:red;Alguém foi morto.@@ Assim que entrei, a gerente veio falar comigo. Ela era amiga de minha mãe. Marta. Parecia nervosa. Uma morte daquelas poderia ser ruim para os negócios.
“Bom dia, Muriel. Já sabem quem estava na mala?” - perguntou Marta.
<center>
[[Não posso informar.|2.3.4.1]]
[[Diego Santana.|2.3.4.2]]
</center>Uma vez vi num seriado, que o assassino gosta de saber como está indo a investigação. Não para saber se a polícia está perto de capturá-lo, mas para poder fazer parte do caso. Queriam estar próximos. @@color:red;Vivenciar cada momento.@@
“Ah, claro. Me desculpe. Em que posso ajudar?” - disse a senhora.
Quando perguntei se ela sabia quem havia enviado o vídeo, me respondeu de primeira. //Felipe Azevedo.// Até me contou algumas fofocas sobre ele, mas meu tempo estava acabando e eu precisava decidir qual seria meu próximo destino.
<center>
[[Delegacia.|3.1]]
[[Casa dos Azevedo.|3.2]]
</center>Uma vez vi num seriado, que o assassino gosta de saber como está indo a investigação. Não para saber se a polícia está perto de capturá-lo, mas para poder fazer parte do caso. Queriam estar próximos. @@color:red;Vivenciar cada momento.@@
“Minha nossa! Pobre Diego. Ele jogava futebol com meu filho.” - disse a senhora.
Quando perguntei se ela sabia quem havia enviado o vídeo, me respondeu de primeira. //Felipe Azevedo.// Até me contou algumas fofocas sobre ele, mas meu tempo estava acabando e eu precisava decidir qual seria meu próximo destino.
<center>
[[Delegacia.|3.1]]
[[Casa dos Azevedo.|3.2]]
</center>Uma vez vi num seriado, que o assassino gosta de saber como está indo a investigação. Não para saber se a polícia está perto de capturá-lo, mas para poder fazer parte do caso. Queriam estar próximos. @@color:red;Vivenciar cada momento.@@
“Ah, claro. Me desculpe. Em que posso ajudar?” - disse Marcus.
Marcus não parecia um criminoso. Sempre foi uma boa pessoa. Gentil. Pelo menos era assim que me lembrava dele, nos dias de segurança. Me levou até a sala dele e conversamos. Disse que estava preocupado, pois aquilo poderia ser o início de uma onda de crimes e até mesmo assaltos a banco. Quando perguntei se ele sabia quem havia enviado o vídeo, me respondeu de primeira. //Felipe Azevedo.// Meu tempo estava acabando e eu precisava decidir qual seria meu próximo destino.
<center>
[[Delegacia.|3.1]]
[[Casa dos Azevedo.|3.2]]
</center>Uma vez vi num seriado, que o assassino gosta de saber como está indo a investigação. Não para saber se a polícia está perto de capturá-lo, mas para poder fazer parte do caso. Queriam estar próximos. @@color:red;Vivenciar cada momento.@@
“Diego? Minha nossa. Lembro dele. Em que posso ajudar?” - disse Marcus.
Marcus não parecia um criminoso. Sempre foi uma boa pessoa. Gentil. Pelo menos era assim que me lembrava dele, nos dias de segurança. Me levou até a sala dele e conversamos. Disse que estava preocupado, pois aquilo poderia ser o início de uma onda de crimes e até mesmo assaltos a banco. Quando perguntei se ele sabia quem havia enviado o vídeo, me respondeu de primeira. //Felipe Azevedo.// Meu tempo estava acabando e eu precisava decidir qual seria meu próximo destino.
<center>
[[Delegacia.|3.1]]
[[Casa dos Azevedo.|3.2]]
</center>Uma vez vi num seriado, que o assassino gosta de saber como está indo a investigação. Não para saber se a polícia está perto de capturá-lo, mas para poder fazer parte do caso. Queriam estar próximos. @@color:red;Vivenciar cada momento.@@
“Ah, claro. Me desculpe. Posso preparar aquele café especial?” - disse Fernando.
Fernando não parecia um criminoso. Sempre foi uma boa pessoa. Gentil. Pelo menos era assim que me lembrava dele, todas as manhãs. O café especial dele era feito com café preto extra forte e uma dose de álcool. Padilha me ensinou isso, quando tivemos um plantão ruim caçando ratos pela floresta. Quando perguntei se ele sabia quem havia enviado o vídeo, me respondeu de primeira. //Felipe Azevedo.// Meu tempo estava acabando e eu precisava decidir qual seria meu próximo destino.
<center>
[[Delegacia.|3.1]]
[[Casa dos Azevedo.|3.2]]
</center>Uma vez vi num seriado, que o assassino gosta de saber como está indo a investigação. Não para saber se a polícia está perto de capturá-lo, mas para poder fazer parte do caso. Queriam estar próximos. @@color:red;Vivenciar cada momento.@@
“Pobre Diego. Sempre passava aqui após o futebol. Posso preparar aquele café especial?” - disse Fernando.
Fernando não parecia um criminoso. Sempre foi uma boa pessoa. Gentil. Pelo menos era assim que me lembrava dele, todas as manhãs. O café especial dele era feito com café preto extra forte e uma dose de álcool. Padilha me ensinou isso, quando tivemos um plantão ruim caçando ratos pela floresta. Quando perguntei se ele sabia quem havia enviado o vídeo, me respondeu de primeira. //Felipe Azevedo.// Meu tempo estava acabando e eu precisava decidir qual seria meu próximo destino.
<center>
[[Delegacia.|3.1]]
[[Casa dos Azevedo.|3.2]]
</center>Uma vez vi num seriado, que o assassino gosta de saber como está indo a investigação. Não para saber se a polícia está perto de capturá-lo, mas para poder fazer parte do caso. Queriam estar próximos. @@color:red;Vivenciar cada momento.@@
“Ah, claro. Me desculpe. Em que posso ajudar?” - disse Marta
A senhora Marta não parecia uma criminosa. Sempre foi uma boa pessoa. Gentil. Pelo menos era assim que me lembrava dela, quando a via nas festas de minha mãe. Com o tempo fomos perdendo o contato, mas sempre a via cuidando do jardim do hotel, quando passava de viatura pelas manhãs. Quando perguntei se ela sabia quem havia enviado o vídeo, me respondeu de primeira. //Felipe Azevedo.// Meu tempo estava acabando e eu precisava decidir qual seria meu próximo destino.
<center>
[[Delegacia.|3.1]]
[[Casa dos Azevedo.|3.2]]
</center>
Uma vez vi num seriado, que o assassino gosta de saber como está indo a investigação. Não para saber se a polícia está perto de capturá-lo, mas para poder fazer parte do caso. Queriam estar próximos. @@color:red;Vivenciar cada momento.@@
“Não me recordo agora de nome. Espero que a família esteja bem. Em que posso ajudar?” - disse Marta
A senhora Marta não parecia uma criminosa. Sempre foi uma boa pessoa. Gentil. Pelo menos era assim que me lembrava dela, quando a via nas festas de minha mãe. Com o tempo fomos perdendo o contato, mas sempre a via cuidando do jardim do hotel, quando passava de viatura pelas manhãs. Quando perguntei se ela sabia quem havia enviado o vídeo, me respondeu de primeira. //Felipe Azevedo.// Meu tempo estava acabando e eu precisava decidir qual seria meu próximo destino.
<center>
[[Delegacia.|3.1]]
[[Casa dos Azevedo.|3.2]]
</center>Resolvi voltar para a delegacia. Tinha pouco tempo para examinar o corpo de Diego Santana antes que ele fosse levado para o enterro. Depois eu cuidava de Felipe Azevedo. Chegando na delegacia, encontrei o delegado Tenório dormindo em sua sala. Ele vai precisar ficar muito tempo acordado amanhã. Não vou julgar. Antes que pudesse chegar até a cela onde estava o corpo, o telefone tocou. Eram os pais de Diego. Estavam indo buscar o corpo.
“Você tem cinco minutos, Muriel!” - gritou o delegado.
Cinco minutos. Era o que eu tinha para tentar encontrar algo. Revirei o corpo de um lado para o outro e não encontrei nada. Ele estava intacto. O assassino foi extremamente cuidadoso. @@color:red;Porque ele teria todo esse cuidado, para depois largar o corpo no meio da ponte?@@ Então a família chegou. Queria pedir para que olhassem o corpo, mas talvez não foi muito delicado da minha parte. Era um momento difícil.
“Posso levar meu filho?” - perguntou a senhora Santana
<center>
[[Sim, senhora.|3.1.1]]
[[Uma última coisa.|3.1.2]]
</center>Assim que cheguei na frente da casa de Felipe Azevedo, percebi os olhares dos vizinhos pelas janelas. Eles sabiam porque eu estava lá. Haviam recebido o vídeo. Haviam compartilhado. Provavelmente ele não é o culpado, mas não tomou a atitude correta. Deveria ter chamado a polícia imediatamente e não ter feito um vídeo. Toquei a campainha. Felipe abriu a porta nervoso e antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ele começou a pedir desculpas.
“Desculpe, policial. Não deveria ter filmado aquilo. Eu juro que sou inocente. Apenas estava passando por lá.” - disse Felipe
Entramos na casa, para não dar nenhum espetáculo aos vizinhos. Sentados no sofá na sala, ele me contou que não havia visto ninguém próximo da Ponte da União. Só a mala. Verifiquei o celular, procurando uma ligação por volta do horário do crime ou alguma mensagem suspeita, mas não havia nada. Ele não era culpado. @@color:red;Apenas curioso.@@ O meu tempo estava quase acabando. Poderia correr até a delegacia e tentar chegar rápido o suficiente para examinar o corpo ou então ir logo para o cemitério, aguardar o enterro.
<center>
[[Delegacia.|3.2.1]]
[[Cemitério.|3.2.2]]
</center>
Não tinha nada ali. Seria pior ainda fazer a mãe examinar o corpo do próprio filho, porque a polícia não era capaz. Nós não estávamos preparados para aquilo. Nós procurávamos gatos perdidos e lidávamos com vizinhos fofoqueiros brigando. @@color:red;Nada como aquilo.@@ Nem os funcionários do cemitério que foram buscar o corpo estavam. Dava para perceber em suas faces.
“Obrigado pela discrição. Torço para que peguem o culpado por isso.” - disse a senhora Santana.
<center>
[[Nós pegaremos.|3.1.1.1]]
[[Eu pegarei.|3.1.1.2]]
</center>Era minha última chance de conseguir alguma pista. Fazer a mãe examinar o corpo do próprio filho, porque a polícia não era capaz, não era nada legal. Nós não estávamos preparados para aquilo. Nós procurávamos gatos perdidos e lidávamos com vizinhos fofoqueiros brigando. Nada como aquilo. Nem os funcionários do cemitério que foram buscar o corpo estavam. Dava para perceber em suas faces.
“Meu filho não tem aquela pinta atrás, no pescoço.” - disse a senhora Santana.
Pinta? Peguei o abajur do escritório para olhar melhor. Não era uma pinta. @@color:red;Era um furo.@@ Uma perfuração de agulha. Tão pequena, que era quase imperceptível. Apenas uma mãe para enxergar aquele pequeno ponto diferente no corpo do filho. Agradeci e prestei meus sentimentos. Valeu a pena. Finalmente uma pista. Agora teríamos por onde começar.
“Obrigado pela discrição. Torço para que peguem o culpado por isso.” - disse a senhora Santana.
<center>
[[Nós pegaremos.|3.1.2.1]]
[[Eu pegarei.|3.1.2.2]]
</center>Eles precisavam confiar na polícia. Era a primeira vez que precisavam de fato dela. Fomos todos juntos para o cemitério, na tentativa de passar segurança a cidade. Todos estavam presentes no enterro. Os comércios fecharam para que as pessoas pudessem prestar seus sentimentos a família Santana. Menos a fábrica. @@color:red;A fábrica nunca parava.@@ Sabia bem disso pelo meu pai. Ele cumpria o horário rigorosamente. Sempre esteve em casa a noite, mas nunca pôde ir nas feiras de ciência ou nas partidas de futebol da escola. Minha mãe já era o contrário. Os horários dos plantões no hospital eram completamente aleatórios e eu nunca sabia quando ela estaria comigo. Até esteve presente em algumas atividades escolares, mas quem estava lá sempre eram meus avós.
Depois que o Banqueiro, Walter Esteves, construiu o prédio novo e passou a ficar todos os dias em sua sala no último andar, as produções da fábrica só aumentaram. O desgaste dos funcionários também.
Enquanto o Padre Ezequiel proferia belas palavras, eu observava. O assassino poderia estar ali. Sentindo o sofrimento das pessoas. Vivenciando esse momento único. Olhei para o rosto de cada um, procurando uma lágrima falsa. Procurando um sorriso. Procurando algo. No final, percebi que apenas eu não estava triste ali.
<center>
[[Voltar para casa.|3.3]]
</center>Era a chance que eu precisava. Me destacar. Mostrar que era diferente daqueles dois. Padilha era um cara legal, mas não servia para a polícia. O delegado só pensava em se aposentar. Nenhum dos dois iria capturar ninguém. A cidade precisava de mim. Fui seguindo o carro da senhora Santana, tentando passar para ela um pouco de segurança. Era o que a cidade precisava agora. Todos estavam presentes no enterro. Os comércios fecharam para que as pessoas pudessem prestar seus sentimentos a família Santana. Menos a fábrica. @@color:red;A fábrica nunca parava.@@ Sabia bem disso pelo meu pai. Ele cumpria o horário rigorosamente. Sempre esteve em casa a noite, mas nunca pôde ir nas feiras de ciência ou nas partidas de futebol da escola. Minha mãe já era o contrário. Os horários dos plantões no hospital eram completamente aleatórios e eu nunca sabia quando ela estaria comigo. Até esteve presente em algumas atividades escolares, mas quem estava lá sempre eram meus avós.
Depois que o Banqueiro, Walter Esteves, construiu o prédio novo e passou a ficar todos os dias em sua sala no último andar, as produções da fábrica só aumentaram. O desgaste dos funcionários também.
Enquanto o Padre Ezequiel proferia belas palavras, eu observava. O assassino poderia estar ali. Sentindo o sofrimento das pessoas. Vivenciando esse momento único. Olhei para o rosto de cada um, procurando uma lágrima falsa. Procurando um sorriso. Procurando algo. No final, percebi que apenas eu não estava triste ali.
<center>
[[Voltar para casa.|3.3]]
</center>Eles precisavam confiar na polícia. Era a primeira vez que precisavam de fato dela e provavelmente vão precisar novamente, após a descoberta da agulha. Fomos todos juntos para o cemitério, na tentativa de passar segurança a cidade. Todos estavam presentes no enterro. Os comércios fecharam para que as pessoas pudessem prestar seus sentimentos a família Santana. Menos a fábrica. @@color:red;A fábrica nunca parava.@@ Depois que o Banqueiro, Walter Esteves, construiu o prédio novo e passou a ficar todos os dias em sua sala no último andar, as produções da fábrica só aumentaram. O desgaste dos funcionários também.
Enquanto o Padre Ezequiel proferia belas palavras, eu observava. O assassino poderia estar ali. Sentindo o sofrimento das pessoas. Vivenciando esse momento único. Olhei para o rosto de cada um, procurando uma lágrima falsa. Procurando um sorriso. Procurando algo. No final, percebi que apenas eu não estava triste ali.
<center>
[[Voltar para casa.|3.4]]
</center>
Era a chance que eu precisava. Me destacar. Mostrar que era diferente daqueles dois. Padilha era um cara legal, mas não servia para a polícia. O delegado só pensava em se aposentar. Nenhum dos dois iria capturar ninguém. A cidade precisava de mim. O assassino atacaria novamente e essa pista mostrou isso. Aquilo assustou a eles.
Fui seguindo o carro da senhora Santana, tentando passar para ela um pouco de segurança. Era o que a cidade precisava agora. Todos estavam presentes no enterro. Os comércios fecharam para que as pessoas pudessem prestar seus sentimentos a família Santana. Menos a fábrica. @@color:red;A fábrica nunca parava.@@ Depois que o Banqueiro, Walter Esteves, construiu o prédio novo e passou a ficar todos os dias em sua sala no último andar, as produções da fábrica só aumentaram. O desgaste dos funcionários também.
Enquanto o Padre Ezequiel proferia belas palavras, eu observava. O assassino poderia estar ali. Sentindo o sofrimento das pessoas. Vivenciando esse momento único. Olhei para o rosto de cada um, procurando uma lágrima falsa. Procurando um sorriso. Procurando algo. No final, percebi que apenas eu não estava triste ali.
<center>
[[Voltar para casa.|3.4]]
</center>Liguei a sirene e acelerei em direção a delegacia. @@color:red;Talvez chegue a tempo.@@ A sirene deixava os vizinhos mais curiosos ainda. Quando cheguei, a senhora Santana já estava lá. Me conformei em não poder examinar o corpo uma última vez. Não tinha nada ali mesmo. Até poderia tentar fazer isso com ela no local, mas seria pior ainda fazer a mãe examinar o corpo do próprio filho. Nós não estávamos preparados para aquilo. Nós procurávamos gatos perdidos e lidávamos com vizinhos fofoqueiros brigando. Nada como aquilo. Nem os funcionários do cemitério que foram buscar o corpo estavam. Dava para perceber em suas faces.
“Obrigado pela discrição. Torço para que peguem o culpado por isso.” - disse a senhora Santana.
<center>
[[Nós pegaremos.|3.1.1.1]]
[[Eu pegarei.|3.1.1.2]]
</center>
Cheguei no cemitério antes de todos. Nesse momento a família de Diego deveria estar na delegacia buscando o corpo. Infelizmente não tive tempo de examinar mais uma vez, mas se aquele bilhete numerado no bolso for realmente o primeiro, eu teria mais uma chance em breve. As pessoas começaram a chegar. Toda a cidade estava presente no enterro. Os comércios fecharam para que as pessoas pudessem prestar seus sentimentos a família Santana. Menos a fábrica. @@color:red;A fábrica nunca parava.@@ Sabia bem disso pelo meu pai. Ele cumpria o horário rigorosamente. Sempre esteve em casa a noite, mas nunca pôde ir nas feiras de ciência ou nas partidas de futebol da escola. Minha mãe já era o contrário. Os horários dos plantões no hospital eram completamente aleatórios e eu nunca sabia quando ela estaria comigo. Até esteve presente em algumas atividades escolares, mas quem estava lá sempre eram meus avós.
Depois que o Banqueiro, Walter Esteves, construiu o prédio novo e passou a ficar todos os dias em sua sala no último andar, as produções da fábrica só aumentaram. O desgaste dos funcionários também.
Enquanto o Padre Ezequiel proferia belas palavras, eu observava. O assassino poderia estar ali. Sentindo o sofrimento das pessoas. Vivenciando esse momento único. Olhei para o rosto de cada um, procurando uma lágrima falsa. Procurando um sorriso. Procurando algo. No final, percebi que apenas eu não estava triste ali.
<center>
[[Voltar para casa.|3.3]]
</center>
Assim que cheguei em casa, preparei um café. Deveria estar indo dormir após esse dia agitado, mas não iria conseguir. @@color:red;Muitas coisas passando pela minha cabeça.@@ Pensei na minha família. Meus avós estiveram no enterro, mas meus pais não. Queria ligar para eles para perguntar como estavam, mas já era tarde. A última novela passava na TV e os vizinhos haviam apagado as luzes. Eu era a única acordada.
<center>
[[Dormir.|331]]
[[Ligar.|3.3.2]]
</center>Assim que cheguei em casa, preparei um café. Deveria estar indo dormir após esse dia agitado, mas não iria conseguir. @@color:red;Muitas coisas passando pela minha cabeça.@@ Não ter visto ninguém da fábrica no enterro poderia ser suspeito, mas eu sabia como eles eram.
Sabia bem disso pelo meu pai. Ele cumpria o horário rigorosamente. Sempre esteve em casa a noite, mas nunca pôde ir nas feiras de ciência ou nas partidas de futebol da escola. Minha mãe já era o contrário. Os horários dos plantões no hospital eram completamente aleatórios e eu nunca sabia quando ela estaria comigo. Até esteve presente em algumas atividades escolares, mas quem estava lá sempre eram meus avós. Os dois também estiveram no enterro, diferente de meus pais.
Queria ligar para eles para perguntar como estavam, mas já era tarde. A última novela passava na TV e os vizinhos haviam apagado as luzes.
<center>
[[Dormir.|341]]
[[Ligar.|342]]
</center>O dia seguinte começou e eu esperava que as coisas fossem diferentes. Mas eu continuava fazendo as mesmas coisas de sempre. Tomei banho. Botei o uniforme. Olhei o jornal local por três minutos e saí. Como todos os dias antes do assassinato. Passei primeiro na Delegacia. Chequei a caixa postal. Vazia. Fui até a Padaria do Fernando tomar meu café. Estacionei a viatura na frente da padaria e permaneci no carro. Olhei o movimento lá dentro. Procurei por alguém diferente. Não encontrei. Entrei esperando que as pessoas estivessem diferentes. Abaladas. Nervosas. Tristes. Sei lá. Qualquer coisa de diferente. Mas não. Assim que entrei e dei bom dia, Fernando comprovou isso.
//”Bom dia, Muriel. O mesmo de sempre?”//
Então entendi porque o delegado liberou tão rápido o corpo. @@color:red;Ele não queria uma investigação.@@ Não queria algo demorado. Ele queria que no dia seguinte tudo continuasse como sempre. Ele não queria atrapalhar a senhora Inês de tomar seu café preto sem açúcar na mesa próxima a TV. Ele não queria atrapalhar o Senhor Marques de ler seu jornal na mesa ao lado do banheiro.
Eu não podia ficar ali. Precisava fazer algo. Precisava investigar. Precisa ir para...
<center>
[[Cemitério.|3.4.1.1]]
[[Ponte.|3.4.1.2]]
</center>O dia seguinte começou igual aos outros. Tomei banho. Botei o uniforme. Olhei o jornal local por três minutos e saí. Passei primeiro na Delegacia. Chequei a caixa postal. @@color:red;Vazia.@@ Fui até a Padaria do Fernando tomar meu café. Estacionei a viatura na frente e permaneci no carro. Todos lá dentro estavam seguindo as mesmas rotinas de sempre. Ninguém mudou. Ninguém estava preocupado com o assassinato. Nada. Perdi a vontade de tomar meu café, como fazia todas as manhãs. Quando liguei o carro novamente, meu rádio tocou.
“Muriel. Preciso de você no cinema. Outra mala.” - disse Padilha.
Eu sabia. Só não esperava que fosse tão rápido.
<center>
[[Ir ao cinema.|3.4.1.2.2]]
</center>O dia seguinte começou e eu esperava que as coisas fossem diferentes. Mas eu continuava fazendo as mesmas coisas de sempre. Tomei banho. Botei o uniforme. Olhei o jornal local por três minutos e saí. Como todos os dias antes do assassinato. Passei primeiro na Delegacia. Chequei a caixa postal. Vazia. Fui até a Padaria do Fernando tomar meu café. Estacionei a viatura na frente da padaria e permaneci no carro. Olhei o movimento lá dentro. Procurei por alguém diferente. Não encontrei. Entrei esperando que as pessoas estivessem diferentes. Abaladas. Nervosas. Tristes. Sei lá. Qualquer coisa de diferente. Mas não. Assim que entrei e dei bom dia, Fernando comprovou isso.
//”Bom dia, Muriel. O mesmo de sempre?”//
Então entendi porque o delegado liberou tão rápido o corpo. @@color:red;Ele não queria uma investigação.@@ Não queria algo demorado. Ele queria que no dia seguinte tudo continuasse como sempre. Ele não queria atrapalhar a senhora Inês de tomar seu café preto sem açúcar na mesa próxima a TV. Ele não queria atrapalhar o Senhor Marques de ler seu jornal na mesa ao lado do banheiro.
Eu não podia ficar ali. Precisava fazer algo. Precisava investigar. Precisa ir para...
<center>
[[Cemitério.|3.3.1.1]]
[[Ponte.|3.3.1.2]]
</center>Minha mãe ficou preocupada com a ligação. Era tarde e eu não costumava ligar nunca. Perguntou se eu estava doente ou se precisava de algo. Eu não podia dizer do que precisava. Ela não entenderia. Precisava de outra mala. Precisava de outra oportunidade. Precisava de uma aventura. Igual as da televisão. Apenas respondi que liguei por eles não terem aparecido no enterro. Conversamos por mais alguns minutos e dormi.
Sonhei com a mala. Lá estava eu. Andando na direção da mala novamente. Andando pela Ponte da União. Os gêmeos me olhando. Assim como me olharam quando encontrei a mala vermelha no antigo prédio da fábrica. Continuei caminhando. Eles continuaram me olhando. Não pode ser Eloy dentro. Não pode. Era outra pessoa. Eles deixaram outra mala para mim. @@color:red;Para mim.@@ Outra vítima dos gêmeos. Eu sempre soube que eles haviam matado Eloy. Mas era apenas uma criança. Não podia provar nada. //Foi um infeliz acidente, disseram.// Não foi. Não foi. Eles não estavam brincando. Ou estavam?
<center>
[[...|332]]
</center>Voltei ao Cemitério Balsamar sem saber o que realmente estava fazendo. Talvez esperando que Diego saísse do caixão e me contasse quem fez aquilo com ele. Infelizmente isso não iria acontecer. Caminhei até a lápide de Eloy. //O melhor filho e melhor amigo.//, estava escrito. Fiquei sentada na grama olhando para os lados, lembrando daquele dia. Será que Eloy também tinha uma perfuração no pescoço? Minha vontade agora era de cavar a terra sob mim e pegar o corpo dele. @@color:red;Comecei a socar o chão de raiva.@@ Então meu rádio tocou.
“Muriel. Preciso de você no cinema. Outra mala.” - disse Padilha.
Eu sabia. Só não esperava que fosse tão rápido.
<center>
[[Ir ao cinema.|3.4.1.2.1]]
</center>Voltei a Ponte a União sem saber o que realmente estava fazendo. Caminhei de um lado ao outro. Uma. Duas. Três vezes. Nenhum carro passou. @@color:red;Deviam estar com medo.@@ Dei uma quarta volta. Uma quinta. Nenhum carro. Fiquei olhando para a ponte, lembrando do dia. Talvez ele estivesse me observando naquele dia. Ele poderia ter ficado escondido em umas daquelas árvores, esperando para ver o que iria acontecer. Quem acharia a mala e o que faria. Talvez tivesse rido ao ver Padilha vomitando. Então meu rádio tocou.
“Muriel. Preciso de você no cinema. Outra mala.” - disse Padilha.
Eu sabia. Só não esperava que fosse tão rápido.
<center>
[[Ir ao cinema.|3.4.1.2.1]]
</center>Voltei ao Cemitério Balsamar sem saber o que realmente estava fazendo. Talvez esperando que Diego saísse do caixão e me contasse quem fez aquilo com ele. Infelizmente isso não iria acontecer. Caminhei até a lápide de Eloy. //O melhor filho e melhor amigo.//, estava escrito. Fiquei sentada na grama olhando para os lados, lembrando daquele dia. Será que Eloy também tinha uma perfuração no pescoço? Minha vontade agora era de cavar a terra sob mim e pegar o corpo dele. @@color:red;Comecei a socar o chão de raiva.@@ Então meu rádio tocou.
“Muriel. Preciso de você no cinema. Outra mala.” - disse Padilha.
Eu sabia. Só não esperava que fosse tão rápido.
<center>
[[Ir ao cinema.|3.3.1.2.1]]
</center>Voltei a Ponte a União sem saber o que realmente estava fazendo. Caminhei de um lado ao outro. Uma. Duas. Três vezes. Nenhum carro passou. @@color:red;Deviam estar com medo.@@ Dei uma quarta volta. Uma quinta. Nenhum carro. Fiquei olhando para a ponte, lembrando do dia. Talvez ele estivesse me observando naquele dia. Ele poderia ter ficado escondido em umas daquelas árvores, esperando para ver o que iria acontecer. Quem acharia a mala e o que faria. Talvez tivesse rido ao ver Padilha vomitando. Então meu rádio tocou.
“Muriel. Preciso de você no cinema. Outra mala.” - disse Padilha.
Eu sabia. Só não esperava que fosse tão rápido.
<center>
[[Ir ao cinema.|3.3.1.2.1]]
</center>O Cinema Dellos só possuía uma sala. Duas colunas de poltronas vermelhas, separadas por um enorme corredor. Era exatamente ali que a mala foi deixada. Quem encontrou e ligou para a polícia, foi o dono do cinema junto de sua esposa. Disseram que estava verificando a limpeza da sala, pois a noite passariam o filme “Magia Ocular”. Eu já havia assistido pelo menos três vezes.
“Bem que você disse, Muriel.” - sussurrou Padilha.
Ninguém tocou nela. @@color:red;Eles sabiam o que havia dentro.@@ Já entenderam o recado. Restava saber se eles iriam passar a agir conforme a situação pedia. Se ficariam preocupados ou continuariam vivendo suas vidas da mesma maneira. Padilha com certeza iria mudar. Pedi para ele verificar onde os gêmeos do banqueiro estiveram na noite da primeira mala. Ele me olhou estranho, mas aceitou.
Ele não demonstrava a menor intenção de ir até a mala. Não depois do que aconteceu. Era para mim. A mala estava no centro do cinema como se fosse a grande atração do dia. Me aguardando para começar o show. "Muriel e a mala".
<center>
[[Abrir a mala.|3.8]]
[[Levar a mala.|3.9]]
</center>O Cinema Dellos só possuía uma sala. Duas colunas de poltronas vermelhas, separadas por um enorme corredor. Era exatamente ali que a mala foi deixada. Quem encontrou e ligou para a polícia, foi o dono do cinema junto de sua esposa. Disseram que estava verificando a limpeza da sala, pois a noite passariam o filme “Magia Ocular”. Eu já havia assistido pelo menos três vezes.
“Bem que você disse, Muriel.” - sussurrou Padilha.
Ninguém tocou nela. @@color:red;Eles sabiam o que havia dentro.@@ Já entenderam o recado. Restava saber se eles iriam passar a agir conforme a situação pedia. Se ficariam preocupados ou continuariam vivendo suas vidas da mesma maneira. Padilha com certeza iria mudar. Pedi para ele verificar onde os gêmeos do banqueiro estiveram na noite da primeira mala. Ele me olhou estranho, mas aceitou.
Ele não demonstrava a menor intenção de ir até a mala. Não depois do que aconteceu. Era para mim. A mala estava no centro do cinema como se fosse a grande atração do dia. Me aguardando para começar o show. "Muriel e a mala".
<center>
[[Abrir a mala.|3.5]]
[[Levar a mala.|3.6]]
</center>Falando na senhora Olga, sua filha Vanessa estava sentada na varanda da casa da frente quando cheguei. Acenou, sem dizer nada. Estava tarde. Acenei de volta e entrei. Todas as noites quando chegava em casa, fazia as mesmas coisas. Colocava minha arma em cima da mesa da cozinha, junto do distintivo. Abria dois botões do uniforme. Pegava um copo no armário de forma aleatória, mas como todos eram iguais não dava para saber se sempre pegava o mesmo. Bebia água. Botava a comida congelada no microondas e jantava. Depois sentava na poltrona. Ligava a TV e dormia enquanto passava o filme da meia-noite. Todas as noites.
Quando era mais nova, fingia que era uma vidente. Tentava acertar o que meu pai faria no dia dele. Saia para trabalhar sempre às seis e quarenta da manhã, de segunda à sexta, mas não antes de tomar café na sua xícara favorita azul com bolinhas brancas. Nas terças-feiras ele trazia três rosquinhas do trabalho para casa e só botava na mesa após a janta. Pela quantidade de açúcar delas, eu conseguia saber qual das três meninas da Padaria do Fernando havia feito. Meu pai não ligava para esses detalhes e sempre terminava lambendo o açúcar dos dedos, dizendo como adorava aquelas rosquinhas. Nas quartas-feiras sentavam no sofá da sala para assistir ao mesmo seriado de comédia por oito temporadas. Sexta nós pedíamos pizza na Pizzaria do Elias. Sábado era dia de ficar em casa. Domingo, dia de ir na Igreja Nova. @@color:red;Eu odiava aquela rotina.@@
São dez horas da noite. Eu acho que vou...
<center>
[[Dormir.|131]]
[[Assistir TV.|132]]
[[Ler um livro.|133]]
</center>O Cinema Dellos só possuía uma sala. Duas colunas de poltronas vermelhas, separadas por um enorme corredor. Era exatamente ali que a mala foi deixada. Quem encontrou e ligou para a polícia, foi o dono do cinema junto de sua esposa. Disseram que estava verificando a limpeza da sala, pois a noite passariam o filme “Magia Ocular”. Eu já havia assistido pelo menos três vezes.
“Bem que você disse, Muriel.” - sussurrou Padilha.
Ninguém tocou nela. @@color:red;Eles sabiam o que havia dentro.@@ Já entenderam o recado. Restava saber se eles iriam passar a agir conforme a situação pedia. Se ficariam preocupados ou continuariam vivendo suas vidas da mesma maneira. Padilha com certeza iria mudar. Pedi para ele verificar onde os gêmeos do banqueiro estiveram na noite da primeira mala. Ele me olhou estranho, mas aceitou.
Ele não demonstrava a menor intenção de ir até a mala. Não depois do que aconteceu. Era para mim. A mala estava no centro do cinema como se fosse a grande atração do dia. Me aguardando para começar o show. "Muriel e a mala".
<center>
[[Abrir a mala.|3.5]]
[[Levar a mala.|3.7]]
</center>O Cinema Dellos só possuía uma sala. Duas colunas de poltronas vermelhas, separadas por um enorme corredor. Era exatamente ali que a mala foi deixada. Quem encontrou e ligou para a polícia, foi o dono do cinema junto de sua esposa. Disseram que estava verificando a limpeza da sala, pois a noite passariam o filme “Magia Ocular”. Eu já havia assistido pelo menos três vezes.
“Bem que você disse, Muriel.” - sussurrou Padilha.
Ninguém tocou nela. @@color:red;Eles sabiam o que havia dentro.@@ Já entenderam o recado. Restava saber se eles iriam passar a agir conforme a situação pedia. Se ficariam preocupados ou continuariam vivendo suas vidas da mesma maneira. Padilha com certeza iria mudar. Pedi para ele verificar onde os gêmeos do banqueiro estiveram na noite da primeira mala. Ele me olhou estranho, mas aceitou.
Ele não demonstrava a menor intenção de ir até a mala. Não depois do que aconteceu. Era para mim. A mala estava no centro do cinema como se fosse a grande atração do dia. Me aguardando para começar o show. "Muriel e a mala".
<center>
[[Abrir a mala.|3.8]]
[[Levar a mala.|3.10]]
</center>Caminhei lentamente até a mala. Lembrei das vezes que vim com meus amigos assistir às sessões de domingo. Lembrei da pipoca doce que meu pai sempre comprava quando minha mãe não estava de plantão e vínhamos todos juntos. Lembrei da vez que Eloy saiu correndo do cinema com medo do filme. @@color:red;Eu fiquei.@@ Respirei fundo enquanto botava as luvas e abri a mala. Era Henrique Silva. Funcionário do Banco Etimus. Ele que havia me atendido quando fiz o empréstimo para a compra da casa. Estava com o mesmo terno azul escuro de sempre.
"Quem é, Muriel?" - perguntou Padilha, no fundo da sala.
<center>
[[Vamos para delegacia.|3.5.1]]
[[Henrique Silva.|3.5.2]]
</center>Perderia tempo abrindo a mala aqui no cinema. Padilha iria vomitar no carpete. Os donos do cinema iriam espalhar para todos quem havia morrido. Seria uma confusão. Melhor eu levar logo para a delegacia e examinar o corpo com calma. Não vou ter muito tempo. O delegado vai querer liberar antes do anoitecer.
“Não vão nem olhar quem é que está aí dentro?” - perguntou o dono.
Ignorei. Padilha me ajudou a pôr a mala na viatura e seguimos em direção a delegacia. No caminho fiquei me perguntando quem poderia estar lá dentro. @@color:red;Podia ser qualquer um.@@ Podia ser mais um amigo de Padilha. Podia ser algum conhecido meu. Pensei em meus pais, que não liguei ontem. Devia ter ligado. Devia ter falado com eles.
<center>
[[Acelerar.|3.6.1]]
[[Parar o carro.|3.6.2]]
</center>Perderia tempo abrindo a mala aqui no cinema. Padilha iria vomitar no carpete. Os donos do cinema iriam espalhar para todos quem havia morrido. Seria uma confusão. Melhor eu levar logo para a delegacia e examinar o corpo com calma. Não vou ter muito tempo. O delegado vai querer liberar antes do anoitecer.
“Não vão nem olhar quem é que está aí dentro?” - perguntou o dono.
Ignorei. Padilha me ajudou a pôr a mala na viatura e seguimos em direção a delegacia. No caminho fiquei me perguntando quem poderia estar lá dentro. @@color:red;Podia ser qualquer um.@@ Podia ser mais um amigo de Padilha. Podia ser algum conhecido meu. Pensei em meus pais, com quem falei ontem. Eles estavam bem. Não eram eles. Não podia ser.
<center>
[[Acelerar.|3.7.1]]
[[Parar o carro.|3.7.2]]
</center>Caminhei lentamente até a mala. Lembrei das vezes que vim com meus amigos assistir às sessões de domingo. Lembrei da pipoca doce que meu pai sempre comprava quando minha mãe não estava de plantão e vínhamos todos juntos. Lembrei da vez que Eloy saiu correndo do cinema com medo do filme. @@color:red;Eu fiquei.@@ Respirei fundo enquanto botava as luvas e abri a mala. Era Henrique Silva. Funcionário do Banco Etimus. Ele que havia me atendido quando fiz o empréstimo para a compra da casa. Estava com o mesmo terno azul escuro de sempre.
"Quem é, Muriel?" - perguntou Padilha, no fundo da sala.
<center>
[[Vamos para delegacia.|3.8.1]]
[[Henrique Silva.|3.8.2]]
</center>Perderia tempo abrindo a mala aqui no cinema. Padilha iria vomitar no carpete. Os donos do cinema iriam espalhar para todos quem havia morrido. Seria uma confusão. Melhor eu levar logo para a delegacia e examinar o corpo com calma. Não vou ter muito tempo. O delegado vai querer liberar antes do anoitecer.
“Não vão nem olhar quem é que está aí dentro?” - perguntou o dono.
Ignorei. Padilha me ajudou a pôr a mala na viatura e seguimos em direção a delegacia. No caminho fiquei me perguntando quem poderia estar lá dentro. @@color:red;Podia ser qualquer um.@@ Podia ser mais um amigo de Padilha. Podia ser algum conhecido meu. Pensei em meus pais, que não liguei ontem. Devia ter ligado. Devia ter falado com eles.
<center>
[[Acelerar.|3.9.1]]
[[Parar o carro.|3.9.2]]
</center>Perderia tempo abrindo a mala aqui no cinema. Padilha iria vomitar no carpete. Os donos do cinema iriam espalhar para todos quem havia morrido. Seria uma confusão. Melhor eu levar logo para a delegacia e examinar o corpo com calma. Não vou ter muito tempo. O delegado vai querer liberar antes do anoitecer.
“Não vão nem olhar quem é que está aí dentro?” - perguntou o dono.
Ignorei. Padilha me ajudou a pôr a mala na viatura e seguimos em direção a delegacia. No caminho fiquei me perguntando quem poderia estar lá dentro. @@color:red;Podia ser qualquer um.@@ Podia ser mais um amigo de Padilha. Podia ser algum conhecido meu. Pensei em meus pais, com quem falei ontem. Eles estavam bem. Não eram eles. Não podia ser.
<center>
[[Acelerar.|3.10.1]]
[[Parar o carro.|3.10.2]]
</center>Seguimos para a delegacia o mais rápido possível. Não podia perder tempo dessa vez. Depois eu voltava no cinema para investigar. As pessoas olhavam para a viatura, pelas janelas de casa. Todos da cidade já deviam saber o que estava acontecendo. @@color:red;Só não sabiam quem estava na mala.@@ Deveriam estar nervosos, assim como eu estava. Se questionando quem foi assassinado. Se era alguém conhecido. Tentando ligar para os entes queridos. Indo até a escola ver se os filhos estavam bem. Aquilo traria o caos a cidade. Não era possível que eles continuassem como antes.
Chegando na delegacia, levamos a mala até a cela. Colocamos o corpo na cama, assim como da outra vez. Só que agora eu já sabia o que procurar.
<center>
[[Bolso.|3.6.1.1]]
[[Pescoço.|3.6.1.2]]
</center>Dessa vez Padilha não vomitou. O dono do cinema rapidamente pegou o celular e começou a digitar. Era o que eu queria. Espalhe a notícia. @@color:red;Espalhe o medo.@@
Seguimos para a delegacia o mais rápido possível. Não podia perder tempo dessa vez. Depois eu voltava no cinema para investigar. As pessoas olhavam para a viatura, pelas janelas de casa. Todos da cidade já deviam saber o que estava acontecendo. Aquilo traria o caos a cidade. Não era possível que eles continuassem como antes.
Chegando na delegacia, levamos a mala até a cela. Colocamos o corpo na cama, assim como da outra vez. Só que agora eu já sabia o que procurar.
<center>
[[Bolso.|3.6.1.1]]
[[Pescoço.|3.6.1.2]]
</center>Seguimos para a delegacia o mais rápido possível. Não podia perder tempo dessa vez. Depois eu voltava no cinema para investigar. As pessoas olhavam para a viatura, pelas janelas de casa. Todos da cidade já deviam saber o que estava acontecendo. @@color:red;Só não sabiam quem estava na mala.@@ Deveriam estar nervosos, assim como eu estava. Se questionando quem foi assassinado. Se era alguém conhecido. Tentando ligar para os entes queridos. Indo até a escola ver se os filhos estavam bem. Aquilo traria o caos a cidade. Não era possível que eles continuassem como antes.
Chegando na delegacia, levamos a mala até a cela. Colocamos o corpo na cama, assim como da outra vez. Só que agora eu já sabia o que procurar.
<center>
[[Bolso.|3.8.1.1]]
</center>Dessa vez Padilha não vomitou. O dono do cinema rapidamente pegou o celular e começou a digitar. Era o que eu queria. Espalhe a notícia. @@color:red;Espalhe o medo.@@
Seguimos para a delegacia o mais rápido possível. Não podia perder tempo dessa vez. Depois eu voltava no cinema para investigar. As pessoas olhavam para a viatura, pelas janelas de casa. Todos da cidade já deviam saber o que estava acontecendo. Aquilo traria o caos a cidade. Não era possível que eles continuassem como antes.
Chegando na delegacia, levamos a mala até a cela. Colocamos o corpo na cama, assim como da outra vez. Só que agora eu já sabia o que procurar.
<center>
[[Bolso.|3.8.1.1]]
</center>Não podia deixar meus sentimentos atrapalharem. Precisava chegar logo na delegacia. Quanto mais rápido eu chegasse, mais rápido saberia quem estava na mala. @@color:red;Eu devia ter ligado para eles.@@ Podia ter sido a última vez que ouviria suas vozes. Pisei mais ainda no acelerador.
“Vai devagar, Muriel.” - disse Padilha.
Não posso. Preciso saber quem é que está na mala. Preciso saber se tem um número dois no bolso do morto. Preciso saber se ele tem uma perfuração no pescoço. Preciso examinar o corpo. Preciso pegar esse maldito assassino.
“Pronto! Chegamos. Achei que você fosse entrar por dentro da delegacia.”
Levamos a mala até a cela. Respirei fundo. Meu coração batia tão rápido, que achei que fosse infartar.
<center>
[[Abrir a mala.|4.76]]
</center>Parei a viatura no meio da rua. Padilha não entendeu nada. Eu não estava aguentando. Precisava saber quem estava na mala. @@color:red;Estava com uma sensação ruim.@@ Uma aflição. Meu coração batia tão rápido, que achei que fosse infartar. Devia ter ligado para eles ontem. Saber que estavam bem em casa. Devia ter ligado todos os dias. Mantido o contato.
“O que está acontecendo?” - disse Padilha.
Abri o porta-malas da viatura e fiquei encarando a mala. O suor escorria pelo rosto. Toda a coragem que tive no cinema, foi embora. Queria abrir a mala de uma vez e descobrir, mas minha mão não parava de tremer. Não sei se consigo. Talvez eu devesse ligar para eles. Ouvir a voz deles poderia me acalmar. Mas e se não atendessem? E se estivessem bem, mas ocupados?
<center>
[[Abrir.|3.6.2.1]]
[[Ligar.|3.6.2.2]]
</center>Não podia deixar meus sentimentos atrapalharem. Precisava chegar logo na delegacia. Eles estavam bem. Não eram eles. Não eram. Quanto mais rápido eu chegasse, mais rápido saberia quem estava na mala. Pisei mais ainda no acelerador.
“Vai devagar, Muriel.” - disse Padilha.
Não posso. @@color:red;Preciso saber quem é que está na mala.@@ Preciso saber se tem um número dois no bolso do morto. Preciso saber se ele tem uma perfuração no pescoço. Preciso examinar o corpo. Preciso pegar esse maldito assassino.
“Pronto! Chegamos. Achei que você fosse entrar por dentro da delegacia.”
Levamos a mala até a cela. Respirei fundo enquanto botava as luvas. Meu coração batia tão rápido, que achei que fosse infartar.
<center>
[[Abrir a mala.|4.76]]
</center>Parei a viatura no meio da rua. Padilha não entendeu nada. Eu não estava aguentando. Precisava saber quem estava na mala. @@color:red;Estava com uma sensação ruim.@@ Uma aflição. Meu coração batia tão rápido, que achei que fosse infartar. Devia ter ligado todos os dias. Não só ontem. Mantido o contato. Passado mais tempo com eles.
“O que está acontecendo?” - disse Padilha.
Abri o porta-malas da viatura e fiquei encarando a mala. O suor escorria pelo rosto. Toda a coragem que tive no cinema, foi embora. Queria abrir a mala de uma vez e descobrir, mas minha mão não parava de tremer. Não sei se consigo. Talvez eu devesse ligar para eles. Ouvir a voz deles poderia me acalmar. Mas e se não atendessem? E se estivessem bem, mas ocupados?
<center>
[[Abrir.|3.6.2.1]]
[[Ligar.|3.7.2.2]]
</center>Não podia deixar meus sentimentos atrapalharem. Precisava chegar logo na delegacia. Eles estavam bem. Não eram eles. Não eram. Quanto mais rápido eu chegasse, mais rápido saberia quem estava na mala. Pisei mais ainda no acelerador.
“Vai devagar, Muriel.” - disse Padilha.
Não posso. @@color:red;Preciso saber quem é que está na mala.@@ Preciso saber se tem um número dois no bolso do morto. Preciso examinar o corpo. Preciso pegar esse maldito assassino.
“Pronto! Chegamos. Achei que você fosse entrar por dentro da delegacia.”
Levamos a mala até a cela. Respirei fundo enquanto botava as luvas. Meu coração batia tão rápido, que achei que fosse infartar.
<center>
[[Abrir a mala.|4.10.1.1]]
</center>Parei a viatura no meio da rua. Padilha não entendeu nada. Eu não estava aguentando. Precisava saber quem estava na mala. @@color:red;Estava com uma sensação ruim.@@ Uma aflição. Meu coração batia tão rápido, que achei que fosse infartar. Eu falei com eles ontem, mas podia ter acontecido algo depois. Devia ter ligado todos os dias. Mantido o contato.
Abri o porta-malas da viatura e fiquei encarando a mala. O suor escorria pelo rosto. Toda a coragem que tive no cinema, foi embora. Queria abrir a mala de uma vez e descobrir, mas minha mão não parava de tremer.
"Eu abro dessa vez." - disse Padilha
<center>
[[...|3.9.2.1]]
</center>Não podia deixar meus sentimentos atrapalharem. Precisava chegar logo na delegacia. Quanto mais rápido eu chegasse, mais rápido saberia quem estava na mala. @@color:red;Eu devia ter ligado para eles.@@ Podia ter sido a última vez que ouviria suas vozes. Pisei mais ainda no acelerador.
“Vai devagar, Muriel.” - disse Padilha.
Não posso. Preciso saber quem é que está na mala. Preciso saber se tem um número dois no bolso do morto. Preciso examinar o corpo. Preciso pegar esse maldito assassino.
“Pronto! Chegamos. Achei que você fosse entrar por dentro da delegacia.”
Levamos a mala até a cela. Respirei fundo. Meu coração batia tão rápido, que achei que fosse infartar.
<center>
[[Abrir a mala.|3.9.1.1]]
</center>Parei a viatura no meio da rua. Padilha não entendeu nada. Eu não estava aguentando. Precisava saber quem estava na mala. @@color:red;Estava com uma sensação ruim.@@ Uma aflição. Meu coração batia tão rápido, que achei que fosse infartar. Devia ter ligado para eles ontem. Saber que estavam bem em casa. Devia ter ligado todos os dias. Mantido o contato.
Abri o porta-malas da viatura e fiquei encarando a mala. O suor escorria pelo rosto. Toda a coragem que tive no cinema, foi embora. Queria abrir a mala de uma vez e descobrir, mas minha mão não parava de tremer.
"Eu abro dessa vez." - disse Padilha
<center>
[[...|3.9.2.1]]
</center>Enquanto Padilha buscava a tesoura, eu não perdi tempo. Coloquei a mão no bolso de Henrique, procurando pelo papel numerado. Estava lá. @@color:red;Número dois.@@ Essa informação não havia saído da delegacia, então confirmava que era o mesmo assassino. Um serial killer na cidade. Nem nos meus maiores sonhos de policial, eu poderia pensar nisso.
Deixei Padilha cortando as roupas da vítima e fui até minha gaveta. Havia deixado o primeiro papel guardado nela. Prendi os dois no mural. Era a primeira vez que estava usando. Anotei o nome de cada um em cima do papel. Depois um sinal de interrogação ao lado. //Quem será o número três?//
“Terminei aqui, Muriel. Vamos examinar.” - disse Padilha.
Precisava confirmar uma segunda coisa.
<center>
[[Pescoço.|4.1]]
</center>
Enquanto Padilha buscava a tesoura, eu não perdi tempo. Fui direto no pescoço procurar a perfuração. @@color:red;Estava lá.@@ Essa informação não havia saído da delegacia, então confirmava que era o mesmo assassino. Acho difícil que a mãe de Diego tivesse compartilhado isso durante esses dias. Ela estava de luto. Era o mesmo assassino de seu filho. Um serial killer na cidade. Nem nos meus maiores sonhos de policial, eu poderia pensar nisso.
“Droga, Muriel. Eu não fui treinado para isso.” - disse Padilha
Ninguém foi. Agora preciso confirmar uma segunda coisa.
<center>
[[Bolso.|4.2]]
</center>Era Henrique Silva. Funcionário do Banco Etimus. Senti um alívio por não ser meu pai ou minha mãe. @@color:red;Era uma sensação estranha@@, porque conhecia Henrique. Ele que havia me atendido quando fiz o empréstimo para a compra da casa. Estava com o mesmo terno azul escuro de sempre. Colocamos o corpo na cama, assim como da outra vez. Só que agora eu já sabia o que procurar.
<center>
[[Bolso.|3.6.1.1]]
[[Pescoço.|3.6.1.2]]
</center>Era Henrique Silva. Funcionário do Banco Etimus. Senti um alívio por não ser meu pai ou minha mãe. Era uma sensação estranha, porque conhecia Henrique. Ele que havia me atendido quando fiz o empréstimo para a compra da casa. Estava com o mesmo terno azul escuro de sempre.
“Droga. É o carinha do Banco. Vamos logo pra delegacia.” - disse Padilha
Ainda queria ouvir a voz de meus pais. Queria dar um abraço neles. Mas agora precisava focar nisso. //@@color:red;Foco Muriel.@@//
<center>
[[Delegacia.|3.6.2.1.1]]
</center>Liguei. Não tive coragem de abrir a mala. Ela estava bem ali na minha frente e mesmo assim eu não consegui. Primeiro liguei para meu pai. O telefone chamou. Chamou. Chamou. Chamou. Nada. @@color:red;Liguei para minha mãe.@@ Fora de área. Liguei para a fábrica. Pedi para falar com ele. //Estava em reunião.// O primeiro alívio já foi. Falta o segundo. Liguei para o hospital. Pedi para falar com ela.
//“Oi filha. O que aconteceu?”//
Uma lágrima caiu. Era de alívio. Disse que estava tudo bem. Não podia contar o que realmente estava acontecendo. Conversamos por alguns minutos, enquanto Padilha andava de um lado para o outro da rua. As pessoas já começavam a olhar pelas janelas, querendo saber o que era aquilo. Pronto. Já posso voltar ao trabalho.
<center>
[[Delegacia.|3.6.2.2.1]]
[[Abrir a mala.|3.6.2.2.2]]
</center>Liguei. Não tive coragem de abrir a mala. Ela estava bem ali na minha frente e mesmo assim eu não consegui. Primeiro liguei para meu pai. O telefone chamou. Chamou. Chamou. Chamou. Nada. @@color:red;Liguei para minha mãe.@@ Fora de área. Liguei para a fábrica. Pedi para falar com ele. //Estava em reunião.// O primeiro alívio já foi. Falta o segundo. Liguei para o hospital. Pedi para falar com ela.
//“Que milagre, minha filha. Duas ligações em dois dias.”//
Uma lágrima caiu. Era de alívio. Disse que estava tudo bem. Não podia contar o que realmente estava acontecendo. Conversamos por alguns minutos, enquanto Padilha andava de um lado para o outro da rua. As pessoas já começavam a olhar pelas janelas, querendo saber o que era aquilo. Pronto. Já posso voltar ao trabalho.
<center>
[[Delegacia.|3.6.2.2.1]]
[[Abrir a mala.|3.6.2.2.2]]
</center>Todos da cidade já deviam saber o que estava acontecendo. Só não sabiam quem estava na mala. Deveriam estar nervosos, assim como eu estava. Se questionando quem foi assassinado. @@color:red;Se era alguém conhecido.@@ Tentando ligar para os entes queridos. Indo até a escola ver se os filhos estavam bem. Aquilo traria o caos a cidade. Não era possível que eles continuassem como antes.
Chegando na delegacia, levamos a mala até a cela. Colocamos o corpo na cama, assim como da outra vez. Só que agora eu já sabia o que procurar.
<center>
[[Bolso.|3.6.1.1]]
[[Pescoço.|3.6.1.2]]
</center>Todos da cidade já deviam saber o que estava acontecendo. Só não sabiam quem estava na mala. Deveriam estar nervosos, assim como eu estava. Se questionando quem foi assassinado. @@color:red;Se era alguém conhecido.@@ Tentando ligar para os entes queridos. Indo até a escola ver se os filhos estavam bem.
Chegando na delegacia, levamos a mala até a cela. Estava mais calma. Abri a mala. Era Henrique Silva. Funcionário do Banco Etimus. Ele que havia me atendido quando fiz o empréstimo para a compra da casa. Estava com o mesmo terno azul escuro de sempre. Colocamos o corpo na cama, assim como da outra vez. Só que agora eu já sabia o que procurar.
<center>
[[Bolso.|3.6.1.1]]
[[Pescoço.|3.6.1.2]]
</center>Era Henrique Silva. Funcionário do Banco Etimus. Ele que havia me atendido quando fiz o empréstimo para a compra da casa. Estava com o mesmo terno azul escuro de sempre. As pessoas continuavam olhando pelas janelas. Já deviam saber o que estava acontecendo. @@color:red;Só não sabiam quem estava na mala.@@ Deveriam estar nervosos, assim como eu estava.
Chegando na delegacia, levamos a mala até a cela. Colocamos o corpo na cama, assim como da outra vez. Só que agora eu já sabia o que procurar.
<center>
[[Bolso.|3.6.1.1]]
[[Pescoço.|3.6.1.2]]
</center>Enquanto Padilha buscava a tesoura, eu não perdi tempo. Coloquei a mão no bolso de Henrique, procurando pelo papel numerado. Estava lá. @@color:red;Número dois.@@ Essa informação não havia saído da delegacia, então confirmava que era o mesmo assassino. Um serial killer na cidade. Nem nos meus maiores sonhos de policial, eu poderia pensar nisso.
Fui até minha gaveta. Havia deixado o primeiro papel guardado nela. Prendi os dois no mural. Era a primeira vez que estava usando. Anotei o nome de cada um em cima. Depois um sinal de interrogação ao lado. //Quem será o número três?//
“Terminei aqui, Muriel. Vem ver isso.” - disse Padilha.
//Será que eu deixei algo escapar no primeiro corpo?//
<center>
[[Ir para a cela.|4.5]]
</center>Era Henrique Silva. Funcionário do Banco Etimus. Senti um alívio por não ser meu pai ou minha mãe. @@color:red;Era uma sensação estranha@@, porque conhecia Henrique. Ele que havia me atendido quando fiz o empréstimo para a compra da casa. Estava com o mesmo terno azul escuro de sempre. Colocamos o corpo na cama, assim como da outra vez. Só que agora eu já sabia o que procurar.
<center>
[[Bolso.|3.8.1.1]]
</center>Era Henrique Silva. Funcionário do Banco Etimus. Senti um alívio por não ser meu pai ou minha mãe. Era uma sensação estranha, porque conhecia Henrique. Ele que havia me atendido quando fiz o empréstimo para a compra da casa. Estava com o mesmo terno azul escuro de sempre.
“Droga. É o carinha do Banco. Vamos logo pra delegacia.” - disse Padilha
Ainda queria ouvir a voz de meus pais. Queria dar um abraço neles. Mas agora precisava focar nisso. //@@color:red;Foco Muriel.@@//
<center>
[[Delegacia.|3.9.2.1.1]]
</center>Todos da cidade já deviam saber o que estava acontecendo. Só não sabiam quem estava na mala. Deveriam estar nervosos, assim como eu estava. Se questionando quem foi assassinado. @@color:red;Se era alguém conhecido.@@ Tentando ligar para os entes queridos. Indo até a escola ver se os filhos estavam bem.
Chegando na delegacia, levamos a mala até a cela. Colocamos o corpo na cama, assim como da outra vez. Só que agora eu já sabia o que procurar.
<center>
[[Bolso.|3.8.1.1]]
</center>Era Henrique Silva. Funcionário do Banco Etimus. Senti um alívio por não ser meu pai ou minha mãe. @@color:red;Era uma sensação estranha@@, porque conhecia Henrique. Ele que havia me atendido quando fiz o empréstimo para a compra da casa. Estava com o mesmo terno azul escuro de sempre. Colocamos o corpo na cama, assim como da outra vez. Só que agora eu já sabia o que procurar.
<center>
[[Bolso.|3.8.1.1]]
</center>Enquanto Padilha olhava o corpo, eu fui direto no pescoço procurar a perfuração. @@color:red;Estava lá.@@ Não havia mais dúvida. Duas informações sigilosas confirmadas. Era impossível que o delegado não acreditasse agora. Mesmo assim ele iria querer liberar logo o corpo. Por sorte terminamos rápido.
“Igual ao outro. Devemos avisar ao delegado?” - perguntou Padilha.
<center>
[[Sim.|4.3]]
[[Não.|4.4]]
</center>Enquanto Padilha cortava as roupas, coloquei a mão no bolso de Henrique, procurando pelo papel numerado. Estava lá. @@color:red;Número dois.@@. Fui até minha gaveta, onde havia deixado o primeiro papel guardado. Prendi os dois no mural. Era a primeira vez que estava usando. Anotei o nome de cada um em cima do papel. Depois um sinal de interrogação ao lado. //Quem será o número três?//
“Igual ao outro. Devemos avisar ao delegado?” - perguntou Padilha.
<center>
[[Sim.|4.3]]
[[Não.|4.4]]
</center>Melhor avisarmos. Não cairia bem que o delegado fosse pego desprevenido. Talvez ele até já saiba. @@color:red;As notícias espalham rápido.@@ O casal do cinema. Os vizinhos olhando pela janela. Pelo menos um deles já havia contado para alguém. Enquanto Padilha telefonava, eu fiquei encarando o mural.
<center>
[[Mural.|4.3.1]]
</center>Talvez ele até já saiba. @@color:red;As notícias espalham rápido.@@ O casal do cinema. Os vizinhos olhando pela janela. Pelo menos um deles já havia contado para alguém. Enquanto pensávamos no que fazer, fiquei encarando o mural.
<center>
[[Mural.|4.4.1]]
</center>Padilha havia achado uma perfuração no pescoço da vítima. @@color:red;Deixei isso escapar.@@ Agora ele estava focado. Na primeira vez mal conseguia chegar perto do corpo do amigo. Não acredito que deixei isso passar. Não terei mais como conferir isso no corpo de Diego Santana. Ele já estava enterrado. Se não fosse a pressa do delegado…
“Devemos avisar ao delegado?” - perguntou Padilha.
<center>
[[Sim.|4.5.1]]
[[Não.|4.5.2]]
</center>Melhor avisarmos. Não cairia bem que o delegado fosse pego desprevenido. Talvez ele até já saiba. @@color:red;As notícias espalham rápido.@@ O casal do cinema. Os vizinhos olhando pela janela. Pelo menos um deles já havia contado para alguém. Enquanto Padilha telefonava, eu fiquei encarando o mural.
<center>
[[Mural.|4.5.1.1]]
</center>Talvez ele até já saiba. @@color:red;As notícias espalham rápido.@@ O casal do cinema. Os vizinhos olhando pela janela. Pelo menos um deles já havia contado para alguém. Enquanto pensávamos no que fazer, fiquei encarando o mural.
<center>
[[Mural.|4.5.2.1]]
</center><center>
1
//Diego Santana//
//Ponte da União//
2
//Henrique Silva//
//Cinema Dellos//
3
//??????//
@@color:red;//????????//@@
[[...|4.3.1.1]]
</center>"Não quero esse corpo aqui. A família foi avisada. Já estão vindo." - disse o delegado Tenório, assim que entrou na delegacia.
Se eu não conhecesse a cidade e o delegado, diria que ele está envolvido nos assassinatos. Não quer investigação. Não quer o corpo aqui muito tempo. Ele quer correr com as coisas, assim como fez com Eloy. Ele queria fingir que não estava acontecendo nada na cidade. Enquanto as pessoas continuassem tranquilas, ele continuaria tranquilo.
@@color:red;Duas mortes.@@ Se isso não era suficiente, eu não sei o que será.
<center>
[[Sim, senhor.|4.3.1.1.1]]
[[Não, senhor.|4.3.1.1.2]]
</center>Não adiantaria perder tempo com o delegado. Pelo intervalo das mortes, o assassino iria atacar novamente. Provavelmente já estava agindo. @@color:red;Talvez já estivesse com a vítima.@@ Preciso escolher um lugar e vigiar, enquanto a cidade faz seu teatro no enterro. Peguei o mapa da cidade e fui vendo os locais. Bar do Julião. Asilo Paraíso. Hotel Otto. Porto da Trindade. Escola Domênico Alves. Livraria Quixote. Biblioteca Sazonal. Onde ele estaria?
<center>
[[Bar.|5.1]]
[[Asilo.|5.2]]
[[Hotel.|5.3]]
[[Porto.|5.4]]
[[Escola.|5.5]]
[[Livraria.|5.6]]
[[Biblioteca.|5.7]]
</center>“Cale-se! Não quero você aqui fazendo perguntas para família dele. Entre na viatura. Nós vamos ter uma conversa séria.” - disse o delegado.
Eu devia ter sido mais esperta. @@color:red;Droga.@@ Falei por impulso. Agora ele vai me atrasar mais ainda. Fiquei observando pela janela da viatura, vendo todas as pessoas que teriam suas vidas mudadas se eu não fizesse nada.
<center>
[[...|4.6]]
</center>
<center>
1
//Diego Santana//
//Ponte da União//
2
//Henrique Silva//
//Cinema Dellos//
3
//??????//
@@color:red;//????????//@@
[[...|4.4.1.1]]
</center>"Não quero esse corpo aqui. A família foi avisada. Já estão vindo." - disse o delegado Tenório, assim que entrou na delegacia.
Não adiantou não ligar. Ele ficou sabendo pelas pessoas. Se eu não conhecesse a cidade e o delegado, diria que ele está envolvido nos assassinatos. Não quer investigação. Não quer o corpo aqui muito tempo. Ele quer correr com as coisas, assim como fez com Eloy. Ele queria fingir que não estava acontecendo nada na cidade. Enquanto as pessoas continuassem tranquilas, ele continuaria tranquilo.
@@color:red;Duas mortes.@@ Se isso não era suficiente, eu não sei o que será.
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[[Sim, senhor.|4.3.1.1.1]]
[[Não, senhor.|4.3.1.1.2]]
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//Diego Santana//
//Ponte da União//
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//Henrique Silva//
//Cinema Dellos//
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@@color:red;//????????//@@
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//Diego Santana//
//Ponte da União//
2
//Henrique Silva//
//Cinema Dellos//
3
//??????//
@@color:red;//????????//@@
[[...|4.5.2.1.1]]
</center>"Não quero esse corpo aqui. A família foi avisada. Já estão vindo." - disse o delegado Tenório, assim que entrou na delegacia.
Se eu não conhecesse a cidade e o delegado, diria que ele está envolvido nos assassinatos. Não quer investigação. Não quer o corpo aqui muito tempo. Ele quer correr com as coisas, assim como fez com Eloy. Ele queria fingir que não estava acontecendo nada na cidade. Enquanto as pessoas continuassem tranquilas, ele continuaria tranquilo.
@@color:red;Duas mortes.@@ Se isso não era suficiente, eu não sei o que será.
<center>
[[Sim, senhor.|4.5.2.1.1.1]]
[[Não, senhor.|4.5.2.1.1.2]]
</center>"Não quero esse corpo aqui. A família foi avisada. Já estão vindo." - disse o delegado Tenório, assim que entrou na delegacia.
Não adiantou não ligar. Ele ficou sabendo pelas pessoas. Se eu não conhecesse a cidade e o delegado, diria que ele está envolvido nos assassinatos. Não quer investigação. Não quer o corpo aqui muito tempo. Ele quer correr com as coisas, assim como fez com Eloy. Ele queria fingir que não estava acontecendo nada na cidade. Enquanto as pessoas continuassem tranquilas, ele continuaria tranquilo.
@@color:red;Duas mortes.@@ Se isso não era suficiente, eu não sei o que será.
<center>
[[Sim, senhor.|4.5.2.1.1.1]]
[[Não, senhor.|4.5.2.1.1.2]]
</center>“Ótimo. Vá logo para o cemitério. Não quero você aqui fazendo perguntas para família dele.” - disse o delegado.
Não adiantaria perder tempo com o ele. Fui até o Cemitério Balsamar pensando na perfuração no pescoço. Diego deveria ter uma também, mas nunca vou conseguir confirmar. Só se...//eu pegasse o corpo dele no caixão//. Não. @@color:red;Isso seria loucura.@@ Me olhei pelo retrovisor, me julgando por ter pensado nisso. Talvez fosse necessário. Talvez pra pegar o assassino eu precisasse quebrar algumas regras também. //Não, Muriel. Não faça isso//. Precisava decidir. Visitar o caixão de Diego Santana ou participar do teatro no enterro de Henrique Silva.
<center>
[[Diego.|6.1]]
[[Henrique.|6.2]]
</center>“Cale-se! Saia daqui agora! Vá logo para o cemitério. Não quero você aqui fazendo perguntas para família dele.” - disse o delegado.
Não adiantaria perder tempo com o ele. Fui até o Cemitério Balsamar pensando na perfuração no pescoço. Diego deveria ter uma também, mas nunca vou conseguir confirmar. Só se...//eu pegasse o corpo dele no caixão//. Não. @@color:red;Isso seria loucura.@@ Me olhei pelo retrovisor, me julgando por ter pensado nisso. Talvez fosse necessário. Talvez pra pegar o assassino eu precisasse quebrar algumas regras também. //Não, Muriel. Não faça isso//. Precisava decidir. Visitar o caixão de Diego Santana ou participar do teatro no enterro de Henrique Silva.
<center>
[[Diego.|6.1]]
[[Henrique.|6.2]]
</center>Parei a viatura na esquina do Bar do Julião. Apaguei os faróis e aguardei. Talvez ali fosse um bom local para o assassino encontrar sua vítima. Alguém bêbado. Alguém que veio afogar as mágoas, após a morte de mais um amigo. Alguém incapaz de se defender.
Uma hora passou. Duas. @@color:red;Três.@@ O enterro já havia acabado e nada aconteceu. Eram quase meia-noite, quando resolvi voltar para casa.
<center>
[[Voltar.|5.1.1]]
</center>Parei a viatura na esquina do Asilo Paraíso. Apaguei os faróis e aguardei. Talvez ali fosse um bom local para o assassino encontrar sua vítima. Alguém idoso. Alguém frágil. Alguém incapaz de se defender.
Uma hora passou. Duas. @@color:red;Três.@@ O enterro já havia acabado e nada aconteceu. Eram quase meia-noite, quando resolvi voltar para casa.
<center>
[[Voltar.|5.2.1]]
</center>Parei a viatura na esquina do Hotel Otto. Apaguei os faróis e aguardei. Talvez ali fosse um bom local para o assassino encontrar sua vítima. Ou talvez o assassino estivesse hospedado lá. Alguém de fora da cidade. Alguém que já conhecesse a cidade. Alguém que os funcionários do hotel não desconfiariam. Alguém conhecido.
Uma hora passou. Duas. @@color:red;Três.@@ O enterro já havia acabado e nada aconteceu. Eram quase meia-noite, quando resolvi voltar para casa.
<center>
[[Voltar.|5.3.1]]
</center>Parei a viatura dentro do Porto da Trindade, próximo aos containers. @@color:red;Todos estavam lotados de malas.@@ Eram vendidos para outras cidades, estados, países e até continentes diferentes. //Apenas as malas conheciam o mundo aqui.// Apaguei os faróis e aguardei.
Uma hora passou. Duas. Três. O enterro já havia acabado e nada aconteceu. Eram quase meia-noite, quando vi alguém passar puxando uma mala. Meu coração começou a disparar. //Era o assassino.// Eu estava sozinha. Não sabia se ia atrás dele agora ou se chamava Padilha no rádio.
<center>
[[Seguir.|5.4.1]]
[[Rádio.|5.4.2]]
</center>Parei a viatura na esquina da Escola Domênico Alves. Apaguei os faróis e aguardei. Talvez ali fosse um bom local para o assassino encontrar sua vítima. Acho difícil ele mudar para crianças, mas era um local com muita gente e ele poderia escolher algum funcionário.
Uma hora passou. Duas. @@color:red;Três.@@ O enterro já havia acabado e nada aconteceu. Eram quase meia-noite, quando resolvi voltar para casa.
<center>
[[Voltar.|5.5.1]]
</center>Parei a viatura na esquina da Livraria Quixote. Apaguei os faróis e aguardei. Era um local meio vazio da cidade. Um bom lugar para se pegar uma vítima sem ser visto. Resolvi dar uma volta pelo quarteirão. Nada.
Uma hora passou. Duas. @@color:red;Três.@@ O enterro já havia acabado e nada aconteceu. Eram quase meia-noite, quando resolvi voltar para casa.
<center>
[[Voltar.|5.6.1]]
</center>Parei a viatura na esquina da Biblioteca Sazonal. Apaguei os faróis e aguardei. A biblioteca era grande e silenciosa. O assassino poderia pegar alguém lá dentro, sem ser visto. Resolvi dar uma volta pelo quarteirão. Nada.
Uma hora passou. Duas. @@color:red;Três.@@ O enterro já havia acabado e nada aconteceu. Eram quase meia-noite, quando resolvi voltar para casa.
<center>
[[Voltar.|5.7.1]]
</center>Andei até o caixão de Diego Santana, lentamente. //Desculpe, Diego.// Deixei uma pista passar. Uma pista que talvez mostrasse para o delegado, que as coisas seriam piores. Agora estava eu, aqui. Cavando seu caixão. Desrespeitando sua memória. Só para confirmar uma pista. Só para ver se não deixei mais nada passar. @@color:red;Só para isso não acontecer novamente.@@
Até ouvir a voz do delegado...
<center>
[[...|6.1.1]]
</center>
O enterro foi igual ao outro. Como se ele tivesse morrido de velhice. Como se todos já estivessem esperando por aquilo e nem ficassem abalados. Isso era uma palhaçada. Todo esse maldito teatro feito pelo Delegado Tenório.
Pelo intervalo das mortes, o assassino iria atacar novamente. Provavelmente já estava agindo. @@color:red;Talvez já estivesse com a vítima.@@ Preciso escolher um lugar e vigiar, enquanto a cidade faz seu teatro no enterro. Peguei o mapa da cidade e fui vendo os locais. Bar do Julião. Asilo Paraíso. Hotel Otto. Porto da Trindade. Escola Domênico Alves. Livraria Quixote. Biblioteca Sazonal. Onde ele estaria?
<center>
[[Bar.|5.1]]
[[Asilo.|5.2]]
[[Hotel.|5.3]]
[[Porto.|5.4]]
[[Escola.|5.5]]
[[Livraria.|5.6]]
[[Biblioteca.|5.7]]
</center>O Delegado Tenório seguida até a Ponte da União. Isso começou a me parecer suspeito. //Por que tão longe da cidade?// Botei a mão no coldre e percebi que havia esquecido meu revólver na delegacia. @@color:red;Droga.@@
<center>
[[...|7.1]]
</center>Seguiu pela floresta, além dos limites da cidade. @@color:red;Droga.@@ Já entendi. //Se alguém tivesse que morrer, teria que ser em outra cidade. Ele vai me silenciar. Ele não é o serial killer. Ele apenas não quer ninguém dizendo que existe um serial killer. //Maldito.//
<center>
[[...|7.2]]
</center>“Sai da viatura, Muriel.” - disse o delegado.
Pensei em correr, mas não conhecia essa floresta. //Pelo visto ele conhecia.// Talvez eu esteja sendo paranoica. Talvez. Mesmo assim procurei algo no chão. Um tronco, grande o suficiente para golpeá-lo. Algo.
“Você nunca entendeu a cidade, Muriel. Nem quando era uma criança.”
Não mesmo. Eu fui a única a ficar na porta da delegacia pedindo que achassem quem matou Eloy. Nunca me levaram a sério. Tive que me tornar policial para mudar isso.
"Você não vai mudar nada, Muriel. Não assim."
Preciso de algo rápido. //Uma pedra!// Essa vai servir. Peguei a pedra, apertei bem forte e... ouvi o barulho dele engatilhando a arma. @@color:red;Droga.@@
<center>
[[...|7.3]]
</center>“Desculpe Muriel. Eu não queria isso. Mas você não me deu opção. Apenas feche os olhos. Isso já vai acabar.”
@@color:red;Não...@@
<center>
[[...|7.4]]
</center>
<center>
@@color:red;Mala Vermelha@@
//Não adianta o que você fizer,
a cidade não vai mudar,
aceite o seu dever,
e a veja prosperar.//
[[Retornar|3.3.1.2.1]]
</center>“Você ficou louca!? Você passou completamente dos limites, Muriel! Entre na viatura. Nós vamos ter uma conversa séria.” - disse o delegado.
Eu devia ter sido mais esperta. @@color:red;Droga.@@ Não sabia que o delegado estava na minha cola. Achei que estaria ocupado com o enterro. Agora ele vai me atrasar mais ainda. Fiquei observando pela janela da viatura, vendo todas as pessoas que teriam suas vidas mudadas se eu não fizesse nada.
<center>
[[...|4.6]]
</center>“Onde você esteve, Muriel?” - perguntou Padilha, pelo rádio.
Estive no Bar do Julião. Não bebendo. Da última vez que estive lá, os caras que estavam jogando sinuca riram quando pedi um copo d`água. Minha vontade era de acertar com um dos tacos na cabeça deles. @@color:red;Malditos.@@
O pior de tudo era saber que amanhã, quando acordasse, receberia a notícia de mais um corpo. Eu não sabia se tomava logo um remédio para dormir ou se tomava um café e ficava acordada até amanhã.
<center>
[[Remédio.|8.1]]
[[Café.|8.2]]
</center>“Onde você esteve, Muriel?” - perguntou Padilha, pelo rádio.
Estive no Asilo Paraíso. @@color:red;Não me trazia boas lembranças.@@ Da última vez que estive lá, foi para visitar meu avô. Uma semana antes dele piorar. Passou a tarde toda contando sobre como foi ser enviado para a guerra. Contou as mesmas histórias de sempre. Eu nunca acreditei naquelas histórias, mas fingia. Ele gostava de me ver impressionada.
O pior de tudo era saber que amanhã, quando acordasse, receberia a notícia de mais um corpo. Eu não sabia se tomava logo um remédio para dormir ou se tomava um café e ficava acordada até amanhã.
<center>
[[Remédio.|8.1]]
[[Café.|8.2]]
</center>“Onde você esteve, Muriel?” - perguntou Padilha, pelo rádio.
Estive no Hotel Otto. Alguma coisa me dizia que o assassino veio de outra cidade. @@color:red;Alguém da cidade grande.@@ Alguém que conhecia a cidade, sem ser conhecido.
O pior de tudo era saber que amanhã, quando acordasse, receberia a notícia de mais um corpo. Eu não sabia se tomava logo um remédio para dormir ou se tomava um café e ficava acordada até amanhã.
<center>
[[Remédio.|8.1]]
[[Café.|8.2]]
</center>“Onde você esteve, Muriel?” - perguntou Padilha, pelo rádio.
Estive na Escola Domênico Alves. @@color:red;Continua a mesma de sempre.@@ Nada mudou desde minha época de ensino médio. A mesma pintura. Os mesmos professores. O mesmo senhorzinho de bigode no portão.
O pior de tudo era saber que amanhã, quando acordasse, receberia a notícia de mais um corpo. Eu não sabia se tomava logo um remédio para dormir ou se tomava um café e ficava acordada até amanhã.
<center>
[[Remédio.|8.1]]
[[Café.|8.2]]
</center>“Onde você esteve, Muriel?” - perguntou Padilha, pelo rádio.
Estive na Livraria Quixote. Costuma ir até a livraria uma vez por mês para comprar algum livro que ficaria na estante para sempre. @@color:red;Ainda nem havia terminado o último.@@ Pensei em pegar o livro do astronauta, mas sabia que não conseguiria me concentrar nele.
O pior de tudo era saber que amanhã, quando acordasse, receberia a notícia de mais um corpo. Eu não sabia se tomava logo um remédio para dormir ou se tomava um café e ficava acordada até amanhã.
<center>
[[Remédio.|8.1]]
[[Café.|8.2]]
</center>“Onde você esteve, Muriel?” - perguntou Padilha, pelo rádio.
Estive na Biblioteca Sazonal. Era um lugar em que fui poucas vezes. Lembro de ir uma vez com meus avós. Achava aquele local enorme. Talvez o maior da cidade. A verdade era que eu era pequena e a quantidade de livros dava a impressão de ser maior do que realmente era. @@color:red;Saudades de meus avós.@@
O pior de tudo era saber que amanhã, quando acordasse, receberia a notícia de mais um corpo. Eu não sabia se tomava logo um remédio para dormir ou se tomava um café e ficava acordada até amanhã.
<center>
[[Remédio.|8.1]]
[[Café.|8.2]]
</center>Ficar tomando remédios para dormir é um vício que eu não quero ter. @@color:red;Só que no momento eu preciso disso.@@ É difícil dormir sabendo o que vai acontecer amanhã. A vontade é de ficar fazendo uma ronda pela cidade durante toda a madrugada. Mas eu...
<center>
[[...|8.1.1]]
</center>Fiz café suficiente para a madrugada toda. É difícil dormir sabendo o que vai acontecer amanhã. A vontade é de ficar fazendo uma ronda pela cidade até pegar o maldito. Só mais algumas horas até o Sol nascer e o rádio tocar. @@color:red;Só mais algumas horas.@@
Ligo a TV. Tomo uma xícara. Tento ler um livro. Outra xícara. Ando pela casa. Mais uma xícara. Faço algumas flexões. Xícara. Tomo um banho. Xícara. Só mais algumas horas e ... finalmente o rádio toca.
<center>
[[Atender.|8.2.1]]
</center>Danem-se eles. Vou sozinha. O delegado mandaria eu ir dormir e Padilha estaria dormindo. //Inúteis.//
Continuei andando silenciosamente entre os containers. Empilhados de três em três, por todo o porto, formando um enorme corredor. Todos da mesma cor. @@color:red;Vermelha.@@ Talvez até estivessem lotados de corpos dentro das malas.
<center>
[[Continuar.|5.4.1.1]]
</center>“Deve ser alguém trabalhando até tarde, Muriel. Está tarde. Amanhã nós olhamos as câmeras do Porto.” - respondeu Padilha.
Eu sabia. Não sei porque perdi meu tempo ligando para ele. Agora o assassino ganhou vantagem. Comecei a correr pelos containers. Empilhados de três em três, por todo o porto, formando um enorme corredor. Todos da mesma cor. @@color:red;Vermelha.@@ Talvez até estivessem lotados de corpos dentro das malas.
<center>
[[Continuar.|5.4.1.1]]
</center>//Foco, Muriel.// Preciso parar de pensar essas besteiras. @@color:red;Foco.@@ Assim que eu pegar esse assassino, irei descobrir tudo que a cidade esconde.
Continuei andando entre os containers, até chegar a uma bifurcação. //Onde será que ele foi?//
<center>
[[Esquerda.|5.4.3]]
[[Direita.|5.4.4]]
</center>Essa era a terceira vez que passava pelo Porto da Trindade. A primeira, quando era criança, vim conhecer sobre as exportações da fábrica e como elas eram enviadas para os outros lugares. A segunda, já como policial, para provar a Senhora Eliane que o gato dela não havia sido sequestrado pelo segurança noturno do porto.
Nada do assassino por aqui. Eu sempre fui boa em encontrar os outros no pique-esconde. Não posso deixá-lo escapar aqui. @@color:red;Vou encontrar.@@
<center>
[[Esquerda.|5.4.5]]
[[Direita.|5.4.6]]
</center>Essa era a terceira vez que passava pelo Porto da Trindade. A primeira, quando era criança, vim conhecer sobre as exportações da fábrica e como elas eram enviadas para os outros lugares. A segunda, já como policial, para provar a Senhora Eliane que o gato dela não havia sido sequestrado pelo segurança noturno do porto.
Estou escutando um barulho. Sempre fui boa em encontrar os outros no pique-esconde. Não posso deixá-lo escapar aqui. @@color:red;Vou encontrar.@@
<center>
[[Esquerda.|5.4.6]]
[[Direita.|5.4.7]]
</center>Lembrei daquele dia. Do último dia que brincamos de pique-esconde. Do último dia de Eloy. Isso precisa ter uma ligação. @@color:red;Não é coincidência.@@ Não pode ser. O mesmo estilo. Apenas aprimorado. //Eu vou pegar você.//
<center>
[[Ir em frente.|5.4.5.1]]
</center>Lembrei daquele dia. Do último dia que brincamos de pique-esconde. Do último dia de Eloy. Isso precisa ter uma ligação. @@color:red;Não é coincidência.@@ Não pode ser. O mesmo estilo. Apenas aprimorado.
O barulho continuava...//Eu vou pegar você.//
<center>
[[Ir em frente.|5.4.6.1]]
</center>Lembrei daquele dia. Do último dia que brincamos de pique-esconde. Do último dia de Eloy. Isso precisa ter uma ligação. @@color:red;Não é coincidência.@@ Não pode ser. O mesmo estilo. Apenas aprimorado. //Eu vou pegar você.//
<center>
[[Ir em frente.|5.4.7.1]]
</center>
O caminho que peguei era sem saída. //Droga.// Olhei para o alto, pensando na possibilidade dele ter escalado os containers, mas era difícil. @@color:red;Quase impossível.@@ Perdi alguns segundos apreciando o céu. Uma distração celestial, para o assassino ganhar tempo. A sorte estava do lado dele, mas isso não me faria desistir.
O barulho continuava...//Era no corredor do meio.//
<center>
[[Voltar.|5.10]]
</center>O caminho que peguei era sem saída. //Droga.// Olhei para o alto, pensando na possibilidade dele ter escalado os containers, mas era difícil. @@color:red;Quase impossível.@@ Perdi alguns segundos apreciando o céu. Uma distração celestial, para o assassino ganhar tempo. A sorte estava do lado dele, mas isso não me faria desistir.
O barulho continuava...//Era no corredor do meio.//
<center>
[[Voltar.|5.10]]
</center>Lá estava ele. //Ou ela.// Ainda não havia passado pela minha cabeça, que poderia ser uma assassina. Mas pela altura, deveria ser realmente um homem. Seria um duelo interessante, se fosse uma mulher.
@@color:red;A mala já estava lá.@@ Posicionada nos limites do Porto da Trindade. Apenas esperando que o segurança encontrasse no dia seguinte e ligasse para a polícia. Só que dessa vez eu cheguei antes.
<center>
[[...|5.4.6.1.1]]
</center>Voltei e segui pelo outro corredor. Continuei andando, buscando o barulho. Lá estava ele. //Ou ela.// Ainda não havia passado pela minha cabeça, que poderia ser uma assassina. Mas pela altura, deveria ser realmente um homem. Seria um duelo interessante, se fosse uma mulher.
@@color:red;A mala já estava lá.@@ Posicionada nos limites do Porto da Trindade. Apenas esperando que o segurança encontrasse no dia seguinte e ligasse para a polícia. Só que dessa vez eu cheguei antes.
<center>
[[...|5.4.6.1.1]]
</center>Ele ficou parado ao lado da mala. Vestia um casaco preto de capuz e uma máscara preta. Calças pretas. Sapatos pretos. Meias pretas. A única coisa colorida, era a mala. Essa era azul. @@color:red;Igual ao mar em volta do Porto.@@
Eu não sabia o que fazer naquele momento. Não conseguia mover nenhum músculo do meu corpo. Assim como ele, fiquei imóvel. Encarando. Eu o esperava tomar uma atitude e ele me esperava fazer algo. Não sabia que atirava logo naquele maldito ou se gritava para ele se render.
<center>
[[Atirar.|6.3]]
[[Gritar.|6.4]]
</center>Lentamente tirei a pistola do coldre, aproveitando a escuridão do local para que ele não visse o que eu estava fazendo. @@color:red;Agora.@@ Assim que apontei a arma, ele se jogou no mar. Aquele milésimo de segundo que hesitei em atirar, foi o suficiente para que ele pulasse.
Comecei a correr na direção...
<center>
[[Mala.|6.3.1]]
[[Assassino.|6.3.2]]
</center>
Levantei as mãos para mostrar que não estava disposta a atirar nele. @@color:red;Calma.@@ Assim que gritei para que se rendesse, ele se jogou no mar.
Comecei a correr na direção...
<center>
[[Mala.|6.3.1]]
[[Assassino.|6.3.2]]
</center>Não iria conseguir pegar ele de qualquer jeito. Na próxima eu consigo. @@color:red;Sei que haverá uma próxima.@@ Essa era a primeira vez que eu encontrava a mala antes de alguém. Quando cheguei perto da mala, consegui ver o assassino num pequeno barco a motor fugindo. //Ele vai voltar.//
Nem me preocupei em pegar as luvas. Não adiantava mais. Não era mais uma investigação. Era uma caçada.
Abri a mala e...//Droga.//
<center>
[[...|6.3.1.1]]
</center>
Corri em direção a borda do Porto, ignorando completamente a mala e quem pudesse estar lá dentro. @@color:red;Eu quero ele.@@ Fui tão rápida, que esqueci que o chão acabaria e depois viria o mar. Tive que me equilibrar já quase caindo. Era quase como se alguém tivesse me segurado e me puxado para trás. O assassino não fez a mesma burrada que quase fui fazendo.
Ele não pulou na água. Havia um pequeno barco a motor esperando para a fuga. //Droga.//
<center>
[[Atirar.|6.3.2.1]]
[[Voltar.|6.3.2.2]]
</center>
Dei mais alguns tiros na direção do assassino, mas errei todos. //Não era tão fácil como nos treinamentos.// Ele poderia estar indo para outra cidade ou então parando o barquinho próximo a floresta. Era perto da Ponte da União, ele poderia estar por esse perímetro. @@color:red;Só que longe do Cinema Dellos.@@
“Ei! Quem é você?” - gritou alguém.
Era Aguinaldo Alvares, o segurança noturno do Porto da Trindade. //Agora ele resolvia aparecer.// Me ajudou a carregar a mala até a viatura e terminou me perguntando quem estava nela.
“Quem está aí dentro?”
<center>
[[Não sei.|6.3.2.1.1]]
[[Ignorar.|6.3.2.1.2]]
</center>Voltei até a mala para descobrir quem era a vítima, até que alguém gritou. @@color:red;Quase que mato a pessoa errada na noite.@@
“Ei! Quem é você?”
Era Aguinaldo Alvares, o segurança noturno do Porto da Trindade. //Agora ele resolvia aparecer.// Me ajudou a carregar a mala até a viatura e terminou me perguntando quem estava nela.
“Quem está aí dentro?”
<center>
[[Não sei.|6.3.2.1.1]]
[[Ignorar.|6.3.2.1.2]]
</center>
Ainda bem que Padilha não estava dessa vez. O corpo era do Delegado Tenório. //Droga.// Isso mudava tudo. De bom e de ruim. Não sabia diferenciar muito as duas coisas. Era o delegado que mantinha a cidade calma. @@color:red;Agora não mais.@@ Padilha não vai conseguir manter e eu...bem...eu quero ver a do que as pessoas são realmente capazes. Agora que a brincadeira iria começar. Poderia jogar todas as minhas cartas. O delegado não poderia mais me impedir. Isso é bom e isso é ruim. Veremos.
<center>
[[...|6.3.1.1.1]]
</center>
Fiquei sentada do lado da mala. Tentando processar tudo que havia acontecido nos últimos minutos. Respirando. Olhei para o alto para pensar. @@color:red;O céu estava lindo.@@ Ainda assim tinha um cadáver do meu lado e um assassino fugindo. //Que loucura.// Era de madrugada e eu precisava sair daqui. Não sabia se ligava para Padilha ou se levava logo o corpo até a delegacia.
<center>
[[Padilha.|6.3.1.1.1.1]]
[[Delegacia.|6.3.1.1.1.2]]
</center>
Se fosse outra pessoa na mala, eu não ligaria para Padilha de madrugada. Mas era o delegado. Era importante para ele.
"Não, não, não, não, não..." - chorava Padilha.
Talvez fosse melhor contar pessoalmente. Ter alguém para abraçar. Ou talvez ele precisasse disso. Levar essa pancada de uma vez. @@color:red;Isso pode ser bom.@@ Ou ruim. Espero que ele me ajude a pegar esse assassino com mais empenho. As coisas vão ficar bem doidas a partir de agora.
<center>
[[Delegacia.|6.3.1.1.1.1.1]]
</center>
Estava muito tarde. Melhor eu ir direto para a delegacia. Terei tempo e paz para pensar. @@color:red;Sozinha.@@ Comecei a puxar a mala entre os containers, recapitulando tudo que havia acontecido. Quando chego na viatura, encontro com o segurança noturno. //Agora ele aparece.// Devia estar dormindo.
"Outra mala? Quem está dentro?" - perguntou Aguinaldo Alvares.
<center>
[[Contar.|6.3.1.1.1.2.1]]
[[Ignorar.|6.3.1.1.1.2.2]]
</center>Durmo. Durmo igual um bebê. Acordo e nada do rádio. Olho meu celular pra ver se tem alguma mensagem. Nada. Ainda bem que dormi. Teria ficado acordada à toa. Coloco o rádio em cima da mesa e fico sentada do lado. @@color:red;Esperando.@@ Nada. Tomei banho. Botei o uniforme. Olhei o jornal local por três minutos e fui em direção a porta. Assim como todos os dias. Então o rádio finalmente toca.
<center>
[[Atender.|8.1.1.1]]
</center>“Porto…vem.” - disse Padilha, soluçando.
//Droga.// Padilha estava chorando. Outra pessoa próxima dele. Estou começando a achar que isso é pessoal. //Porque alguém faria isso com Padilha?//
Ainda me sentia devagar por causa do remédio. @@color:red;Preciso de café.@@
Paro rapidamente na Padaria do Fernando e sigo em direção ao Porto da Trindade. //Droga.// Esse foi um dos lugares que pensei em ir ontem. Não posso errar da próxima vez. Sei que terá uma próxima. Tem que ter.
<center>
[[Acelerar.|8.1.1.1.1]]
</center>“Porto…vem.” - disse Padilha, soluçando.
//Droga.// Padilha estava chorando. Outra pessoa próxima dele. Estou começando a achar que isso é pessoal. //Porque alguém faria isso com Padilha?//
Me sinto um pouco cansada, mas acelerada ao mesmo tempo. Preciso ir logo. Entro na viatura, ligo a sirene e vou. Todos me olham. Eu adoro esse espetáculo da sirene. Ver a cara deles de preocupados, mesmo que por alguns segundos. @@color:red;Porto da Trindade.@@ //Droga.// Esse foi um dos lugares que pensei em ir ontem. Não posso errar da próxima vez. Sei que terá uma próxima. Tem que ter.
<center>
[[Acelerar.|8.2.1.1]]
</center>
A cara que o segurança fez quando contei quem estava na mala, era exatamente o que eu queria. //Finalmente.// Talvez eu tenha umas duas horas para pensar no que farei, até as pessoas acordarem e receberem essa notícia pelos outros. @@color:red;Iria espalhar rápido.@@ Só espero não encontrar ninguém na porta da delegacia me aguardando, assim como eu fiz quando Eloy morreu.
<center>
[[Delegacia.|6.3.1.1.1.2.1.1]]
</center>
@@color:red;Ignorei.@@ Dessa vez a pessoa que estava na mala iria impactar a cidade. //Eu espero.// Precisava de um pouco de tempo para pensar em como seriam as coisas. Como eu e Padilha iríamos decidir as ações a partir de agora. Só espero não encontrar ninguém na porta da delegacia me aguardando, assim como eu fiz quando Eloy morreu.
<center>
[[Delegacia.|6.3.1.1.1.2.1.1]]
</center>
As pessoas ainda estavam dormindo, quando passei pelas ruas. Nem o Sol havia nascido. @@color:red;Tenho tempo.@@ O segurança do Porto da Trindade já devia ter enviado a notícia para seus colegas, mas ninguém estava acordado ainda. Só eu, ele, Padilha e o assassino.
Quando cheguei na delegacia, Padilha já estava lá. Parado. O rosto vermelho. Talvez por ter chorado muito ou talvez por estar com raiva. Era disso que eu precisava. Precisava de Padilha com raiva. Com vontade. Ele seria o primeiro a mudar. E isso era muito bom.
“Nós vamos pegar ele, Muriel.” - disse Padilha
<center>
[[Vamos sim.|6.6]]
[[Você vai.|6.5]]
</center>As pessoas ainda estavam dormindo, quando passei pelas ruas. Nem o Sol havia nascido. @@color:red;Tenho tempo.@@ O segurança do Porto da Trindade já devia ter enviado a notícia para seus colegas, mas ninguém estava acordado ainda. Só eu, ele e o assassino.
Coloquei a mala na cela e respirei mais calma, pela primeira vez nas últimas horas. Só não sabia se começava o mesmo procedimento pela terceira vez na semana ou se chamava logo o Padilha e contava tudo.
<center>
[[Começar.|6.3.1.1.1.2.1.1.1]]
[[Chamar.|6.3.1.1.1.2.1.1.2]]
</center>
Desculpe Padilha, mas eu não posso perder tempo. Preciso olhar logo o corpo do delegado com calma. Uma hora o assassino vai errar. Uma hora ele vai deixar uma pista. Talvez uma marca de terra, do local onde ele se esconde. Talvez um pedaço de planta da floresta ou do bosque. @@color:red;Qualquer coisa.@@
Primeiro conferi o de sempre. Papel no bolso com o número três e perfuração no pescoço. As roupas estavam limpas. A pele também. O sapato tinha terra do cemitério. Nada. A mala também estava limpa. Parecia ter acabado de…
“Outra vítima, Muriel? Quem é dessa vez?” - perguntou Padilha, que havia acabado de chegar.
<center>
[[Senta aí.|6.7.1]]
[[Delegado.|6.7.2]]
</center>
Contei a ele quem estava na mala. //O maldito delegado.// Sabia o quanto ele era uma figura importante para Padilha.
"Não, não, não, não, não..." - chorava Padilha.
Gostaria de contar pessoalmente. Ter alguém para abraçar. Ou talvez ele precisasse disso. Levar essa pancada de uma vez. @@color:red;Isso pode ser bom.@@ Ou ruim. Espero que ele me ajude a pegar esse assassino com mais empenho. As coisas vão ficar bem doidas a partir de agora.
<center>
[[Esperar.|6.3.1.1.1.2.1.1.2.1]]
</center>
"Ok. Bom trabalho para você também" - disse o segurança, irritado.
Não tinha mais paciência para as pessoas da cidade. Se o segurança estivesse fazendo seu trabalho, teria pego o serial killer. Já basta o delegado ficar me atrapalhando e Padilha não ajudando muito. Não preciso que as pessoas fiquem pelo meu caminho.
O pior é que eu nem sabia quem estava na mala. Só saberia quando chegasse na delegacia. Provavelmente o segurança acabaria sabendo horas depois pelo delegado. @@color:red;Apenas mais uma morte.@@ Era isso que ele via. Algo natural.
Ainda está de madrugada. Não sei se ligo logo para Padilha ou deixo para fazer isso de manhã. Melhor eu levar essa mala para delegacia de qualquer jeito.
<center>
[[Ligar.|6.3.3]]
[[Esperar.|6.3.4]]
</center>
"Ok. Ainda está sendo investigado. Não vou atrapalhar seu trabalho." - disse o segurança.
Eu realmente não sabia. Só saberia quando chegasse na delegacia. Provavelmente todos saberiam horas depois pelo delegado. @@color:red;Apenas mais uma morte.@@ Era isso que ele via. Algo natural. Padilha não ajudava muito em pegar o serial killer, mas o delegado atrapalhava. //Bastante.//
Ainda está de madrugada. Não sei se ligo logo para Padilha ou deixo para fazer isso de manhã. Melhor eu levar essa mala para delegacia de qualquer jeito.
<center>
[[Ligar.|6.3.3]]
[[Esperar.|6.3.4]]
</center>“Quem foi a vítima?” - perguntou Padilha.
Ainda não sei. Vou descobrir assim que chegar na delegacia. A verdade é que não me importa mais quem esteja dentro da mala, contanto que não sejam meus pais. @@color:red;De resto, eu não ligo.@@ Apenas quero pegar o assassino.
“Ok. Te encontro na delegacia.”
<center>
[[Delegacia.|6.3.3.1]]
</center>
As pessoas ainda estavam dormindo, quando passei pelas ruas. Nem o Sol havia nascido. @@color:red;Tenho tempo.@@ O segurança do Porto da Trindade já devia ter enviado a notícia para seus colegas, mas ninguém estava acordado ainda. Só eu, ele e o assassino.
Coloquei a mala na cela e respirei mais calma, pela primeira vez nas últimas horas. A verdade é que não me importa mais quem esteja dentro da mala, contanto que não sejam meus pais. @@color:red;De resto, eu não ligo.@@ Apenas quero pegar o assassino.
<center>
[[Abrir.|6.3.4.1]]
</center>
Padilha estava precisando de motivação. No fundo ele sabia que eu que pegaria o assassino. Eu que tomaria o controle da caçada. Mas no momento...ele precisava ouvir isso. Precisava dele na mesma sintonia que eu. Dane-se o delegado. @@color:red;Dane-se a cidade.@@ Seremos nós dois contra o assassino.
“Vou deixar você aqui cuidando do corpo e avisarei a família. Se você precisar de mais tempo, me avise.” - disse Padilha.
A verdade é que não vou precisar. O corpo não me diz mais nada. Vamos apenas brincar de pique-esconde. Ele vai continuar deixando corpos pela cidade, enquanto eu o procuro. Preciso acertar o próximo local. Preciso entender o padrão dele. Ele não está fazendo isso de forma aleatória.
<center>
[[Mural.|6.8]]
</center>Agora sim. Agora sim vamos conseguir pegar esse serial killer. Finalmente Padilha está na mesma sintonia que eu. Dane-se o delegado. @@color:red;Dane-se a cidade.@@ Seremos nós dois contra o assassino.
“Vou deixar você aqui cuidando do corpo e avisarei a família. Se você precisar de mais tempo, me avise.” - disse Padilha.
A verdade é que não vou precisar. O corpo não me diz mais nada. Vamos apenas brincar de pique-esconde. Ele vai continuar deixando corpos pela cidade, enquanto eu o procuro. Preciso acertar o próximo local. Preciso entender o padrão dele. Ele não está fazendo isso de forma aleatória.
<center>
[[Mural.|6.8]]
</center>Quando Padilha chegou na delegacia, ficou parado na porta olhando para a mala. O rosto vermelho. Talvez por ter chorado muito ou talvez por estar com raiva. Era disso que eu precisava. Precisava de Padilha com raiva. Com vontade. @@color:red;Ele seria o primeiro a mudar.@@ E isso era muito bom.
“Nós vamos pegar ele, Muriel.” - disse Padilha
<center>
[[Vamos sim.|6.6]]
[[Você vai.|6.5]]
</center>“Não, não, não, não. Me fala logo.” - disse Padilha, nervoso.
Assim que contei quem era na mala, Padilha desmoronou. Eu avisei. Era pra ele sentar. Logo em seguida em vomitou. //Estou farta disso.// Padilha começou a socar o chão e a gritar. Era disso que eu precisava. Precisava de Padilha com raiva. Com vontade. @@color:red;Ele seria o primeiro a mudar.@@ E isso era muito bom.
“Nós vamos pegar ele, Muriel.”
<center>
[[Vamos sim.|6.6]]
[[Você vai.|6.5]]
</center>Assim que contei quem era na mala, Padilha desmoronou. Era melhor eu ter mandado ele sentar. Logo em seguida em vomitou. //Estou farta disso.// Padilha começou a socar o chão e a gritar. Era disso que eu precisava. Precisava de Padilha com raiva. Com vontade. @@color:red;Ele seria o primeiro a mudar.@@ E isso era muito bom.
“Nós vamos pegar ele, Muriel.”
<center>
[[Vamos sim.|6.6]]
[[Você vai.|6.5]]
</center>
Cheguei na delegacia e deixei a mala na cela. Fiquei tomando um café enquanto aguardava Padilha. Quando ele finalmente chegou, fomos abrir a mala. //Espero que não seja algum conhecido dele.// Quando abrimos a mala...//Droga.// Era o delegado Tenório. Padilha novamente caiu no chão e começou a vomitar. Estou farta disso.
Padilha começou a socar o chão e a gritar. Era disso que eu precisava. Precisava de Padilha com raiva. Com vontade. @@color:red;Ele seria o primeiro a mudar.@@ E isso era muito bom.
“Nós vamos pegar ele, Muriel.” - disse Padilha
<center>
[[Vamos sim.|6.6]]
[[Você vai.|6.5]]
</center>Droga. Por essa eu não esperava. Era o delegado Tenório. Isso mudava tudo. Iria impactar o meu trabalho e a cidade. Eu não teria mais ninguém me fazendo perder tempo e a cidade não teria mais ninguém para acalmar as coisas. @@color:red;Caos.@@ As coisas seriam diferentes.
Só não sabia se começava o mesmo procedimento pela terceira vez na semana ou se chamava logo o Padilha e contava tudo.
<center>
[[Começar.|6.3.1.1.1.2.1.1.1]]
[[Chamar.|6.3.1.1.1.2.1.1.2]]
</center>
Assim que cheguei no porto, o segurança veio me acompanhar. Passamos por entre alguns containers, até chegar no final do Porto da Trindade. Lá estava Padilha. Sentado na beirada, com os pés balançando em cima da água. A mala estava bem centralizada. @@color:red;Esperando para ser encontrada.@@
Fiquei alguns segundos parada. Observando. Olhando o Sol. Acordando. Olho pra Padilha. Olho pra mala. O que devo fazer?
<center>
[[Padilha.|8.1.1.1.1.1]]
[[Mala.|8.1.1.1.1.1.2]]
</center>
Fui até Padilha. Sentei a seu lado. Ele olhava para a água como se quisesse pular. @@color:red;O rosto vermelho.@@ Talvez por ter chorado muito ou talvez por estar com raiva. Eu ainda não sei quem está na mala. Pra falar a verdade eu nem ligo mais. Só quero pegar esse serial killer.
“Por que logo o delegado Tenório?” - disse Padilha
//Droga.// Isso mudava tudo. Achei que era algum colega de futebol dele ou algum conhecido da escola. Mas o delegado? Isso iria impactar de vez a cidade. Era ele quem acalmava tudo. Ele quem me impedia de tomar as ações corretas. Era disso que eu precisava. Precisava de Padilha com raiva e da cidade livre para mim. Ele seria o primeiro a mudar. E isso era muito bom.
“Nós vamos pegar ele, Muriel.” - disse Padilha
<center>
[[Vamos sim.|8.3.1]]
[[Você vai.|8.3.2]]
</center>
Fui até a mala. Padilha nem havia percebido minha presença. Quando abri, entendi porque ele estava assim. Era o delegado Tenório na mala. //Droga.// Por essa eu realmente não esperava. @@color:red;Isso era bom.@@ O delegado estava me atrapalhando. Eu não ligava pra quem estava na mala. Contanto que não fossem meus pais, poderia ser qualquer um da cidade que eu não ligaria. Quero apenas capturar esse serial killer. Isso vai fazer bem ao Padilha. Era disso que eu precisava. Precisava de Padilha com raiva. Com vontade. Ele seria o primeiro a mudar. E isso era muito bom. Sentei do lado dele e ele comprovou o que eu queria.
“Nós vamos pegar ele, Muriel.” - disse Padilha
<center>
[[Vamos sim.|8.3.1]]
[[Você vai.|8.3.2]]
</center>
Assim que cheguei no porto, o segurança veio me acompanhar. Passamos por entre alguns containers, até chegar no final do Porto da Trindade. Lá estava Padilha. Sentado na beirada, com os pés balançando em cima da água. A mala estava bem centralizada. @@color:red;Esperando para ser encontrada.@@
Fiquei alguns segundos parada. Observando. Olhando o Sol. Tudo estava calmo. Poderia dormir em pé, ali mesmo. Não posso descansar até pegar esse assassino. Olho pra Padilha. Olho pra mala. O que devo fazer?
<center>
[[Padilha.|8.1.1.1.1.1]]
[[Mala.|8.1.1.1.1.1.2]]
</center>
Agora sim. Agora sim vamos conseguir pegar esse serial killer. Finalmente Padilha está na mesma sintonia que eu. Dane-se o delegado. @@color:red;Dane-se a cidade.@@ Seremos nós dois contra o assassino.
“Vamos pra delegacia. Não podemos perder tempo aqui.” - disse Padilha.
Isso. Não podemos mais perder tempo. Já foram três mortes e não acho que isso vai acabar aqui. Eu preciso entender o padrão dele. Precisa haver um padrão. Ele não está matando de forma aleatória. Pelo menos agora sem o delegado, eu vou ter tempo para pensar nisso.
<center>
[[Delegacia.|8.3.3]]
</center>
Padilha estava precisando de motivação. No fundo ele sabia que eu que pegaria o assassino. Eu que tomaria o controle da caçada. Mas no momento...ele precisava ouvir isso. Precisava dele na mesma sintonia que eu. Dane-se o delegado. @@color:red;Dane-se a cidade.@@ Seremos nós dois contra o assassino.
“Vamos pra delegacia. Já perdi muito tempo aqui chorando.” - disse Padilha.
Isso. Não podemos mais perder tempo. Já foram três mortes e não acho que isso vai acabar aqui. Eu preciso entender o padrão dele. Precisa haver um padrão. Ele não está matando de forma aleatória. Pelo menos agora sem o delegado, eu vou ter tempo para pensar nisso.
<center>
[[Delegacia.|8.3.3]]
</center>
Chegando na delegacia, fizemos o mesmo procedimento dos outros. Perfuração no pescoço e papel com um número três no bolso. @@color:red;Ainda não acabou.@@ Nos sapatos, terra do cemitério, quando o delegado esteve no enterro de Henrique Silva, discursando para a cidade como se nada estivesse acontecendo. //Eles acreditavam.//
“Esqueci de dizer, mas investiguei os gêmeos na noite da primeira morte. Eles não estavam na cidade. Estavam viajando. Só voltaram depois. Agora vou deixar você aqui cuidando do corpo e avisarei a família. Se você precisar de mais tempo, me avise.” - disse Padilha.
Isso não confirmava exatamente que eles não estavam. Poderiam ter mentido. Era típico da Família Esteves. Também não vou precisar de mais tempo. O corpo não me diz mais nada. Vamos apenas brincar de pique-esconde. Ele vai continuar deixando corpos pela cidade, enquanto eu o procuro. Preciso acertar o próximo local. Preciso entender o padrão dele. Ele não está fazendo isso de forma aleatória.
<center>
[[Mural.|8.3.3.1]]
</center><center>
1
//Diego Santana//
//Ponte da União//
2
//Henrique Silva//
//Cinema Dellos//
3
//Gustavo Tenório//
//Porto da Trindade//
4
//??????//
@@color:red;//????????//@@
[[...|6.8.1]]
</center>
Nada fazia sentido ali para mim. Nenhum dos três tinha muita ligação. Diego apenas vivia do dinheiro da família, que trabalhava na fábrica, e ficava jogando futebol no Estádio Cosmos sem muito sucesso. Henrique trabalhava no banco e parecia ser uma pessoa honesta. O delegado Tenório...esse era realmente importante para cidade. Dificilmente o serial killer escolhe como vítima um dos policiais. Isso aumentaria a procura por ele. @@color:red;Talvez ele quisesse isso.@@ Era estúpido, mas dava mais adrenalina.
“Esqueci de dizer, mas investiguei os gêmeos na noite da primeira morte. Eles não estavam na cidade. Estavam viajando. Só voltaram depois. Outro assunto. A esposa do delegado Tenório quer que um de nós faça um discurso para a cidade. Quem será?” - perguntou Padilha
Isso não confirmava exatamente que eles não estavam. Poderiam ter mentido. Era típico da Família Esteves. Sobre o discurso. Acho melhor...
<center>
[[Você.|6.9]]
[[Eu.|6.10]]
</center><center>
1
//Diego Santana//
//Ponte da União//
2
//Henrique Silva//
//Cinema Dellos//
3
//Gustavo Tenório//
//Porto da Trindade//
4
//??????//
@@color:red;//????????//@@
[[...|8.3.3.1.1]]
</center>Nada fazia sentido ali para mim. Nenhum dos três tinha muita ligação. Diego apenas vivia do dinheiro da família, que trabalhava na fábrica, e ficava jogando futebol no Estádio Cosmos sem muito sucesso. Henrique trabalhava no banco e parecia ser uma pessoa honesta. O delegado Tenório...esse era realmente importante para cidade. Dificilmente o serial killer escolhe como vítima um dos policiais. Isso aumentaria a procura por ele. @@color:red;Talvez ele quisesse isso.@@ Era estúpido, mas dava mais adrenalina.
“Muriel. A esposa do delegado Tenório quer que um de nós faça um discurso para a cidade. Quem será?” - perguntou Padilha
<center>
[[Você.|8.5]]
[[Eu.|8.6]]
</center>Era melhor ele discursar. Eu posso acabar exagerando nas minhas palavras e a cidade já não gosta muito de mim. Gostavam do delegado Tenório. Era um cidadão modelo. Aquele que mantinha a calma. @@color:red;Paz.@@ Agora Padilha iria ficar no lugar dele. Ele era o mais antigo na delegacia e era homem. Não muito competente, mas era uma boa pessoa.
“Ok. Vou escrever algo e te encontro no Cemitério.” - disse Padilha.
<center>
[[...|8.5.1]]
</center>
“Obrigado Muriel. Eu não iria conseguir. Muita pressão. Eles vão querer que eu seja o novo delegado. Não sei se estou preparado.” - disse Padilha.
Sim. @@color:red;Eles vão querer.@@ Padilha era o mais antigo e também era homem. Não muito competente, mas era uma boa pessoa. Agora é minha vez de ficar no comando, ainda que a cidade não aceite ou não entenda. Só precisava pensar no tom do meu discurso.
<center>
[[Paz.|8.6.1]]
[[Caos.|8.6.2]]
</center>
Era melhor ele discursar. Eu posso acabar exagerando nas minhas palavras e a cidade já não gosta muito de mim. Gostavam do delegado Tenório. Era um cidadão modelo. Aquele que mantinha a calma. @@color:red;Paz.@@ Agora Padilha iria ficar no lugar dele. Ele era o mais antigo na delegacia e era homem. Não muito competente, mas era uma boa pessoa.
"Você vai estar lá comigo?" - perguntou Padilha
<center>
[[Não.|8.9.1]]
[[Sim.|8.9.2]]
</center>
“Obrigado Muriel. Eu não iria conseguir. Muita pressão. Eles vão querer que eu seja o novo delegado. Não sei se estou preparado.” - disse Padilha.
Sim. @@color:red;Eles vão querer.@@ Padilha era o mais antigo e também era homem. Não muito competente, mas era uma boa pessoa. Agora é minha vez de ficar no comando, ainda que a cidade não aceite ou não entenda. Só precisava pensar no tom do meu discurso.
<center>
[[Paz.|6.10.1]]
[[Caos.|6.10.2]]
</center>
Enquanto Padilha escrevia seu discurso num pedaço de papel, eu anotava coisas mais importantes. Tentava fazer uma ligação entre as vítimas. Entre os locais. Preciso acertar dessa vez onde o assassino estará. O Porto da Trindade foi um dos locais que pensei em vigiar da última vez. Preciso entender como ele está escolhendo. @@color:red;Um padrão.@@ Talvez entre os dias ou horários. Qualquer coisa.
"Você vai estar lá comigo?" - perguntou Padilha
<center>
[[Não.|8.5.1.1]]
[[Sim.|8.5.1.2]]
</center>
Enquanto Padilha dirigia a viatura até o cemitério, fui anotando em um papel algumas palavras que eu gostaria de usar. //Paz. Harmonia. Tradição. Comunidade. Tranquilidade.// Sempre estavam no discurso dele. @@color:red;Tudo mentira.@@ Era isso que eles queriam. Tudo bem então. Eles vão ter o que merecem.
“Obrigado Padilha, por fazer um discurso em nome de meu marido. Ele ficaria feliz em ver você no lugar dele.” - disse a Senhora Tenório.
“Na verdade será a Muriel, senhora.” - respondeu Padilha, antes que eu pudesse dizer algo.
<center>
[[Discursar.|8.6.1.1]]
</center>Enquanto Padilha dirigia a viatura até o cemitério, fui anotando em um papel algumas palavras que eu gostaria de usar. //Mudança. Realidade. Assassinatos. Verdade. Mentira.// Era isso que sempre quis dizer. @@color:red;Era exatamente isso que eles não queriam ouvir.@@ Agora é minha vez.
“Obrigado Padilha, por fazer um discurso em nome de meu marido. Ele ficaria feliz em ver você no lugar dele.” - disse a Senhora Tenório.
“Na verdade será a Muriel, senhora.” - respondeu Padilha, antes que eu pudesse dizer algo.
<center>
[[Discursar.|8.6.2.1]]
</center>Enquanto Padilha dirigia a viatura até o cemitério, fui anotando em um papel algumas palavras que o delegado gostava de usar. //Paz. Harmonia. Tradição. Comunidade. Tranquilidade.// Sempre estavam no discurso dele. @@color:red;Tudo mentira.@@ Era isso que eles queriam. Tudo bem então. Eles vão ter o que merecem.
“Obrigado Padilha, por fazer um discurso em nome de meu marido. Ele ficaria feliz em ver você no lugar dele.” - disse a Senhora Tenório.
“Na verdade será a Muriel, senhora.” - respondeu Padilha, antes que eu pudesse dizer algo.
<center>
[[Discursar.|6.10.1.1]]
</center>
Enquanto Padilha dirigia a viatura até o cemitério, fui anotando em um papel algumas palavras que eu gostaria de usar. //Mudança. Realidade. Assassinatos. Verdade. Mentira.// Era isso que sempre quis dizer. @@color:red;Era exatamente isso que eles não queriam ouvir.@@ Agora é minha vez.
“Obrigado Padilha, por fazer um discurso em nome de meu marido. Ele ficaria feliz em ver você no lugar dele.” - disse a Senhora Tenório.
“Na verdade será a Muriel, senhora.” - respondeu Padilha, antes que eu pudesse dizer algo.
<center>
[[Discursar.|6.10.1.1]]
</center>Enquanto Padilha estivesse discursando para a cidade, assim como o delegado fazia, com palavras semelhantes e toda aquela palhaçada, eu estaria procurando o assassino. @@color:red;Preciso entender ele.@@
"Tudo bem. Te encontro após o funeral." - disse Padilha
Tenho que escolher um local para ele me encontrar. Um local onde o assassino estará na próxima vez. Minhas opções agora são: Torre Central. Estádio Cosmos. Asilo Paraíso. Fábrica Dillad. Livraria Quixote.
<center>
[[Torre.|8.5.1.1.1]]
[[Estádio.|8.5.1.1.2]]
[[Asilo.|8.5.1.1.3]]
[[Fábrica.|8.5.1.1.4]]
[[Livraria.|8.5.1.1.5]]
</center>
Sim, estarei sim. Padilha vai precisar do meu apoio agora. Também quero olhar bem na cara das pessoas da cidade e ver a reação delas. Ainda que ele tenha preparado um discurso semelhante ao que o delegado fazia. A ideia foi minha, eu sei. No momento nós precisamos acalmar as pessoas. @@color:red;Depois eu jogo a verdade.@@
<center>
[[Cemitério.|8.5.1.2.1]]
</center>
Deixei a viatura no Parque e fui andando até a Torre Central. Longe o suficiente para o assassino não saber que estou aqui. //Isso se ele vier para a Torre.// @@color:red;Era um tiro no escuro.@@ Um que eu precisava dar, até descobrir o padrão dele. //Tem que haver um padrão.//
Preciso me esconder em algum lugar. Não sei se fico entre as árvores aqui fora ou lá dentro na construção.
<center>
[[Árvores.|8.5.1.1.1.1]]
[[Torre.|8.5.1.1.1.2]]
</center>
Deixei a viatura distante do Estádio Cosmos. Longe o suficiente para o assassino não saber que estou aqui. //Isso se ele vier para o Estádio.// Era um tiro no escuro. Um que eu precisava dar, até descobrir o padrão dele. //Tem que haver um padrão.//
O Estádio Cosmos era um dos lugares que mais visitei durante minha infância. Meu avô adorava assistir as partidas e todo final de ano a Fábrica Dillad realizava uma confraternização no local. Durante a semana ficava vazio e seria um local bem fácil do assassino acessar para deixar a mala. @@color:red;Eu deixaria uma aqui.@@
Enquanto esperava, Padilha estava lá no cemitério discursando. Espero que tudo tenha saído bem.
<center>
[[...|8.5.11]]
</center>
Deixei a viatura distante do Asilo. Longe o suficiente para o assassino não saber que estou aqui. //Isso se ele vier para o Asilo.// @@color:red;Era um tiro no escuro.@@ Um que eu precisava dar, até descobrir o padrão dele. //Tem que haver um padrão.//
Fiquei escondida dentre as árvores que ficavam a redor do local. Um pouco no alto, para ter uma visão melhor. Enquanto esperava, Padilha estava lá no cemitério discursando. Espero que tudo tenha saído bem.
<center>
[[...|8.5.11]]
</center>
Deixei a viatura distante da Fábrica Dillad. Longe o suficiente para o assassino não saber que estou aqui. //Isso se ele vier para a Fábrica.// Era um tiro no escuro. Um que eu precisava dar, até descobrir o padrão dele. //Tem que haver um padrão.//
A Fábrica Dillad era o principal local da cidade. Se ele queria chamar atenção, já deveria ter deixado uma mala aqui. @@color:red;Eu deixaria.@@ O problema é que o local era muito vigiado. Seguranças. Cachorros. Câmeras.
Fiquei escondida dentre as árvores que ficavam a redor do local. Um pouco no alto, para ter uma visão melhor. Enquanto esperava, Padilha estava lá no cemitério discursando. Espero que tudo tenha saído bem.
<center>
[[...|8.5.11]]
</center>
Deixei a viatura distante da Livraria Quixote. Longe o suficiente para o assassino não saber que estou aqui. //Isso se ele vier para a Livraria.// @@color:red;Era um tiro no escuro.@@ Um que eu precisava dar, até descobrir o padrão dele. //Tem que haver um padrão.//
Subi no topo de um prédio, pelas escadas de incêndio e fiquei observando o movimento. Enquanto esperava, Padilha estava lá no cemitério discursando. Espero que tudo tenha saído bem.
<center>
[[...|8.5.12]]
</center>
A cerimônia começou um discurso de uma pessoa qualquer. Talvez algum parente ou amigo, que eu não conhecia. As palavras dele me deixavam enojada. Mentiras. Apenas mentiras. Eu realmente estava me sentindo mal. Decidi ir embora.
Não podia perder tempo com isso. Espero que Padilha entenda. Preciso acertar dessa vez. Preciso estar um passo na frente dele. Talvez ele tenha um padrão dos locais ou um padrão para as pessoas. @@color:red;Não sei.@@ Minhas opções agora são: Torre Central. Estádio Cosmos. Asilo Paraíso. Fábrica Dillad. Livraria Quixote.
<center>
[[Torre.|8.5.1.1.1]]
[[Estádio.|8.5.1.1.2]]
[[Asilo.|8.5.1.1.3]]
[[Fábrica.|8.5.1.1.4]]
[[Livraria.|8.5.1.1.5]]
</center>"Tudo bem. Te encontro após o funeral." - disse Padilha
Não podia perder tempo com isso. Pelo menos ele entendia. Estive muito perto de pegar o assassino. Preciso acertar novamente o local. Preciso estar um passo na frente dele. Talvez ele tenha um padrão dos locais ou um padrão para as pessoas. @@color:red;Não sei.@@ Minhas opções agora são: Torre Central. Estádio Cosmos. Asilo Paraíso. Fábrica Dillad. Livraria Quixote.
<center>
[[Torre.|8.9.1.1]]
[[Estádio.|8.9.1.2]]
[[Asilo.|8.9.1.3]]
[[Fábrica.|8.9.1.4]]
[[Livraria.|8.9.1.5]]
</center>
Sim, estarei sim. Padilha vai precisar do meu apoio agora. Também quero olhar bem na cara das pessoas da cidade e ver a reação delas. Não sei o que ele vai dizer. Não me mostrou o papel até agora. Provavelmente será algo parecido com o que o delegado falaria. Uma forma de homenagear ele. No momento nós precisamos acalmar as pessoas. @@color:red;Depois eu jogo a verdade.@@
<center>
[[Cemitério.|8.9.2.1]]
</center>
Deixei a viatura no Parque e fui andando até a Torre Central. Longe o suficiente para o assassino não saber que estou aqui. //Isso se ele vier para a Torre.// @@color:red;Era um tiro no escuro.@@ Um que eu precisava dar, até descobrir o padrão dele. //Tem que haver um padrão.//
Preciso me esconder em algum lugar. Não sei se fico entre as árvores aqui fora ou lá dentro na construção.
<center>
[[Árvores.|8.9.1.1.1.1]]
[[Torre.|8.9.1.1.1.2]]
</center>Deixei a viatura distante do Estádio Cosmos. Longe o suficiente para o assassino não saber que estou aqui. //Isso se ele vier para o Estádio.// Era um tiro no escuro. Um que eu precisava dar, até descobrir o padrão dele. //Tem que haver um padrão.//
O Estádio Cosmos era um dos lugares que mais visitei durante minha infância. Meu avô adorava assistir as partidas e todo final de ano a Fábrica Dillad realizava uma confraternização no local. Durante a semana ficava vazio e seria um local bem fácil do assassino acessar para deixar a mala. @@color:red;Eu deixaria uma aqui.@@
Enquanto esperava, Padilha estava lá no cemitério discursando. Espero que tudo tenha saído bem.
<center>
[[...|8.9.11]]
</center>Deixei a viatura distante do Asilo. Longe o suficiente para o assassino não saber que estou aqui. //Isso se ele vier para o Asilo.// @@color:red;Era um tiro no escuro.@@ Um que eu precisava dar, até descobrir o padrão dele. //Tem que haver um padrão.//
Fiquei escondida dentre as árvores que ficavam a redor do local. Um pouco no alto, para ter uma visão melhor. Enquanto esperava, Padilha estava lá no cemitério discursando. Espero que tudo tenha saído bem.
<center>
[[...|8.9.11]]
</center>Deixei a viatura distante da Fábrica Dillad. Longe o suficiente para o assassino não saber que estou aqui. //Isso se ele vier para a Fábrica.// Era um tiro no escuro. Um que eu precisava dar, até descobrir o padrão dele. //Tem que haver um padrão.//
A Fábrica Dillad era o principal local da cidade. Se ele queria chamar atenção, já deveria ter deixado uma mala aqui. @@color:red;Eu deixaria.@@ O problema é que o local era muito vigiado. Seguranças. Cachorros. Câmeras.
Fiquei escondida dentre as árvores que ficavam a redor do local. Um pouco no alto, para ter uma visão melhor. Enquanto esperava, Padilha estava lá no cemitério discursando. Espero que tudo tenha saído bem.
<center>
[[...|8.9.11]]
</center>Deixei a viatura distante da Livraria Quixote. Longe o suficiente para o assassino não saber que estou aqui. //Isso se ele vier para a Livraria.// @@color:red;Era um tiro no escuro.@@ Um que eu precisava dar, até descobrir o padrão dele. //Tem que haver um padrão.//
Subi no topo de um prédio, pelas escadas de incêndio e fiquei observando o movimento. Enquanto esperava, Padilha estava lá no cemitério discursando. Espero que tudo tenha saído bem.
<center>
[[...|8.9.12]]
</center>
A cerimônia começou um discurso de uma pessoa qualquer. Talvez algum parente ou amigo, que eu não conhecia. As palavras dele me deixavam enojada. //Mentiras.// Apenas mentiras. Eu realmente estava me sentindo mal. Decidi ir embora.
Não podia perder tempo com isso. Espero que Padilha entenda. Estive muito perto de pegar o assassino. Preciso acertar novamente o local. Preciso estar um passo na frente dele. Talvez ele tenha um padrão dos locais ou um padrão para as pessoas. @@color:red;Não sei.@@ Minhas opções agora são: Torre Central. Estádio Cosmos. Asilo Paraíso. Fábrica Dillad. Livraria Quixote.
<center>
[[Torre.|8.9.1.1]]
[[Estádio.|8.9.1.2]]
[[Asilo.|8.9.1.3]]
[[Fábrica.|8.9.1.4]]
[[Livraria.|8.9.1.5]]
</center>Assim que comecei a falar, algumas pessoas começaram a ir embora da cerimônia. As que ficaram me olhavam com cara feia. @@color:red;Eles me odeiam.@@ Sabem que eu sou diferente. No fundo sabem que eu mereço a vaga de delegada. Sabem que sou melhor eles. Sabem o que eu sei. O que eu quero passar pra cidade. O que eu quero mudar.
“Muriel. Melhor eu continuar o discurso. Vamos respeitar o momento.” - disse Padilha
Respirei fundo. Olhei para o céu. //Deixei.// Dessa vez eu vou deixar. Enquanto Padilha dizia aquelas mesmas coisas que o delegado dizia, eu fui embora. Resolvi ir para casa. Estou cansada dessa cidade. Cansada de todos eles. Espero que esse assassino mate um por um. No final, só sobrará eu e ele. Aí eu decido agir.
<center>
[[Casa.|6.10.1.1.1]]
</center>
Assim que comecei a falar, algumas pessoas começaram a ir embora da cerimônia. As que ficaram me olhavam com cara feia. @@color:red;Eles me odeiam.@@ Sabem que eu sou diferente. No fundo sabem que eu mereço a vaga de delegada. Sabem que sou melhor eles. Sabem o que eu sei. O que eu quero passar pra cidade. O que eu quero mudar.
“Muriel. Melhor eu continuar o discurso. Vamos respeitar o momento.” - disse Padilha
Respirei fundo. Olhei para o céu. //Deixei.// Dessa vez eu vou deixar. Enquanto Padilha dizia aquelas mesmas coisas que o delegado dizia, eu fui embora. Resolvi ir para casa. Estou cansada dessa cidade. Cansada de todos eles. Espero que esse assassino mate um por um. No final, só sobrará eu e ele. Aí eu decido agir.
<center>
[[Casa.|6.6.1.1.1]]
</center>
Assim que comecei a falar, algumas pessoas começaram a ir embora da cerimônia. As que ficaram me olhavam com cara feia. @@color:red;Eles me odeiam.@@ Sabem que eu sou diferente. No fundo sabem que eu mereço a vaga de delegada. Sabem que sou melhor eles. Sabem o que eu sei. O que eu quero passar pra cidade. O que eu quero mudar.
“Muriel. Melhor eu continuar o discurso. Vamos respeitar o momento.” - disse Padilha
Respirei fundo. Olhei para o céu. //Deixei.// Dessa vez eu vou deixar. Enquanto Padilha dizia aquelas mesmas coisas que o delegado dizia, eu fui embora. Resolvi ir para casa. Estou cansada dessa cidade. Cansada de todos eles. Espero que esse assassino mate um por um. No final, só sobrará eu e ele. Aí eu decido agir.
<center>
[[Casa.|6.6.1.1.1]]
</center>
A Torre Central havia sido construída na época da guerra. O simbolismo que o construtor quis passar, era de que as mulheres pudessem olhar lá do alto para seus maridos soldados e suas preces chegassem mais rápido. Era a construção mais alta da cidade. @@color:red;Antes da reforma da fábrica.@@ Hoje em dia era apenas um lugar abandonado.
Enquanto esperava entre as árvores, Padilha estava lá no cemitério discursando. Espero que tudo tenha saído bem.
<center>
[[...|8.5.11]]
</center>
A Torre Central havia sido construída na época da guerra. O simbolismo que o construtor quis passar, era de que as mulheres pudessem olhar lá do alto para seus maridos soldados e suas preces chegassem mais rápido. Era a construção mais alta da cidade. @@color:red;Antes da reforma da fábrica.@@ Hoje em dia era apenas um lugar abandonado.
Enquanto esperava no topo da Torre, Padilha estava lá no cemitério discursando. Espero que tudo tenha saído bem.
<center>
[[...|8.5.11]]
</center>
"Muriel. Estou saindo do cemitério. O discurso foi um desastre. Gaguejei. Falei coisas que eles não queriam ouvir. Você tinha que estar aqui." - disse Padilha no rádio.
@@color:red;Deveria mesmo.@@ Deve ter sido divertido ver aquelas pessoas ouvindo coisas que não gostariam de ouvir. Pelo visto foi um sucesso.
"Vou dar uma patrulhada pela cidade. Passar pelos locais que você deixou anotado."
<center>
[[Ok.|8.55]]
</center>
Agora sem o delegado para nos impedir de trabalhar, poderíamos pegar esse assassino. Não é muito legal falar mal de alguém que acabou de morrer, mas se nós não fizermos nada, teremos outro corpo para enterrar amanhã.
"Tudo tranquilo por aqui." - disse Padilha pelo rádio, após quatro horas de vigia.
Já era para ele ter aparecido. Ou erramos o lugar, ou ele terminou seu trabalho. @@color:red;Ainda não, por favor.@@ Não teria a menor graça se acabasse agora.
"Eu vou para casa, Muriel. E você?"
<center>
[[Continuar.|8.55.1]]
[[Casa.|8.55.2]]
</center>
"Muriel. Estou saindo do cemitério. O discurso foi um desastre. Gaguejei. Falei coisas que eles não queriam ouvir. Você tinha que estar aqui." - disse Padilha no rádio.
@@color:red;Deveria mesmo.@@ Deve ter sido divertido ver aquelas pessoas ouvindo coisas que não gostariam de ouvir. Pelo visto foi um sucesso.
"Vou dar uma patrulhada pela cidade. Passar pelos locais que você deixou anotado."
<center>
[[Ok.|8.5.12.1]]
</center>
Mais duas horas se passaram. Nada. //Já era para ele ter aparecido.// Errei o local. Padilha desistiu cedo. Não posso contar com ninguém. @@color:red;Estou sozinha.@@ Preciso descobrir o padrão dele, antes que continue passando minhas noites acordada em vão. //Droga.//
<center>
[[...|8.55.1.1]]
</center>
Resolvi ir para casa. Havia errado o lugar. Padilha também. //Ou desistido antes.// Talvez o assassino tenha desistido. //Não, agora não.// Droga, droga, droga. Preciso dormir.
...
Acordei como nos últimos dias. Tão diferentes de como era antes do assassino aparecer, mas que agora seguem sua própria rotina. Acordar. Descobrir uma mala. Enterrar um corpo. Vigiar um local. Dormir. Acordar. @@color:red;Descobrir uma mala.@@ Dormir. Acordar.
Então o rádio tocou. //Eu já sabia o que era.// Padilha. Sempre ele. Me informando o local da mala e pedindo para ir até lá.
“Muriel. Mais uma mala. Aqui na Livraria Quixote.” - disse Padilha
<center>
[[...|8.55.21]]
</center>
Apaguei completamente. Toda jogada no chão. Amassada. Com dores no corpo. Devia ter ido para casa antes disso acontecer. @@color:red;Me sentia perdida.@@ Sem saber onde estava.
Então o rádio tocou. //Eu já sabia o que era.// Padilha. Sempre ele. Me informando o local da mala e pedindo para ir até lá.
“Muriel. Mais uma mala. Aqui na Livraria Quixote.” - disse Padilha
<center>
[[...|8.55.21]]
</center>
Agora sem o delegado para nos impedir de trabalhar, poderíamos pegar esse assassino. Não é muito legal falar mal de alguém que acabou de morrer, mas se nós não fizermos nada, teremos outro corpo para enterrar amanhã.
"Tudo tranquilo por aqui." - disse Padilha pelo rádio, após quatro horas de vigia.
Já era para ele ter aparecido. Ou erramos o lugar, ou ele terminou seu trabalho. @@color:red;Ainda não, por favor.@@ Não teria a menor graça se acabar agora.
"Eu vou para casa, Muriel. E você?"
<center>
[[Continuar.|8.5.12.1.1]]
[[Casa.|8.5.12.1.2]]
</center>
Mais duas horas se passaram. Nada. //Já era para ele ter aparecido.// Errei o local. Padilha desistiu cedo. Não posso contar com ninguém. @@color:red;Estou sozinha.@@ Preciso...
Espera. Tem alguém entrando na Livraria Quixote pela porta lateral. //É ele.// Não sei se desço logo para pegá-lo ou ligo para Padilha.
<center>
[[Descer.|8.5.12.1.1.1]]
[[Padilha.|8.5.12.1.1.2]]
</center>
Resolvi ir para casa. Havia errado o lugar. Padilha também. //Ou desistido antes.// Talvez o assassino tenha desistido. //Não, agora não.// Droga, droga, droga. Preciso dormir.
...
Acordei como nos últimos dias. Tão diferentes de como era antes do assassino aparecer, mas que agora seguem sua própria rotina. Acordar. Descobrir uma mala. Enterrar um corpo. Vigiar um local. Dormir. Acordar. @@color:red;Descobrir uma mala.@@ Dormir. Acordar.
Então o rádio tocou. //Eu já sabia o que era.// Padilha. Sempre ele. Me informando o local da mala e pedindo para ir até lá.
“Muriel. Mais uma mala. Aqui na Livraria Quixote.” - disse Padilha
<center>
[[...|8.5.12.3]]
</center>Achei que Padilha estaria mais empenhado. //Engano meu.// Vou ter que pegar esse assassino sozinha. Desci as escadas. Atravessei a rua. A porta lateral estava aberta ainda. @@color:red;É agora.@@ //Ele só iria deixar a mala e ir embora.// Posso pegá-lo lá dentro ou esperar aqui fora.
<center>
[[Entrar.|8.5.12.1.1.1.1]]
[[Esperar.|8.5.12.1.1.1.2]]
</center>
Chamei no rádio de Padilha. Nada. Liguei no telefone celular. Nada também. //Droga.// Estava perdendo tempo fazendo isso. Melhor eu descer logo e pegar esse assassino sozinha mesmo.
Desci as escadas. Atravessei a rua. A porta lateral estava aberta ainda. @@color:red;É agora.@@ //Ele só iria deixar a mala e ir embora.// Posso pegá-lo lá dentro ou esperar aqui fora.
<center>
[[Entrar.|8.5.12.1.1.1.1]]
[[Esperar.|8.5.12.1.1.1.2]]
</center>Não vou ficar aqui fora esperando. @@color:red;Chega de esperar.@@ Entrei. A única luminosidade na livraria, vinha de fora. A luz dos postes passava levemente pelo vidro da porta. O assassino era silencioso. //Eu também.// Fui andando lentamente pelos corredores, tentando ouvir qualquer barulho que ele fizesse. Nada. Então escuto um estalo. Era a mala. Estava vindo bem da fileira de livros de terror...
<center>
[[Andar.|8.5.12.1.1.1.1.1]]
[[Atirar.|8.5.12.1.1.1.1.2]]
</center>
Não vou deixá-lo escapar dessa vez. Ele vai ter que sair por essa porta e eu estarei bem aqui esperando. Minha perna começou a tremer. //Droga. Agora não.// Meu coração acelerava a cada segundo. //Agora não.// O silêncio dentro da livraria me deixava mais nervosa. //Calma Muriel.// Minha mão tremia, enquanto segurava a arma. //Não, não, não.// Então escuto um barulho. @@color:red;Era a mala.@@ Ele sairia a qualquer momento.
<center>
[[...|8.5.12.1.1.1.2.1]]
</center>
Continuo andando. Silenciosamente. A livraria era pequena, mas as estantes atrapalhavam a visão. Além do escuro. @@color:red;Já consigo ver a mala.@@ //Nada dele.// Continuo andando. Silenciosamente. //Onde ele está?// Passo pela fileira de livros de romance. Depois os de política. Chego até os de autoajuda. //Nada.// Até que escuto um barulho no segundo andar.
<center>
[[Subir.|8.5.12.13]]
[[Sair.|8.5.12.14]]
</center>
Começo a atirar na direção na mala. Acerto livros. Acerto estantes. Acerto um quadro. Nada dele. Até que escuto algo. @@color:red;Um barulho no segundo andar.@@ Ele não pode escapar de mim. //Hoje não.//
<center>
[[Subir.|8.5.12.13]]
[[Sair.|8.5.12.14]]
</center>
Nada. Passaram três minutos. Cinco. Dez. Nada. Nenhum barulho. Ninguém saiu. //Droga.// Onde ele foi parar? Resolvi entrar. Silenciosamente. Pronta para atirar em qualquer coisa se movesse lá dentro. A única luminosidade na livraria, vinha de fora. A luz dos postes passava levemente pelo vidro da porta. O assassino era silencioso. //Eu também.// Fui andando lentamente pelos corredores, tentando ouvir qualquer barulho que ele fizesse. Nada. @@color:red;Só a mala.@@ Ele havia escapado pelo andar de cima. Deveria estar longe. //Droga.//
<center>
[[...|8.8]]
</center>A Torre Central havia sido construída na época da guerra. O simbolismo que o construtor quis passar, era de que as mulheres pudessem olhar lá do alto para seus maridos soldados e suas preces chegassem mais rápido. Era a construção mais alta da cidade. @@color:red;Antes da reforma da fábrica.@@ Hoje em dia era apenas um lugar abandonado.
Enquanto esperava entre as árvores, Padilha estava lá no cemitério discursando. Espero que tudo tenha saído bem.
<center>
[[...|8.9.11]]
</center>A Torre Central havia sido construída na época da guerra. O simbolismo que o construtor quis passar, era de que as mulheres pudessem olhar lá do alto para seus maridos soldados e suas preces chegassem mais rápido. Era a construção mais alta da cidade. @@color:red;Antes da reforma da fábrica.@@ Hoje em dia era apenas um lugar abandonado.
Enquanto esperava no topo da Torre, Padilha estava lá no cemitério discursando. Espero que tudo tenha saído bem.
<center>
[[...|8.9.11]]
</center>"Muriel. Estou saindo do cemitério. O discurso foi um desastre. Gaguejei. Falei coisas que eles não queriam ouvir. Você tinha que estar aqui." - disse Padilha no rádio.
@@color:red;Deveria mesmo.@@ Deve ter sido divertido ver aquelas pessoas ouvindo coisas que não gostariam de ouvir. Pelo visto foi um sucesso.
"Vou dar uma patrulhada pela cidade. Passar pelos locais que você deixou anotado."
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[[Ok.|8.99]]
</center>
"Muriel. Estou saindo do cemitério. O discurso foi um desastre. Gaguejei. Falei coisas que eles não queriam ouvir. Você tinha que estar aqui." - disse Padilha no rádio.
@@color:red;Deveria mesmo.@@ Deve ter sido divertido ver aquelas pessoas ouvindo coisas que não gostariam de ouvir. Pelo visto foi um sucesso.
"Vou dar uma patrulhada pela cidade. Passar pelos locais que você deixou anotado."
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[[Ok.|8.99.12.1]]
</center>
Agora sem o delegado para nos impedir de trabalhar, poderíamos pegar esse assassino. Não é muito legal falar mal de alguém que acabou de morrer, mas se nós não fizermos nada, teremos outro corpo para enterrar amanhã.
"Tudo tranquilo por aqui." - disse Padilha pelo rádio, após quatro horas de vigia.
Já era para ele ter aparecido. Ou erramos o lugar, ou ele terminou seu trabalho. @@color:red;Ainda não, por favor.@@ Não teria a menor graça se acabasse agora.
"Eu vou para casa, Muriel. E você?"
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[[Continuar.|8.99.1]]
[[Casa.|8.99.2]]
</center>Mais duas horas se passaram. Nada. //Já era para ele ter aparecido.// Errei o local. Padilha desistiu cedo. Não posso contar com ninguém. @@color:red;Estou sozinha.@@ Preciso descobrir o padrão dele, antes que continue passando minhas noites acordada em vão. Droga.
<center>
[[...|8.99.1.1]]
</center>
Resolvi ir para casa. Havia errado o lugar. Padilha também. //Ou desistido antes.// Talvez o assassino tenha desistido. //Não, agora não.// Droga, droga, droga. Preciso dormir.
...
Acordei como nos últimos dias. Tão diferentes de como era antes do assassino aparecer, mas que agora seguem sua própria rotina. Acordar. Descobrir uma mala. Enterrar um corpo. Vigiar um local. Dormir. Acordar. @@color:red;Descobrir uma mala.@@ Dormir. Acordar.
Então o rádio tocou. //Eu já sabia o que era.// Padilha. Sempre ele. Me informando o local da mala e pedindo para ir até lá.
“Muriel. Mais uma mala. Aqui na Livraria Quixote.” - disse Padilha
<center>
[[...|8.99.21]]
</center>Apaguei completamente. Toda jogada no chão. Amassada. Com dores no corpo. Devia ter ido para casa antes disso acontecer. @@color:red;Me sentia perdida.@@ Sem saber onde estava.
Então o rádio tocou. //Eu já sabia o que era.// Padilha. Sempre ele. Me informando o local da mala e pedindo para ir até lá.
“Muriel. Mais uma mala. Aqui na Livraria Quixote.” - disse Padilha
<center>
[[...|8.99.21]]
</center>
Agora sem o delegado para nos impedir de trabalhar, poderíamos pegar esse assassino. Não é muito legal falar mal de alguém que acabou de morrer, mas se nós não fizermos nada, teremos outro corpo para enterrar amanhã.
"Tudo tranquilo por aqui." - disse Padilha pelo rádio, após quatro horas de vigia.
Já era para ele ter aparecido. Ou erramos o lugar, ou ele terminou seu trabalho. @@color:red;Ainda não, por favor.@@ Não teria a menor graça se acabar agora.
"Eu vou para casa, Muriel. E você?"
<center>
[[Continuar.|8.9.12.1.1]]
[[Casa.|8.9.12.1.2]]
</center>Mais duas horas se passaram. Nada. //Já era para ele ter aparecido.// Errei o local. Padilha desistiu cedo. Não posso contar com ninguém. @@color:red;Estou sozinha.@@ Preciso...
Espera. Tem alguém entrando na Livraria Quixote pela porta lateral. //É ele.// Não sei se desço logo para pegá-lo ou ligo para Padilha.
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[[Descer.|8.9.12.1.1.1]]
[[Padilha.|8.9.12.1.1.2]]
</center>Resolvi ir para casa. Havia errado o lugar. Padilha também. //Ou desistido antes.// Talvez o assassino tenha desistido. //Não, agora não.// Droga, droga, droga. Preciso dormir.
...
Acordei como nos últimos dias. Tão diferentes de como era antes do assassino aparecer, mas que agora seguem sua própria rotina. Acordar. Descobrir uma mala. Enterrar um corpo. Vigiar um local. Dormir. Acordar. @@color:red;Descobrir uma mala.@@ Dormir. Acordar.
Então o rádio tocou. //Eu já sabia o que era.// Padilha. Sempre ele. Me informando o local da mala e pedindo para ir até lá.
“Muriel. Mais uma mala. Aqui na Livraria Quixote.” - disse Padilha
<center>
[[...|8.9.12.3]]
</center>Achei que Padilha estaria mais empenhado. //Engano meu.// Vou ter que pegar esse assassino sozinha. Desci as escadas. Atravessei a rua. A porta lateral estava aberta ainda. @@color:red;É agora.@@ //Ele só iria deixar a mala e ir embora.// Posso pegá-lo lá dentro ou esperar aqui fora.
<center>
[[Entrar.|8.9.12.1.1.1.1]]
[[Esperar.|8.9.12.1.1.1.2]]
</center>
Chamei no rádio de Padilha. Nada. Liguei no telefone celular. Nada também. //Droga.// Estava perdendo tempo fazendo isso. Melhor eu descer logo e pegar esse assassino sozinha mesmo.
Desci as escadas. Atravessei a rua. A porta lateral estava aberta ainda. @@color:red;É agora.@@ //Ele só iria deixar a mala e ir embora.// Posso pegá-lo lá dentro ou esperar aqui fora.
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[[Entrar.|8.9.12.1.1.1.1]]
[[Esperar.|8.9.12.1.1.1.2]]
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Não vou ficar aqui fora esperando. @@color:red;Chega de esperar.@@ Entrei. A única luminosidade na livraria, vinha de fora. A luz dos postes passava levemente pelo vidro da porta. O assassino era silencioso. //Eu também.// Fui andando lentamente pelos corredores, tentando ouvir qualquer barulho que ele fizesse. Nada. Então escuto um estalo. Era a mala. Estava vindo bem da fileira de livros de terror...
<center>
[[Andar.|8.9.12.1.1.1.1.1]]
[[Atirar.|8.9.12.1.1.1.1.2]]
</center>
Não vou deixá-lo escapar dessa vez. Ele vai ter que sair por essa porta e eu estarei bem aqui esperando. Minha perna começou a tremer. //Droga. Agora não.// Meu coração acelerava a cada segundo. //Agora não.// O silêncio dentro da livraria me deixava mais nervosa. //Calma Muriel.// Minha mão tremia, enquanto segurava a arma. //Não, não, não.// Então escuto um barulho. @@color:red;Era a mala.@@ Ele sairia a qualquer momento.
<center>
[[...|8.9.12.1.1.1.2.1]]
</center>
Nada. Passaram três minutos. Cinco. Dez. Nada. Nenhum barulho. Ninguém saiu. //Droga.// Onde ele foi parar? Resolvi entrar. Silenciosamente. Pronta para atirar em qualquer coisa se movesse lá dentro. A única luminosidade na livraria, vinha de fora. A luz dos postes passava levemente pelo vidro da porta. O assassino era silencioso. //Eu também.// Fui andando lentamente pelos corredores, tentando ouvir qualquer barulho que ele fizesse. Nada. @@color:red;Só a mala.@@ Ele havia escapado pelo andar de cima. Deveria estar longe. Mais uma vez perdi o assassino. //Droga.//
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[[...|11]]
</center>
Continuo andando. Silenciosamente. A livraria era pequena, mas as estantes atrapalhavam a visão. Além do escuro. @@color:red;Já consigo ver a mala.@@ //Nada dele.// Continuo andando. Silenciosamente. //Onde ele está?// Passo pela fileira de livros de romance. Depois os de política. Chego até os de autoajuda. //Nada.// Até que escuto um barulho no segundo andar.
<center>
[[Subir.|8.9.12.13]]
[[Sair.|8.9.12.14]]
</center>Começo a atirar na direção na mala. Acerto livros. Acerto estantes. Acerto um quadro. Nada dele. Até que escuto algo. @@color:red;Um barulho no segundo andar.@@ Ele não pode escapar de mim. //Dessa vez não.//
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[[Subir.|8.9.12.13]]
[[Sair.|8.9.12.14]]
</center>
Droga. Era uma das minhas opções. Quase não acreditei. @@color:red;Minha oportunidade.@@ Ele estaria em um local fechado. Pequeno. Sem chance de escapar. //Droga, droga, droga.// Isso não pode acontecer novamente.
Peguei a viatura e segui até a Livraria Quixote.
<center>
[[...|10]]
</center>Quase não acreditei. Era onde eu estava. Era minha chance. Minha oportunidade. Ele estaria em um local fechado. Pequeno. Sem chance de escapar. //Droga, droga, droga.// Não acredito nisso. Escolhi o lugar certo e fui embora antes. Assim como Padilha. Achei que tudo fosse mudar, mas não. @@color:red;Estava ficando mole.@@ Isso não pode acontecer novamente.
Peguei a viatura e segui até a Livraria Quixote.
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[[...|10]]
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Droga. Era uma das minhas opções. Quase não acreditei. @@color:red;Minha oportunidade.@@ Ele estaria em um local fechado. Pequeno. Sem chance de escapar. //Droga, droga, droga.// Isso não pode acontecer novamente.
Peguei a viatura e segui até a Livraria Quixote.
<center>
[[...|9]]
</center>Quase não acreditei. Era onde eu estava. Era minha chance. //Novamente.// Minha segunda oportunidade. Talvez não tenha uma chance assim novamente. Desperdicei. Dessa vez era um local fácil para pegá-lo. Ele estaria em um local fechado. Pequeno. Sem chance de escapar. //Droga, droga, droga.// Não acredito nisso. Escolhi o lugar certo e fui embora antes. Assim como Padilha. Achei que tudo fosse mudar, mas não. @@color:red;Estava ficando mole.@@ Isso não pode acontecer novamente.
Peguei a viatura e segui até a Livraria Quixote.
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[[...|9]]
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Acordei como nos últimos dias. Tão diferentes de como era antes do assassino aparecer, mas que agora seguem sua própria rotina. Acordar. Descobrir uma mala. Enterrar um corpo. Vigiar um local. Dormir. Acordar. @@color:red;Descobrir uma mala.@@ Dormir. Acordar.
Meus planos para o enterro do delegado foram um fracasso. //Não.// Não posso deixar isso me abalar. Preciso estar focada. Preciso pegar esse assassino. A qualquer momento Padilha me ligaria informando sobre uma mala nova. Aconteceria tudo novamente. Enquanto nós estivéssemos no enterro de alguém da cidade, o assassino já estaria se preparando para deixar a próxima.
Então o rádio tocou. //Eu já sabia o que era.// Padilha. Sempre ele. Me informando o local da mala e pedindo para ir até lá.
“Muriel. Mais uma mala. Aqui na Livraria Quixote.” - disse Padilha
<center>
[[...|8.99.21]]
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Acordei como nos últimos dias. Tão diferentes de como era antes do assassino aparecer, mas que agora seguem sua própria rotina. Acordar. Descobrir uma mala. Enterrar um corpo. Vigiar um local. Dormir. Acordar. @@color:red;Descobrir uma mala.@@ Dormir. Acordar.
Meus planos para o enterro do delegado foram um fracasso. //Não.// Não posso deixar isso me abalar. Preciso estar focada. Preciso pegar esse assassino. A qualquer momento Padilha me ligaria informando sobre uma mala nova. Aconteceria tudo novamente. Enquanto nós estivéssemos no enterro de alguém da cidade, o assassino já estaria se preparando para deixar a próxima.
Então o rádio tocou. //Eu já sabia o que era.// Padilha. Sempre ele. Me informando o local da mala e pedindo para ir até lá.
“Muriel. Mais uma mala. Aqui na Livraria Quixote.” - disse Padilha
<center>
[[...|8.55.21]]
</center>
Subo as escadas, até o segundo andar da livraria. Um monte de caixas largas pelo caminho. @@color:red;Teias de aranha.@@ Livros e mais livros. Nada do assassino. Quando cheguei no final do andar, a janela estava aberta. //Ele escapou.// Passei pela janela e fui andando pelo telhado ao lado. //Nada. Apenas escuridão.//
Desci para pegar a mala. Outra mala. A quarta, só essa semana. Levei direto para a delegacia, enquanto tentava falar com Padilha. Precisava de alguém parecido comigo. Alguém que estivesse realmente disposto a pegar esse assassino.
<center>
[[Delegacia.|10.10]]
</center>
Saí da livraria e comecei a andar pelas ruas próximas olhando para os telhados. //Nada dele. Ele escapou.// Continuei andando tentando ouvir algum barulho de passos ou algo se movendo. //Nada. Apenas escuridão.//
Voltei para pegar a mala. @@color:red;Outra mala.@@ A quarta, só essa semana. Levei direto para a delegacia, enquanto tentava falar com Padilha. Precisava de alguém parecido comigo. Alguém que estivesse realmente disposto a pegar esse assassino.
<center>
[[Delegacia.|10.10]]
</center>
Subo as escadas, até o segundo andar da livraria. Um monte de caixas largas pelo caminho. @@color:red;Teias de aranha.@@ Livros e mais livros. Nada do assassino. Quando cheguei no final do andar, a janela estava aberta. //Ele escapou.// Passei pela janela e fui andando pelo telhado ao lado. //Nada. Apenas escuridão.// Quase que eu pego o assassino. Duas vezes. Estive tão perto. Ele não vai escapar na próxima.
Desci para pegar a mala. Outra mala. A quarta, só essa semana. Levei direto para a delegacia, enquanto tentava falar com Padilha. Precisava de alguém parecido comigo. Alguém que estivesse realmente disposto a pegar esse assassino.
<center>
[[...|10.10]]
</center>
Saí da livraria e comecei a andar pelas ruas próximas olhando para os telhados. //Nada dele. Ele escapou.// Continuei andando tentando ouvir algum barulho de passos ou algo se movendo. //Nada. Apenas escuridão.//
Voltei para pegar a mala. @@color:red;Outra mala.@@ A quarta, só essa semana. Levei direto para a delegacia, enquanto tentava falar com Padilha. Precisava de alguém parecido comigo. Alguém que estivesse realmente disposto a pegar esse assassino.
<center>
[[...|10.10]]
</center>
Era quase como reviver os dias. Lá estava a mala. No corredor de livros de terror da Livraria Quixote. Padilha ao lado, me esperando. A moça da livraria no balcão, se tremendo. Assim como foi no Cinema. Assim como a Ponte da União e o Porto da Trindade tiveram semelhanças. @@color:red;Talvez seja um padrão.@@ Talvez.
"Bom dia Muriel. Na próxima pegamos ele. Quer descobrir quem está na mala aqui ou levamos logo pra delegacia?" - perguntou Padilha.
Me mantive calma. Respirei fundo. Poderíamos ter pego ontem, se tivéssemos nos esforçado. Eu poderia ter pego lá no Porto. Muita coisa poderia ter acontecido.
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[[Aqui.|10.1]]
[[Delegacia.|10.2]]
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Era quase como reviver os dias. Lá estava a mala. No corredor de livros de terror da Livraria Quixote. Padilha ao lado, me esperando. A moça da livraria no balcão, se tremendo. Assim como foi no Cinema. Assim como a Ponte da União e o Porto da Trindade tiveram semelhanças. @@color:red;Talvez seja um padrão.@@ Talvez.
"Bom dia Muriel. Na próxima pegamos ele. Quer descobrir quem está na mala aqui ou levamos logo pra delegacia?" - perguntou Padilha.
Me mantive calma. Respirei fundo. Poderíamos ter pego ontem, se tivéssemos nos esforçado.
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[[Aqui.|10.1]]
[[Delegacia.|10.2]]
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Comecei a andar pelas ruas próximas olhando para os telhados. //Nada dele. Ele escapou.// Continuei andando tentando ouvir algum barulho de passos ou algo se movendo. //Nada. Apenas escuridão.//
Voltei para pegar a mala. @@color:red;Outra mala.@@ A quarta, só essa semana. Levei direto para a delegacia, enquanto tentava falar com Padilha. Precisava de alguém parecido comigo. Alguém que estivesse realmente disposto a pegar esse assassino.
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[[...|10.10]]
</center>
Vamos abrir logo aqui. Não terá nada de novo. Apenas mais uma pessoa na mala. Era para esse serial killer mudar minha vida. Mudar minha rotina. @@color:red;Não criar outra.@@
Dentro da mala estava Ernesto Camargo. Contador da Fábrica Dillad. Era um senhor de idade. Vestido em seu pijama. O que me deixava mais irritada, era que ninguém da família falava nada com a polícia. Ninguém avisava do sumiço de um familiar a noite. Ninguém achava nada de estranho. //Nada.// Era como se ele tivesse sofrido um infarto e pronto. Causa natural.
“Tem um livro dentro mala, Muriel.” - disse Padilha
<center>
[[...|10.1.1]]
</center>
Decidi ir para a delegacia logo. Não sabia exatamente porque. Seria a mesma coisa de sempre. Um corpo. Uma mala. Uma perfuração. Um papel numerado. O assassino era igual a cidade. Chato e repetitivo. @@color:red;Até demais.@@ Assim que chegamos na delegacia, Padilha levou a mala até a cela. Abriu, como das outras vezes.
Dentro, estava Ernesto Camargo. Contador da Fábrica Dillad. Era um senhor de idade. Vestido em seu pijama. O que me deixava mais irritada, era que ninguém da família falava nada com a polícia. Ninguém avisava do sumiço de um familiar a noite. Ninguém achava nada de estranho. //Nada.// Era como se ele tivesse sofrido um infarto e pronto. Causa natural.
“Tem um livro dentro mala, Muriel.” - disse Padilha
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[[...|10.2.1]]
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Comecei a andar pelas ruas próximas olhando para os telhados. //Nada dele. Ele escapou.// Continuei andando tentando ouvir algum barulho de passos ou algo se movendo. //Nada. Apenas escuridão.//
Voltei para pegar a mala. @@color:red;Outra mala.@@ A quarta, só essa semana. Levei direto para a delegacia, enquanto tentava falar com Padilha. Precisava de alguém parecido comigo. Alguém que estivesse realmente disposto a pegar esse assassino.
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[[Delegacia.|10.10]]
</center>
Padilha não me atendia, então resolvi abrir logo a mala. Não terá nada de novo. Apenas mais uma pessoa na mala. Era para esse serial killer mudar minha vida. Mudar minha rotina. @@color:red;Não criar outra.@@
Dentro da mala estava Ernesto Camargo. Contador da Fábrica Dillad. Era um senhor de idade. Vestido em seu pijama. O que me deixava mais irritada, era que ninguém da família falava nada com a polícia. Ninguém avisava do sumiço de um familiar a noite. Ninguém achava nada de estranho. //Nada.// Era como se ele tivesse sofrido um infarto e pronto. Causa natural. Tirei o corpo da mala e … um livro.
<center>
[[...|10.10.1]]
</center>
Aquilo era diferente. //Finalmente.// Ele devia ter cansado de ficar mandando corpos da mesma forma. Quer deixar as coisas mais interessantes. Peguei o livro e joguei dentro da viatura. Ajudei Padilha a colocar a mala no porta-mala. Tudo de forma rápida, para não perder tempo. Antes de sair, olhei para a menina da Livraria Quixote. Continuava se tremendo no balcão.
"Vai ficar tudo bem, senhorita. Nós vamos pegar ele." - disse Padilha para a menina.
Se fosse uma cidade normal, ela teria que ir para um psicólogo superar o trauma de encontrar um corpo no trabalho. @@color:red;Mas aqui não.@@ Provavelmente terá pesadelos e ficará com medo de vir trabalhar. Tomará sustos com barulhos na livraria e outras coisas. Passará por isso tudo sem falar nada. Aqui ninguém fala sobre isso.
<center>
[[Delegacia.|10.1.1.1]]
</center>
Enquanto Padilha colocava a mala na cela, como das últimas vezes, fiquei pensando na moça da livraria. Ela foi a primeira a demonstrar uma reação humana. //Verdadeira.// @@color:red;Talvez esteja começando.@@ Talvez as máscaras comecem a cair.
"Quer dar uma olhada no corpo ou no livro?" - perguntou Padilha.
<center>
[[Corpo.|10.1.1.1.1]]
[[Livro.|10.1.1.1.2]]
</center>
Ainda que estivesse curiosa para saber o que aquele livro representava, o fato de ter mudado a apresentação da vítima, me fez acreditar que talvez ele também tivesse deixado algo de diferente no corpo de Ernesto. @@color:red;Qualquer coisa.@@ Uma marca. Um número. Uma pista.
Eu e Padilha examinamos com mais cuidado ainda. No final o resultado foi o mesmo de sempre. Perfuração no pescoço e um papel numerado no bolso. //Droga.// Melhor eu focar no livro.
<center>
[[Livro.|10.1.1.1.1.1]]
</center>Ainda que estivesse curiosa para saber se havia algo de diferente no corpo, agora que ele mudou o padrão de apresentação da vítima, o livro me chamou mais atenção. @@color:red;Era uma provocação.@@ Deixei Padilha cuidando de Ernesto e sentei em minha mesa para ler o livro. O título era "O Fim do Sobrenome". Contava a história de um banqueiro muito rico, que teve dez filhos.
"Tudo igual aqui, Muriel. Nada de diferente no corpo do Ernesto. Perfuração e papel. E esse livro aí?" - perguntou Padilha.
<center>
[[...|10.1.1.1.2.1]]
</center>
Eu realmente achava que teria algo de diferente no corpo. Pelo visto a pista está nesse livro. O título era "O Fim do Sobrenome". Contava a história de um banqueiro muito rico, que teve dez filhos. Padilha disse alguma coisa e depois saiu da delegacia, enquanto eu lia. Não prestei atenção. Pessoas entraram. @@color:red;Levaram o corpo.@@ Apenas via a silhueta delas passando de um lado para o outro pela delegacia. //Preciso entender esse livro, para entender o que ele quer dizer.//
"Você vem pro cemitério?" - perguntou Padilha
<center>
[[Sim.|10.1.1.1.2.1.1]]
[[Não.|10.1.1.1.2.1.2]]
</center>
Padilha disse alguma coisa e depois saiu da delegacia. //Não prestei atenção.// Pessoas entraram. @@color:red;Levaram o corpo.@@ Apenas via a silhueta delas passando de um lado para o outro pela delegacia. //Preciso entender esse livro, para entender o que ele quer dizer.//
"Você vem pro cemitério?" - perguntou Padilha
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[[Sim.|10.1.1.1.2.1.1]]
[[Não.|10.1.1.1.2.1.2]]
</center>
Da última vez as coisas não foram muito bem no cemitério, mas eu não estou ligando. Precisava falar com a mulher de Ernesto. Ele foi pego pelo assassino de pijama. Ele teria que ter visto algo. Achado algo de estranho. O delegado odiava que eu fizesse perguntas para as famílias. Padilha não me impediria. @@color:red;Espero que não.@@
Chegando no Cemitério Balsamar, fui direto falar com a viúva. Comentei sobre o pijama e fiz algumas perguntas. Ela não gostou.
“Vá embora, por favor. Você não é bem-vinda aqui.” - disse Margarete Camargo.
Idiotas. Eu sou a única pessoa tentando ajudar e vocês me tratam assim. Padilha me segurou e me levou até a viatura. Danem-se vocês todos.
<center>
[[Delegacia.|10.1.1.1.2.1.1.1]]
</center>
Fiquei na delegacia para continuar minha leitura. O assassino deixou esse livro na mala para nos dizer algo. Para nos fazer entender o que ele estava fazendo. Ele não estava matando aquelas pessoas apenas por diversão, de forma aleatória. Ele queria dizer algo. Para mim. @@color:red;Para a cidade.@@ Para ele mesmo.
Pelo horário, o enterro já deve estar acabando. O quarto, em quatro dias. Amanhã teria outro. Estava quase na hora de começar minha patrulha. Assim como nos outros dias, eu precisava escolher um lugar para vigiar. Então Padilha entrou pela delegacia.
"Muriel. Estava pensando sobre aquela teoria. O primeiro local da mala foi longe da cidade. O segundo, perto. O terceiro longe. O quarto, perto. Logo...o próximo será longe. O que você acha? Devemos vigiar os locais mais distantes?" - perguntou Padilha
<center>
[[Sim.|13]]
[[Não.|14]]
</center>
Aquilo era diferente. //Finalmente.// Ele devia ter cansado de ficar mandando corpos da mesma forma. Quer deixar as coisas mais interessantes. Talvez ele tenha se cansado da cidade. Da forma com que as pessoas estavam agindo diante dos assassinatos. @@color:red;Era como se ele não existisse.@@ Isso pode fazer com que ele cometa erros. Queira aparecer mais. Causar um impacto maior. É aí que eu vou pegá-lo.
"Quer dar uma olhada no corpo ou no livro?" - perguntou Padilha.
<center>
[[Corpo.|10.1.1.1.1]]
[[Livro.|10.1.1.1.2]]
</center>
Aquilo era diferente. @@color:red;Finalmente.@@ Ele devia ter cansado de ficar mandando corpos da mesma forma. Quer deixar as coisas mais interessantes. Logo em seguida Padilha chegou na delegacia. Mostrei o livro para ele e quem era a vítima da mala.
“Um livro? Agora isso ficou interessante. Quer dar uma olhada primeiro no corpo ou no livro?" - perguntou Padilha.
<center>
[[Corpo.|10.1.1.1.1]]
[[Livro.|10.1.1.1.2]]
</center>Aquele era o único padrão que havíamos pensado até agora. Talvez fosse isso. Não custa nada tentar. Os locais mais afastados da cidade são: Ponte da União, Porto da Trindade, Cemitério Balsamar, Fábrica Dillad e a Torre Central. @@color:red;Cinco lugares.@@ Dois já haviam sido utilizados. Isso também poderia indicar que serão dez mortes.
"Prefere ficar de vigia fixo em um lugar ou passando de carro por eles?" - perguntou Padilha
<center>
[[Fixo.|13.1]]
[[Mudando.|13.2]]
</center>Não haviam muitos locais na cidade para isso. Precisa ser outra coisa. @@color:red;Outro padrão.@@ Anotei no mural a quarta vítima e o local onde ela foi encontrada. Fiquei encarando como se as palavras fossem saltar do papel e me dizer a verdade.
<center>
1
//Diego Santana//
//Ponte da União//
2
//Henrique Silva//
//Cinema Dellos//
3
//Gustavo Tenório//
//Porto da Trindade//
4
//Ernesto Camargo//
//Livraria Quixote//
5
//??????//
@@color:red;//????????//@@
[[...|14.1]]
</center>
Voltei para delegacia e continuei minha leitura. O assassino deixou esse livro na mala para nos dizer algo. Para nos fazer entender o que ele estava fazendo. Ele não estava matando aquelas pessoas apenas por diversão, de forma aleatória. Ele queria dizer algo. Para mim. @@color:red;Para a cidade.@@ Para ele mesmo.
Algumas horas depois, resolvi ir tomar um café. Pelo horário, o enterro já deve estar acabando. O quarto, em quatro dias. Amanhã teria outro. Estava quase na hora de começar minha patrulha. Assim como nos outros dias, eu precisava escolher um lugar para vigiar. Então Padilha entrou pela delegacia.
"Muriel. Estava pensando sobre aquela teoria. O primeiro local da mala foi longe da cidade. O segundo, perto. O terceiro longe. O quarto, perto. Logo...o próximo será longe. O que você acha? Devemos vigiar os locais mais distantes?" - perguntou Padilha
<center>
[[Sim.|13]]
[[Não.|14]]
</center>
Ficar patrulhando de um lado para o outro, faria com que o assassino soubesse onde estávamos. Ele poderia mudar o local ou então esperar quando estivéssemos afastados. Era melhor ficar escondido em algum local. @@color:red;No escuro.@@ Em silêncio. Esperando ele aparecer.
<center>
[[Ponte.|13.1.1]]
[[Porto.|13.1.2]]
[[Cemitério.|13.1.3]]
[[Fábrica.|13.1.4]]
[[Torre.|13.1.5]]
</center>
Se nossa teoria estivesse certa e ele fosse utilizar um desses locais, daria para ficar patrulhando todos eles em movimento. A Ponte da União era perto do Porto da Trindade. O Cemitério Balsamar ficava perto da Torre Central. A Fábrica era a única distante. Ainda assim, eram poucos lugares e poderia dar certo.
Padilha faria o trajeto Cemitério, Torre, Fábrica, Ponte e Porto. Eu faria o trajeto Fábrica, Ponte, Porto, Cemitério e Torre.
@@color:red;Luzes apagadas.@@ Velocidade baixa. Observando tudo. Ninguém ficava pelas ruas àquela hora, então seria mais fácil identificar o assassino. Enquanto patrulhava, lembrei das noites em que via os gêmeos perambulando pela cidade. Olhava pela janela do meu quarto. Eles ainda eram novos, mas ficavam até tarde na rua. Perturbando os vizinhos. Desrespeitando a lei. O banqueiro mandava na cidade e eles também.
<center>
[[...|13.2.1]]
</center>
Horas se passaram e nada do assassino. Ninguém pelas ruas. Só eu e Padilha andando em círculos. Todos dormindo. @@color:red;Tranquilos.@@ Como se não tivesse um serial killer pela cidade.
"Muriel. Vou para casa. Ele já teria aparecido. Sugiro que você faça o mesmo." - disse Padilha pelo rádio.
Ao mesmo tempo que sentia raiva por ele desistir, também concordava que ele já teria agido. Erramos o local. Erramos nossa teoria. Ele deveria estar em algum local mais próximo da cidade. Ou então ficou com medo das viaturas rodando pela cidade. Eu deveria...
<center>
[[Continuar.|13.2.1.1]]
[[Casa.|13.2.1.2]]
</center>
Já estava cansada disso. @@color:red;Todo dia a mesma coisa.@@ O livro me deu uma certa esperança de que seria diferente, mas não está sendo muito. Esse assassino vai ter que ser mais criativo para deixar as coisas interessantes. Eu sei que ele também está entediado.
Continuei minha patrulha e minha leitura. Horas se passaram. Uma. Duas. Três. Quatro. O Sol nasceu e nada dele. Não deu certo. Agora não adiantava mais dormir. Fui até a Padaria do Fernando tomar um café e esperar o rádio tocar.
“Qual foi a última vez que você dormiu, Muriel? Vou preparar um café especial para você.” - disse Fernando.
Enquanto ele preparava o café, o rádio tocou.
<center>
[[Atender.|13.2.1.1.1]]
</center>
Já estava cansada disso. @@color:red;Todo dia a mesma coisa.@@ O livro me deu uma certa esperança de que seria diferente, mas não está sendo muito. Esse assassino vai ter que ser mais criativo para deixar as coisas interessantes. Eu sei que ele também está entediado. Voltei para casa e continuei minha leitura, até pegar no sono.
Quando acordei, fiquei encarando o rádio, esperando que ele tocasse. //Nada.// Talvez estivesse muito cedo ainda. Resolvi ir até a Padaria do Fernando tomar um café e esperar.
“Bom dia, Muriel. Você não parece estar dormindo muito bem. Vou preparar um café especial para você.” - disse Fernando.
Enquanto ele preparava o café, o rádio tocou.
<center>
[[Atender.|13.2.1.1.1]]
</center>Resolvi ir para a Ponte da União. O primeiro local do crime. O local que mudou tudo. @@color:red;Para mim pelo menos.@@ Alguma coisa me dizia que ele estaria lá novamente. Fiquei com a viatura apagada no meio das árvores. Peguei o livro e continuei lendo. Olhava as vezes pela janela.
Lembrei das noites em que via os gêmeos perambulando pela cidade. Olhava pela janela do meu quarto. Eles ainda eram novos, mas ficavam até tarde na rua. Perturbando os vizinhos. Desrespeitando a lei. O banqueiro mandava na cidade e eles também.
<center>
[[...|13.3]]
</center>Resolvi ir para o Porto da Trindade. @@color:red;Era o local que mais me marcou.@@ Matar o delegado da cidade era uma forma de chamar atenção. Atenção essa que só eu dei. O resto da cidade não. Alguma coisa me dizia que ele estaria lá novamente. Fiquei com a viatura apagada entre outros carros. Peguei o livro e continuei lendo. Olhava as vezes pela janela.
Lembrei das noites em que via os gêmeos perambulando pela cidade. Olhava pela janela do meu quarto. Eles ainda eram novos, mas ficavam até tarde na rua. Perturbando os vizinhos. Desrespeitando a lei. O banqueiro mandava na cidade e eles também.
<center>
[[...|13.3]]
</center>
Resolvi ir para o Cemitério Balsamar. @@color:red;Era o local onde todas as vítimas dele estavam.@@ Onde toda a cidade era reunida para conhecer o resultado das ações desse assassino. Uma hora ele iria querer visitá-la. Fiquei com a viatura apagada na esquina. Peguei o livro e continuei lendo. Olhava as vezes pela janela.
Lembrei das noites em que via os gêmeos perambulando pela cidade. Olhava pela janela do meu quarto. Eles ainda eram novos, mas ficavam até tarde na rua. Perturbando os vizinhos. Desrespeitando a lei. O banqueiro mandava na cidade e eles também.
<center>
[[...|13.3]]
</center>
Resolvi ir para a Fábrica Dillad. @@color:red;Era o principal ponto da cidade.@@ O livro que ele deixou falando sobre um banqueiro, remetia ao banqueiro que hoje era dono da Fábrica. Deve ter alguma ligação. Uma hora ele vai querer deixar uma mala aqui. Talvez até com o banqueiro dentro. Fiquei com a viatura apagada no meio das árvores. Peguei o livro e continuei lendo. Olhava as vezes pela janela.
Lembrei das noites em que via os gêmeos perambulando pela cidade. Olhava pela janela do meu quarto. Eles ainda eram novos, mas ficavam até tarde na rua. Perturbando os vizinhos. Desrespeitando a lei. O banqueiro mandava na cidade e eles também.
<center>
[[...|13.3]]
</center>
Resolvi ir para a Torre Central. Fiquei com a viatura apagada no meio das árvores. Se eu tivesse que deixar um corpo, deixaria lá no topo da Torre. Algo bem dramático. Com significados. Simbolismos. @@color:red;A morte acima da cidade.@@ Peguei o livro e continuei lendo. Olhava as vezes pela janela.
Lembrei das noites em que via os gêmeos perambulando pela cidade. Olhava pela janela do meu quarto. Eles ainda eram novos, mas ficavam até tarde na rua. Perturbando os vizinhos. Desrespeitando a lei. O banqueiro mandava na cidade e eles também.
<center>
[[...|13.3]]
</center>
Horas se passaram e nada do assassino. Ninguém pelas ruas. Só eu e Padilha. Que deveria estar em algum lugar por aí. Enquanto isso a cidade estava dormindo. @@color:red;Tranquilos.@@ Como se não tivesse um serial killer matando alguém.
"Muriel. Vou para casa. Ele já teria aparecido. Sugiro que você faça o mesmo." - disse Padilha pelo rádio.
Ao mesmo tempo que sentia raiva por ele desistir, também concordava que ele já teria agido. Erramos o local. Erramos nossa teoria. Ele deveria estar em algum local mais próximo da cidade. Eu deveria...
<center>
[[Continuar.|13.2.1.1]]
[[Casa.|13.2.1.2]]
</center>
“Bom dia, Muriel. Alguma notícia? Até agora ninguém me ligou para informar que encontrou uma mala.” - disse Padilha no rádio.
//Como assim? Nenhuma mala hoje?// Alguma coisa de errado aconteceu. //Ele não pode parar agora.// @@color:red;Não pode.@@ Talvez ele tenha se assustado com Padilha rodando de carro. Talvez ele tenha nos visto. //Calma.// Pode ser que ele tenha deixado a mala em um local de difícil acesso. Muita coisa pode ter acontecido.
“Me encontra na delegacia.” - disse Padilha.
<center>
[[Delegacia.|15.1]]
</center>Continuei encarando o mural, enquanto Padilha andava pela delegacia. Peguei o livro e fiquei segurando ao lado de minhas anotações. @@color:red;Teremos outra vítima hoje.@@ //Quem será e onde será?//
“Eu acho que minha teoria faz sentido, Muriel. Vou ficar patrulhando pelo Cemitério, Torre, Fábrica, Ponte e Porto. Onde você vai ficar?” - perguntou Padilha
Tentei eliminar os locais que já haviam sido utilizados pelo assassino e os locais que Padilha iria patrulhar. Ainda eliminei locais próximos, já que ele passaria por perto. Sobraram Igreja Nova, Hotel Otto e Estádio Cosmos.
<center>
[[Igreja.|14.1.1]]
[[Hotel.|14.1.2]]
[[Estádio.|14.1.3]]
</center>
Resolvi ir para a Igreja Nova. Se ele queria chamar atenção, deveria deixar uma mala aqui. As pessoas da cidade com certeza iriam levar a sério, quando encontrassem uma mala bem na Igreja. Seria uma falta de respeito dele com todos.
Fiquei com a viatura apagada na esquina. Peguei o livro e continuei lendo. A luz da Lua era suficiente para iluminar minha leitura. Assim que terminava de ler uma linha, levantava os olhos para olhar para a Igreja. Toda apagada. @@color:red;Silenciosa.@@ //Eu deveria ter trazido um café.//
<center>
[[...|14.2]]
</center>
Resolvi ir para o Hotel Otto. Tinha um mau pressentimento sobre o hotel. Era o local onde quem vinha de fora ficava. Pessoas diferentes. Pessoas estranhas.
Fiquei com a viatura apagada na esquina. Peguei o livro e continuei lendo. A luz da Lua era suficiente para iluminar minha leitura. Assim que terminava de ler uma linha, levantava os olhos para olhar para o Hotel. Todo apagado. @@color:red;Silencioso.@@ //Eu deveria ter trazido um café.//
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[[...|14.2]]
</center>
Resolvi ir para o Estádio Cosmos. Eu gostava de chamar de Ginásio Cosmos pelo tamanho, mas todos achavam não teria graça. Principalmente para as crianças. Agora o ginásio, quer dizer, Estádio Cosmos, tinha uma plaquinha com o nome de Diego Santana. Espero que ninguém faça mais esse tipo de homenagem pela cidade...
Fiquei com a viatura apagada na esquina. Peguei o livro e continuei lendo. A luz da Lua era suficiente para iluminar minha leitura. Assim que terminava de ler uma linha, levantava os olhos para olhar para o Estádio. Toda apagado. @@color:red;Silencioso.@@ //Eu deveria ter trazido um café.//
Lembrei das noites em que via os gêmeos perambulando pela cidade. Olhava pela janela do meu quarto. Eles ainda eram novos, mas ficavam até tarde na rua. Perturbando os vizinhos. Desrespeitando a lei. O banqueiro mandava na cidade e eles também.
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[[...|14.3]]
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Horas se passaram e nada do assassino. Ninguém pelas ruas. Só eu e Padilha. Que deveria estar em algum lugar por aí. Enquanto isso a cidade estava dormindo. @@color:red;Tranquilos.@@ Como se não tivesse um serial killer matando alguém.
"Muriel. Vou para casa. Ele já teria aparecido. Sugiro que você faça o mesmo." - disse Padilha pelo rádio.
Ao mesmo tempo que sentia raiva por ele desistir, também concordava que ele já teria agido. Erramos o local. Erramos nossa teoria. Eu deveria...
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[[Continuar.|14.2.1]]
[[Casa.|14.2.2]]
</center>
Horas se passaram e nada do assassino. Ninguém pelas ruas. Só eu e Padilha. Que deveria estar em algum lugar por aí. Enquanto isso a cidade estava dormindo. @@color:red;Tranquilos.@@ Como se não tivesse um serial killer matando alguém.
"Muriel. Vou para casa. Ele já teria aparecido. Sugiro que você faça o mesmo." - disse Padilha pelo rádio.
Ao mesmo tempo que sentia raiva por ele desistir, também concordava que ele já teria agido. Erramos o local. Erramos nossa teoria. Eu deveria...
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[[Continuar.|14.3.1]]
[[Casa.|14.3.2]]
</center>Já estava cansada disso. @@color:red;Todo dia a mesma coisa.@@ O livro me deu uma certa esperança de que seria diferente, mas não está sendo muito. Esse assassino vai ter que ser mais criativo para deixar as coisas interessantes. Eu sei que ele também está entediado.
Continuei minha patrulha e minha leitura. Horas se passaram. Uma. Duas. Três. Quatro. O Sol nasceu e nada dele. Não deu certo. Agora não adiantava mais dormir. Fui até a Padaria do Fernando tomar um café e esperar o rádio tocar.
“Qual foi a última vez que você dormiu, Muriel? Vou preparar um café especial para você.” - disse Fernando.
Enquanto ele preparava o café, o rádio tocou.
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[[Atender.|13.2.1.1.1]]
</center>Já estava cansada disso. @@color:red;Todo dia a mesma coisa.@@ O livro me deu uma certa esperança de que seria diferente, mas não está sendo muito. Esse assassino vai ter que ser mais criativo para deixar as coisas interessantes. Eu sei que ele também está entediado. Voltei para casa e continuei minha leitura, até pegar no sono.
Quando acordei, fiquei encarando o rádio, esperando que ele tocasse. //Nada.// Talvez estivesse muito cedo ainda. Resolvi ir até a Padaria do Fernando tomar um café e esperar.
“Bom dia, Muriel. Você não parece estar dormindo muito bem. Vou preparar um café especial para você.” - disse Fernando.
Enquanto ele preparava o café, o rádio tocou.
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[[Atender.|13.2.1.1.1]]
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Já estava cansada disso. @@color:red;Todo dia a mesma coisa.@@ O livro me deu uma certa esperança de que seria diferente, mas não está sendo muito. Esse assassino vai ter que ser mais criativo para deixar as coisas interessantes. Eu sei que ele também está entediado.
Continuei minha vigia e minha leitura. Horas se passaram. Uma. Duas. Três. Quatro. O Sol nasceu e nada dele. Não deu certo. Agora não adiantava mais dormir. Fui até a Padaria do Fernando tomar um café e esperar o rádio tocar.
“Qual foi a última vez que você dormiu, Muriel? Vou preparar um café especial para você.” - disse Fernando.
Enquanto ele preparava o café, o rádio tocou.
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[[Atender.|14.3.1.1]]
</center>Já estava cansada disso. @@color:red;Todo dia a mesma coisa.@@ O livro me deu uma certa esperança de que seria diferente, mas não está sendo muito. Esse assassino vai ter que ser mais criativo para deixar as coisas interessantes. Eu sei que ele também está entediado. Voltei para casa e continuei minha leitura, até pegar no sono.
Quando acordei, fiquei encarando o rádio, esperando que ele tocasse. //Nada.// Talvez estivesse muito cedo ainda. Resolvi ir até a Padaria do Fernando tomar um café e esperar.
“Bom dia, Muriel. Você não parece estar dormindo muito bem. Vou preparar um café especial para você.” - disse Fernando.
Enquanto ele preparava o café, o rádio tocou.
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[[Atender.|14.3.1.1]]
</center>“Bom dia, Muriel. Alguma notícia? Até agora ninguém me ligou para informar que encontrou uma mala.” - disse Padilha no rádio.
//Como assim? Nenhuma mala hoje?// Alguma coisa de errado aconteceu. //Ele não pode parar agora.// @@color:red;Não pode.@@ Talvez ele tenha se assustado com Padilha rodando de carro. Talvez ele tenha nos visto. //Calma.// Pode ser que ele tenha deixado a mala em um local de difícil acesso. Muita coisa pode ter acontecido.
“Me encontra na delegacia.” - disse Padilha.
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[[Delegacia.|14.4]]
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Eu e Padilha ficamos sentados na delegacia. Pensando. Esperando. Olhávamos para o telefone a todo momento. Nada dele tocar. Nada da mala aparecer. Horas se passaram. Almoçamos. Fizemos uma patrulha pela cidade. Voltamos para a delegacia para jantar. Nada. @@color:red;Nada da mala aparecer.@@ Aproveitei para terminar de ler o livro. Fui resumindo a história para Padilha.
//No livro, o banqueiro sempre mimou os dez filhos que teve. Quando eles cresceram começaram a gastar todo o dinheiro do pai. Cometeram crimes. Subornaram policiais. Ameaçaram juízes. Tudo com o dinheiro da família. Se achavam acima de todos. Pisavam nas pessoas da cidade como se fossem formigas. Isso me lembrava alguém…//
“Vamos fazer o seguinte. Você havia dito que achava estranho ninguém comentar nada com a gente. Talvez o banqueiro saiba de algo. Vou marcar uma conversa com ele amanhã de manhã. Agora vamos para casa.” - disse Padilha.
<center>
[[Ok.|15.2]]
</center>
Eu e Padilha ficamos sentados na delegacia. Pensando. Esperando. Olhávamos para o telefone a todo momento. Nada dele tocar. Nada da mala aparecer. Horas se passaram. Almoçamos. Fizemos uma patrulha pela cidade. Voltamos para a delegacia para jantar. Nada. @@color:red;Nada da mala aparecer.@@ Aproveitei para terminar de ler o livro. Fui resumindo a história para Padilha.
//No livro, o banqueiro sempre mimou os dez filhos que teve. Quando eles cresceram começaram a gastar todo o dinheiro do pai. Cometeram crimes. Subornaram policiais. Ameaçaram juízes. Tudo com o dinheiro da família. Se achavam acima de todos. Pisavam nas pessoas da cidade como se fossem formigas. Isso me lembrava alguém…//
“Vamos fazer o seguinte. Você havia dito que achava estranho ninguém comentar nada com a gente. Talvez o banqueiro saiba de algo. Vou marcar uma conversa com ele amanhã de manhã. Agora vamos para casa.” - disse Padilha.
<center>
[[Ok.|14.5]]
</center>
Quando cheguei em casa, fiquei sem saber o que fazer. Foi um dia estranho. @@color:red;Como antigamente.@@ Antes do assassino aparecer. Eu e Padilha não fizemos nada. Achei que em algum momento a Senhora Regina iria ligar falando que um dos gatos sumiu. Ou então a Senhora Olívia ligaria para falar das galinhas.
Fiquei sentada no sofá manuseando o livro. Talvez tinha alguma pista nele. Não nas palavras escritas pelo autor, mas pelo assassino. Alguma marcação. Uma numeração. Uma folha dobrada. Uma dedicatória. //Nada.//
Acabei dormindo no sofá. Desconfortável. Acordei no dia seguinte com o barulho do rádio. Sabia que era Padilha. Sabia que teria uma mala nova. Toda manhã eu acordava com medo. Com medo de encontrar uma mala no Hospital, onde minha mãe trabalhava. Não precisa nem ser ela dentro. Mas só o medo de ouvir Padilha me avisando que era no Hospital, só na possibilidade de ser ela, já me fazia ter calafrios. Sempre tive. Desde pequena. Sempre que se falava de alguma morte no Hospital, meu coração parava. Fiquei encarando o rádio. Tomando coragem. Podia ser qualquer pessoa da cidade. Qualquer uma.
“Acharam uma mala, Muriel. Lá no Estádio Cosmos. Você quer ver isso ou ir falar com o banqueiro?” - perguntou Padilha.
<center>
[[Mala.|15.2.1]]
[[Banqueiro.|15.2.2]]
</center>
Quando cheguei em casa, fiquei sem saber o que fazer. Foi um dia estranho. @@color:red;Como antigamente.@@ Antes do assassino aparecer. Eu e Padilha não fizemos nada. Achei que em algum momento a Senhora Regina iria ligar falando que um dos gatos sumiu. Ou então a Senhora Olívia ligaria para falar das galinhas.
Fiquei sentada no sofá manuseando o livro. Talvez tinha alguma pista nele. Não nas palavras escritas pelo autor, mas pelo assassino. Alguma marcação. Uma numeração. Uma folha dobrada. Uma dedicatória. //Nada.//
Acabei dormindo no sofá. Desconfortável. Acordei no dia seguinte com o barulho do rádio. Sabia que era Padilha. Sabia que teria uma mala nova. Toda manhã eu acordava com medo. Com medo de encontrar uma mala no Hospital, onde minha mãe trabalhava. Não precisa nem ser ela dentro. Mas só o medo de ouvir Padilha me avisando que era no Hospital, só na possibilidade de ser ela, já me fazia ter calafrios. Sempre tive. Desde pequena. Sempre que se falava de alguma morte no Hospital, meu coração parava. Fiquei encarando o rádio. Tomando coragem. Podia ser qualquer pessoa da cidade. Qualquer uma.
“Acharam uma mala, Muriel. Lá no Estádio Cosmos. Você quer ver isso ou ir falar com o banqueiro?” - perguntou Padilha.
<center>
[[Mala.|14.5.1]]
[[Banqueiro.|14.5.2]]
</center>
O banqueiro não iria falar nada. Era capaz de mandar uma secretária nos atender. Ninguém na cidade falava. Melhor eu ir pegar a mala. Depois do livro, as coisas podem ficar interessantes. @@color:red;Talvez outra pista.@@ Pode até explicar o porquê dele ter pulado um dia.
"Ok. Vou encontrar o banqueiro então. Te vejo mais tarde na delegacia." - disse Padilha
Chegando no Estádio Cosmos, fui recebida por Neto Ferreira. Ele que encontrou a mala pela manhã, quando foi abrir o Estádio.
"Eu abri só de leve. Assim que vi uma pessoa lá dentro, sai correndo e liguei para o policial Padilha." - disse Neto.
Não vou perder tempo abrindo a mala aqui com esse curioso. Melhor eu ir direto para a delegacia.
<center>
[[Delegacia.|15.2.1.1]]
</center>
Decidi ir conversar com o Banqueiro. Padilha pegaria leve com ele. Seria enrolado. Melhor ele ir buscar a mala no Estádio Cosmos. Mais tarde eu descubro o que tem nela.
Chegando na Fábrica Dillad, passei na sala do meu pai. Conversamos um pouco, antes de ir até o andar do banqueiro. Peguei um café e me sentei na sala de espera. A secretária me olhava como se nunca tivesse visto uma mulher policial. //Pior que nunca viu mesmo.//
Dez minutos se passaram. Vinte. Trinta. @@color:red;Nada do banqueiro.@@ O rádio tocou.
"Muriel. O corpo na mala é do segurança da Fábrica Dillad. Leonardo Andrade. No papel do bolso, ainda tem um recado para você. Perguntando se deu tempo de ler o livro." - disse Padilha.
Por isso ele pulou um dia. Queria que nós terminássemos o livro. Que eu terminasse. O corpo ser do segurança da Fábrica é outra ligação com o banqueiro. Ele vai precisar me atender agora mesmo.
<center>
[[...|14.5.2.1]]
</center>//Droga.// Logo no Estádio Cosmos. Estive lá durante a outra noite, esperando. Talvez ele tenha me visto. Por isso que não conseguiu deixar a mala. Eu estava lá. Pronta para pegar ele. //Droga.// O banqueiro não iria falar nada. Era capaz de mandar uma secretária nos atender. Ninguém na cidade falava.
Melhor eu ir pegar a mala. Depois do livro, as coisas podem ficar interessantes. @@color:red;Talvez outra pista.@@
"Ok. Vou encontrar o banqueiro então. Te vejo mais tarde na delegacia." - disse Padilha
Chegando no Estádio Cosmos, fui recebida por Neto Ferreira. Ele que encontrou a mala pela manhã, quando foi abrir o Estádio.
"Eu abri só de leve. Assim que vi uma pessoa lá dentro, sai correndo e liguei para o policial Padilha." - disse Neto.
Não vou perder tempo abrindo a mala aqui com esse curioso. Melhor eu ir direto para a delegacia.
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[[Delegacia.|15.2.1.1]]
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//Droga.// Logo no Estádio Cosmos. Estive lá durante a outra noite, esperando. Talvez ele tenha me visto. Por isso que não conseguiu deixar a mala. Eu estava lá. Pronta para pegar ele. //Droga.//
Decidi ir conversar com o Banqueiro. Padilha pegaria leve com ele. Seria enrolado. Melhor ele ir buscar a mala no Estádio Cosmos. Mais tarde eu descubro o que tem nela.
Chegando na Fábrica Dillad, passei na sala do meu pai. Conversamos um pouco, antes de ir até o andar do banqueiro. Peguei um café e me sentei na sala de espera. A secretária me olhava como se nunca tivesse visto uma mulher policial. //Pior que nunca viu mesmo.//
Dez minutos se passaram. Vinte. Trinta. @@color:red;Nada do banqueiro.@@ O rádio tocou.
"Muriel. O corpo na mala é do segurança da Fábrica Dillad. Leonardo Andrade. No papel do bolso, ainda tem um recado para você. Perguntando se deu tempo de ler o livro." - disse Padilha.
Por isso ele pulou um dia. Queria que nós terminássemos o livro. Que eu terminasse. O corpo ser do segurança da Fábrica é outra ligação com o banqueiro. Ele vai precisar me atender agora mesmo.
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[[...|14.5.2.1]]
</center>
Eu já estava voltando para a delegacia com a mala e Padilha provavelmente ainda nem havia sido atendido pelo banqueiro.
Chegando na delegacia, fiz os mesmos procedimentos de sempre. Botei a mala na cela. Abri. Quem estava lá dentro era...pelo crachá é Leonardo Andrade. Segurança da Fábrica Dillad. Pelo visto o livro era uma ligação com o banqueiro da fábrica. No bolso, o papel. Número Cinco. @@color:red;Também havia um bilhete atrás.@@ //Isso era novo.//
"Espero que você tenha tido tempo de terminar o livro. Acho que dois dias foram o suficiente."
Maldito. Por isso não deixou a mala ontem. Ele continua um passo na minha frente. Controlando não só suas ações, como as minhas.
<center>
[[...|15.2.1.1.1]]
</center>
"Muriel. Estou indo para a delegacia. Tenho novidades." - disse Padilha no rádio.
Enquanto ele não chegava, fui examinando a mala e o corpo do segurança, procurando por mais coisas. Da última vez tinha o livro. Será que dessa vez foi só o bilhete? Gostaria de encontrar algum objeto. @@color:red;Alguma pista nova.@@ O livro e o segurança se conectam com o banqueiro da fábrica. Agora é esperar para saber que novidades são essas.
"Cheguei. Quem conta as novidades primeiro?" - perguntou Padilha, parecendo meus amigos, na época em que éramos crianças e brincávamos de detetives pela cidade.
<center>
[[Você.|15.3]]
[[Eu.|15.4]]
</center>
"O Banqueiro Walter Esteves recebeu um pacote com o mesmo livro que você leu. Na primeira página, estava escrito em caneta //OU EU OU VOCÊ//. Isso faz algum sentido? Ele ignorou completamente e jogou fora." - disse Padilha.
No livro, o banqueiro acaba matando todos os filhos no final. @@color:red;Era isso.@@ O assassino vai matar //os dez filhos do banqueiro.// Como ele só teve dois, os gêmeos, está matando outras pessoas pela cidade. Talvez elas tenham alguma ligação com ele. Só que tirando o segurança, não consigo pensar em mais ninguém.
Contei para Padilha que quem estava na mala era o segurança da fábrica e que ele não havia deixado o corpo ontem, para que nós pudéssemos ler o livro todo. Na verdade, eu ler o livro.
<center>
[[...|15.3.1]]
</center>Contei para Padilha que quem estava na mala era o segurança da fábrica e que ele não havia deixado o corpo ontem, para que nós pudéssemos ler o livro todo. Na verdade, eu ler o livro.
"Esse livro deve ser realmente importante. Porque o Banqueiro Walter Esteves recebeu um pacote com o mesmo livro que você leu. Na primeira página, estava escrito em caneta //OU EU OU VOCÊ//. Isso faz algum sentido? Ele ignorou completamente e jogou fora." - disse Padilha.
No livro, o banqueiro acaba matando todos os filhos no final. @@color:red;Era isso.@@ O assassino vai matar //os dez filhos do banqueiro.// Como ele só teve dois, os gêmeos, está matando outras pessoas pela cidade. Talvez elas tenham alguma ligação com ele. Só que tirando o segurança, não consigo pensar em mais ninguém.
<center>
[[...|15.3.1]]
</center>Eu e Padilha ficamos tentando ligar os pontos. Fazendo anotações. Encarando o mural. @@color:red;Encarando o livro.@@ Encarando o mapa da cidade. Hoje a noite o assassino iria fazer uma nova vítima.
Algumas horas depois o Banqueiro entra na delegacia. Vestia um terno azul brilhoso, com uma gravata vermelha bem chamativa e um relógio de ouro que deveria valer o meu salário dos últimos três anos somados.
"Boa tarde. O segurança não tinha família viva na cidade, então nós cuidaremos das coisas. Preciso falar com você em particular, garota." - disse Walter Esteves.
Padilha ficou ajudando os funcionários dele com o corpo, enquanto fui para a sala do delegado com o Banqueiro.
"No começo eu não havia levado a sério isso. Mas agora ele chegou muito perto. Chegou na Fábrica. Acabei de mandar meus filhos para outra cidade. Bem longe daqui. Sugiro que você ligue para Polícia Federal vir encerrar esse caso. Você e o garoto magricela não tem capacidade para isso. Vocês só sabem gastar gasolina da viatura e correr atrás de gatos. Ou você resolve isso, ou eu resolvo." - disse o Banqueiro.
Ele virou as costas e saiu da delegacia. Nem me esperou responder. //Não precisava.// Ele queria o assassino capturado, antes que os filhos fossem encontrados nas malas. Contei para Padilha o que ele havia dito.
"Ele tem razão, Muriel. É melhor passar esse caso para os Federais. Eu sei que você gostaria de pegar esse assassino, mas isso já fugiu do nosso controle. Estou indo no cemitério. Ligue para eles." - disse Padilha
Assim que Padilha saiu, peguei o telefone. Ligo ou não ligo?
<center>
[[Ligar.|15.5]]
[[Não.|15.6]]
</center>
Eles tinham razão. Isso poderia ter terminado desde o início. O Delegado Tenório não deixaria, mas após sua morte, eu poderia ter encerrado tudo isso ligando para os Federais. //Não quis.// @@color:red;Eu queria pegar o assassino.@@ Queria uma aventura. Queria acabar com aquela rotina tranquila da cidade. Para isso deixei mais duas pessoas morrerem. Poderia ser meu pai. Minha mãe. Poderia ser Padilha. Até mesmo eu.
Liguei para os Federais. Expliquei o que havia acontecido. Passei o número de mortos. Os locais. A ameaça ao Banqueiro. Disse que seriam dez vítimas e que estávamos na metade ainda. Disse que eles precisavam vir logo, porque hoje teríamos outra morte.
<center>
[[...|15.5.1]]
</center>
Jamais deixaria eles tiraram isso de mim. Quando meu avô foi para a guerra, ele disse que //"Nenhum garoto da cidade grande irá tirar minha glória nessa batalha."// Eu também não vou deixar isso acontecer.
Era minha cidade. Minha investigação. @@color:red;Meu sonho.@@ Não voltaria a viver aquela vida monótona como antes. Não iria voltar a procurar gatos perdidos ou galinhas roubadas. Eu iria pegar o assassino. //Sozinha.// Alguns minutos depois o rádio do segurança tocou. Eles haviam deixado em cima da mesa.
"Estão me ouvindo ou já se livraram dele?" - disse a voz no rádio.
Peguei o rádio e respondi. Ele também queria uma aventura.
"Olá Muriel. Era com você mesmo que eu queria falar. Lá vai a pista para próxima mala. Está preparada?" - perguntou
<center>
[[Sim.|DEMO]]
</center>Os Federais chegaram a noite. Três carros pararam ao lado da delegacia. Pegaram todas as minhas anotações. Pegaram o livro. Os bilhetes que ficavam no bolso das vítimas. Nos mandaram ficar na delegacia, para não atrapalhar.
Três horas depois eles voltaram. //Pegaram ele.// Estava no banco detrás, com um capuz na cabeça. Nem pude ver quem era. Se era da cidade. @@color:red;Se era algum conhecido.@@ Passaram apenas para informar que havia acabado. Que nós teríamos paz. Que poderíamos voltar a viver nossas vidas como antigamente.
//Droga.//
<center>
[[...|DEMO]]
</center>
Alguns minutos depois a secretária pediu para eu entrar. Essa era a segunda vez que entrava naquela sala. Na primeira, foi quando minha família ainda era dona da fábrica. Haviam diversas fotos de meus bisavós e avós espalhadas pela sala. @@color:red;Agora nenhuma mais.@@
"Seja rápida, menina. Você tem menos de três minutos." - disse o banqueiro Walter Esteves.
Falei sobre as malas. Os corpos. O livro.
"Isso é sério? Meu tempo é muito precioso para ficar ouvindo conspirações de uma menina. Seu tempo acabou."
Talvez seja melhor eu voltar para delegacia. O assassino está começando a se comunicar comigo. Diferente do banqueiro. Não pude nem falar sobre o segurança encontrado na mala hoje.
<center>
[[Falar.|14.5.2.1.1]]
[[Delegacia.|14.5.2.1.2]]
</center>
Assim que falei que o corpo encontrado na mala hoje, era do segurança dele, o banqueiro ficou branco.
"Espera. Sente-se novamente. Mês passado eu recebi um livro. Minha secretária disse que contava a história de um banqueiro que acabava matando os filhos. Além disso estava escrito em caneta //OU EU OU VOCÊ//. Não liguei para isso. Era apenas uma ameaça vazia ou alguma brincadeira de criança." - contou o banqueiro.
Aquilo mudava tudo. O assassino havia avisado o que iria fazer. @@color:red;Apenas o banqueiro sabia.@@ Agora já sabemos que isso tudo está ligado a ele e seus filhos.
"Você vai fazer o seguinte, menina. Você vai ligar os Federais."
Fui embora. Ao chegar na delegacia, contei tudo para Padilha. Ele estava cuidando do corpo do segurança. Uma equipe do banqueiro veio buscá-lo.
"Ele tem razão, Muriel. É melhor passar esse caso para os Federais. Eu sei que você gostaria de pegar esse assassino, mas isso já fugiu do nosso controle. Estou indo no cemitério. Ligue para eles." - disse Padilha
Assim que Padilha saiu, peguei o telefone. Ligo ou não ligo?
<center>
[[Ligar.|15.5]]
[[Não.|15.6]]
</center>Decidi ir para a delegacia. Ele não ligaria para um simples segurança. Nem devia saber seu nome. Com certeza ele vai receber a notícia daqui algumas horas. @@color:red;Assim como toda a cidade.@@
Algumas horas depois o Banqueiro entra na delegacia.
"Boa tarde. O segurança não tinha família viva na cidade, então nós cuidaremos das coisas. Preciso falar com você em particular, garota." - disse Walter Esteves.
Padilha ficou ajudando os funcionários dele com o corpo, enquanto fui para a sala do delegado com o Banqueiro.
"No começo eu não havia levado a sério isso. Mas agora ele chegou muito perto. Chegou na Fábrica. Acabei de mandar meus filhos para outra cidade. Bem longe daqui. Sugiro que você ligue para Polícia Federal vir encerrar esse caso. Você e o garoto magricela não tem capacidade para isso. Vocês só sabem gastar gasolina da viatura e correr atrás de gatos. Ou você resolve isso, ou eu resolvo." - disse o Banqueiro.
Ele virou as costas e saiu da delegacia. Nem me esperou responder. //Não precisava.// Ele queria o assassino capturado, antes que os filhos fossem encontrados nas malas. Contei para Padilha o que ele havia dito.
"Ele tem razão, Muriel. É melhor passar esse caso para os Federais. Eu sei que você gostaria de pegar esse assassino, mas isso já fugiu do nosso controle. Estou indo no cemitério. Ligue para eles." - disse Padilha
Assim que Padilha saiu, peguei o telefone. Ligo ou não ligo?
<center>
[[Ligar.|15.5]]
[[Não.|15.6]]
</center>
O dia seguinte começou igual aos outros. Tomei banho. Botei o uniforme. Olhei o jornal local por três minutos e saí. Passei primeiro na Delegacia. Chequei a caixa postal. Vazia. Fui até a Padaria do Fernando tomar meu café. Estacionei a viatura na frente e permaneci no carro. Todos lá dentro estavam seguindo as mesmas rotinas de sempre. @@color:red;Ninguém mudou.@@ Ninguém estava preocupado com o assassinato. Nada. Perdi a vontade de tomar meu café, como fazia todas as manhãs. Quando liguei o carro novamente, meu rádio tocou.
“Muriel. Preciso de você no cinema. Outra mala.” - disse Padilha.
Eu sabia. Só não esperava que fosse tão rápido.
<center>
[[Ir ao cinema.|3.3.1.2.2]]
</center>Sonhei com a mala. Lá estava eu. Andando na direção da mala novamente. Andando pela Ponte da União. Os gêmeos me olhando. Assim como me olharam quando encontrei a mala vermelha no antigo prédio da fábrica. Continuei caminhando. Eles continuaram me olhando. Não pode ser Eloy dentro. Não pode. Era outra pessoa. Eles deixaram outra mala para mim. @@color:red;Para mim.@@ Outra vítima dos gêmeos. Eu sempre soube que eles haviam matado Eloy. Mas era apenas uma criança. Não podia provar nada. //Foi um infeliz acidente, disseram.// Não foi. Não foi. Eles não estavam brincando. Ou estavam?
<center>
[[...|3.4.1]]
</center>Minha mãe ficou preocupada com a ligação. Era tarde e eu não costumava ligar nunca. Perguntou se eu estava doente ou se precisava de algo. Eu não podia dizer do que precisava. Ela não entenderia. Precisava de outra mala. Precisava de outra oportunidade. Precisava de uma aventura. Igual as da televisão. Apenas respondi que liguei por eles não terem aparecido no enterro. Conversamos por mais alguns minutos e dormi.
Sonhei com a mala. Lá estava eu. Andando na direção da mala novamente. Andando pela Ponte da União. Os gêmeos me olhando. Assim como me olharam quando encontrei a mala vermelha no antigo prédio da fábrica. Continuei caminhando. Eles continuaram me olhando. Não pode ser Eloy dentro. Não pode. Era outra pessoa. Eles deixaram outra mala para mim. @@color:red;Para mim.@@ Outra vítima dos gêmeos. Eu sempre soube que eles haviam matado Eloy. Mas era apenas uma criança. Não podia provar nada. //Foi um infeliz acidente, disseram.// Não foi. Não foi. Eles não estavam brincando. Ou estavam?
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[[...|3.4.2]]
</center>Sonhei com a mala. Lá estava eu. Andando na direção da mala novamente. Andando pela Ponte da União. Os gêmeos me olhando. Assim como me olharam quando encontrei a mala vermelha no antigo prédio da fábrica. Continuei caminhando. Eles continuaram me olhando. Não pode ser Eloy dentro. Não pode. Era outra pessoa. Eles deixaram outra mala para mim. @@color:red;Para mim.@@ Outra vítima dos gêmeos. Eu sempre soube que eles haviam matado Eloy. Mas era apenas uma criança. Não podia provar nada. //Foi um infeliz acidente, disseram.// Não foi. Não foi. Eles não estavam brincando. Ou estavam?
<center>
[[...|3.3.1]]
</center>Eu sempre acabava dormindo na poltrona mesmo. Pelo menos dessa vez iria dormir na minha cama. Ver Vanessa lá fora me lembrou do dia em que a mãe dela morreu. Eu estava deitada na cama quando a campainha tocou. Na época eu tinha uma brincadeira, que era tentar adivinhar quem estava na porta, apenas pela forma como a pessoa tocava a campainha. Alguns eram fáceis como meu avô que fazia uma musiquinha ou o carteiro que dava dois toques curtos e rápidos. Normalmente as mulheres apertavam apenas uma vez, enquanto que os homens mais de uma e na maioria das vezes toques longos. Naquele dia eu não consegui imaginar quem era. Só sabia que a pessoa estava desesperada, pela quantidade de vezes que tocou a campainha. Uma. Duas. Três. Quatro. @@color:red;Cinco vezes.@@ Não parava nunca. Até eu perceber que era meu despertador.
Acordei. Tomei banho. Botei o uniforme. Olhei o jornal local por três minutos e saí. Como todos os dias. Passei primeiro na Delegacia. Chequei a caixa postal. Vazia. Fui até a Padaria do Fernando tomar meu café. Estacionei a viatura na frente da padaria e permaneci no carro, me olhando pelo retrovisor. Depois olhei o movimento lá dentro. Eram as mesmas pessoas de sempre, sentadas nos mesmos lugares e com os mesmos pedidos. Eu também sentava no mesmo lugar e pedia a mesma coisa. Assim que entrei e dei bom dia, Fernando comprovou isso.
//”Bom dia, Muriel. Seu café já está pronto.”//
<center>
[[Obrigada.|134]]
</center>Eu sempre acabava dormindo na poltrona mesmo. Liguei a TV e botei no canal de filmes. Passava um filme preto e branco do velho oeste. Meus olhos rapidamente começaram a fechar. Lembrei do dia em que a mãe de Vanessa morreu. Vê-la lá fora me fez lembrar disso. Eu estava deitada na cama quando a campainha tocou. Na época eu tinha uma brincadeira, que era tentar adivinhar quem estava na porta, apenas pela forma como a pessoa tocava a campainha. Alguns eram fáceis como meu avô que fazia uma musiquinha ou o carteiro que dava dois toques curtos e rápidos. Normalmente as mulheres apertavam apenas uma vez, enquanto que os homens mais de uma e na maioria das vezes toques longos. Naquele dia eu não consegui imaginar quem era. Só sabia que a pessoa estava desesperada, pela quantidade de vezes que tocou a campainha. Uma. Duas. Três. Quatro. @@color:red;Cinco vezes.@@ Não parava nunca. Até eu perceber que era meu despertador.
Acordei. Tomei banho. Botei o uniforme. Olhei o jornal local por três minutos e saí. Como todos os dias. Passei primeiro na Delegacia. Conferi a caixa postal. Vazia. Fui até a Padaria do Fernando tomar meu café. Estacionei a viatura na frente da padaria e permaneci no carro, me olhando pelo retrovisor. Depois olhei o movimento lá dentro. Eram as mesmas pessoas de sempre, sentadas nos mesmos lugares e com os mesmos pedidos. Eu também sentava no mesmo lugar e pedia a mesma coisa. Assim que entrei e dei bom dia, Fernando comprovou isso.
//”Bom dia, Muriel. Seu café já está pronto.”//
<center>
[[Obrigada.|134]]
</center>Deitei na cama e peguei o livro na mesinha. Era a história de um astronauta que acordava na nave espacial, sem lembrar de nada de sua vida. Ele não sabia quem era. Não sabia a missão. Não lembrava de nada que havia feito. Nem seus vícios. Nem suas manias. Ele era uma pessoa completamente nova. O problema é que haviam criaturas de outro planeta dentro da nave. Pelo menos a vida dele era interessante. Ele tinha uma aventura para viver. Eu não. Sonhei que era eu na nave. Sonhei que não lembrava de nada da minha vida nessa cidade. Andava pelos corredores da nave silenciosamente, para as criaturas não me encontrarem. Um alarme começou a tocar. Uma. Duas. Três. Quatro. @@color:red;Cinco vezes.@@ Não parava nunca. Até eu perceber que era meu despertador.
Acordei. Tomei banho. Botei o uniforme. Olhei o jornal local por três minutos e saí. Como todos os dias. Passei primeiro na Delegacia. Conferi a caixa postal. Vazia. Fui até a Padaria do Fernando tomar meu café. Estacionei a viatura na frente da padaria e permaneci no carro, me olhando pelo retrovisor. Depois olhei o movimento lá dentro. Eram as mesmas pessoas de sempre, sentadas nos mesmos lugares e com os mesmos pedidos. Eu também sentava no mesmo lugar e pedia a mesma coisa. Assim que entrei e dei bom dia, Fernando comprovou isso.
//”Bom dia, Muriel. Seu café já está pronto.”//
<center>
[[Obrigada.|134]]
</center>Fernando sempre tentava puxar algum assunto, mas não tinha. Nada aconteceu de interessante de um dia para o outro. Nunca. Ele perguntava como estava o trabalho na delegacia e eu respondia que estava tranquilo. Eu perguntava como estava o movimento na padaria e ele respondia que estava tranquilo. Nunca tivemos uma resposta diferente.
Terminei de tomar meu café e voltei para delegacia. O delegado Tenório estava em sua sala. Padilha ainda não havia chegado. Sentei em minha mesa e fiquei olhando para o relógio. Ainda faltavam três minutos para começar o expediente e já queria que acabasse. Logo em seguida Padilha chegou.
“Bom dia Muriel. Que tal nós jogarmos no cara e coroa, quem decide a tarefa do dia? Quem ganhar, pode escolher se quer patrulhar ou ficar na delegacia. Vamos? Vai ser divertido!” - disse Padilha
Padilha era assim. Feliz. Qualquer coisa normal na cidade deixava ele alegre. Estava sempre de bom humor. Gostava daqui. @@color:red;Eu não.@@
“Vamos lá Muriel. Escolhe.” - insistiu.
<center>
[[Cara.|134.1]]
[[Coroa.|134.2]]
</center>Padilha jogou a moeda para o alto. Ele olhava para ela com os olhos brilhando. Sorrindo. Se divertindo com aquilo. @@color:red;Eu não.@@ Eu iria me divertir se o resultado da moeda fosse dizer quem iria invadir o galpão de um grupo de traficantes ou negociar com um sequestrador. Aquela moeda só estava me dizendo se vou ficar sentada o dia todo ou passeando pela cidade.
“E o vencedor é...PADILHA! Como hoje eu estou muito animado, vou querer ficar na viatura. Volto para almoçarmos. Vou trazer algo legal da Padaria do Fernando.” - disse Padilha, antes de sair.
Novamente. Mais um dia sentada aqui, sem fazer nada. Quando olhei para o relógio só haviam passado sete minutos. Me apoiei na mesa, ao lado do telefone, esperando ele tocar. Ficava fantasiando na minha cabeça, como seriam as chamadas. //“Socorro! Alguém invadiu minha casa! Estou trancada no banheiro.”// ou //“Acabaram de sequestrar meu marido. Ele está na mala de um carro azul.”// Nada daquilo aconteceu. Nunca. Nem perto. Apenas torci para ninguém ligar falando que perdeu um gato. Não aguento mais gatos.
<center>
[[...|134.11]]
</center>Padilha jogou a moeda para o alto. Ele olhava para ela com os olhos brilhando. Sorrindo. Se divertindo com aquilo. @@color:red;Eu não.@@ Eu iria me divertir se o resultado da moeda fosse dizer quem iria invadir o galpão de um grupo de traficantes ou negociar com um sequestrador. Aquela moeda só estava me dizendo se vou ficar sentada o dia todo ou passeando pela cidade.
“E o vencedor é...MURIEL! Hoje é seu dia de sorte, Muriel. Você vai poder escolher seu destino. É uma decisão importante hein. Pensa bem.” - disse Padilha.
<center>
[[Ficar.|134.21]]
[[Sair.|134.22]]
</center>Metade do dia havia passado. Padilha esquentava nosso almoço na copa. O delegado Tenório, como sempre, aproveitava para ir em casa. Almoçava por lá. Tirava um cochilo. Voltava quase na hora de irmos embora. Não posso julgar. @@color:red;Metade do dia.@@ Nada feito. Apenas jogando as horas fora. Horas se passaram. Nada. Até que finalmente o relógio marcou a hora de ir embora.
“O dia hoje está estranho, Muriel. Nenhum gato se perdeu. Essa cidade não é mais a mesma.” - disse Padilha rindo.
Ainda era e ainda será. Amanhã. Depois de amanhã. Nunca vai mudar. Vamos continuar sentados aqui contando quantas bolinhas conseguimos acertar na lixeira ou quantas pessoas de camisa azul vão passar pela porta da delegacia. Agora a única coisa que eu iria contar, eram carneirinhos no meu sono. Estava na hora de ir para casa.
<center>
[[...|1.3.1]]
</center>Nenhuma das opções iria mudar muito. Nas duas eu ficaria entediada, pensando em milhares de coisas perigosas que poderiam acontecer de divertido no meu trabalho de policial. Decidi ficar na delegacia. Mais um dia sentada aqui, sem fazer nada. Quando olhei para o relógio só haviam passado sete minutos. Me apoiei na mesa, ao lado do telefone, esperando ele tocar. Ficava fantasiando na minha cabeça, como seriam as chamadas. //“Socorro! Alguém invadiu minha casa! Estou trancada no banheiro.”// ou //“Acabaram de sequestrar meu marido. Ele está na mala de um carro azul.”// Nada daquilo aconteceu. @@color:red;Nunca.@@ Nem perto. Apenas torci para ninguém ligar falando que perdeu um gato. Não aguento mais gatos.
<center>
[[...|134.11]]
</center> Decidi sair. Peguei a viatura e comecei a dar uma volta pela cidade. Voltas e mais voltas. As pessoas na calçada acenavam e davam bom dia. Olhava pela janela fantasiando crimes. Passei pelo Mercado Baratão, pensando como seria se estivesse sendo assaltado por um bêbado com uma espingarda velha. Depois pelo Banco Etimus, pensando que cinco encapuzados de metralhadora, estavam fazendo os funcionários reféns e pedindo um helicóptero. Voltas e mais voltas. Passei pela casa de uma senhora que não me recordava o nome. Ela acenou. Mas imaginei ela correndo na minha direção, dizendo que sua casa havia sido invadida. Nada daquilo aconteceu. @@color:red;Nunca.@@ Nem perto. Apenas torci para ninguém ligar falando que perdeu um gato. Não aguento mais gatos.
“Muriel. O almoço chegou. Hoje foi dia do seu prato favorito. Você está com sorte hoje hein.” - disse Padilha no rádio.
Sorte. Isso era sorte para ele. Para mim não.
<center>
[[Delegacia.|134.11]]
</center><center>
@@color:red;Mala Vermelha@@
FIM DA DEMO
Espero que tenha gostado.
O jogo está disponível na Play Store por apenas @@color:red;R$0,99@@.
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</center>